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sábado, 31 de dezembro de 2011

RANDY JOHNSTON – PEOPLE MUSIC (2011)



Talvez mais do que outro instrumento musical, o guitarrista de hoje embebe a música de diversos gêneros musicais. O instrumento tem sido um esteio de expressão, do folk, country e blues ao jazz e rock, com um pouco de clássico tecido na mistura. Pensando sobre isto, a tarefa de se desenvolver como um guitarrista tem causado intimidação diante destas bases musicais a cobrir.


Com “People Music” o celebrado guitarrista Randy Johnston demonstra que não só tem sido exposto profundente a essas formas, mas que ele é verdadeiramente hábil na exploração do melhor de cada um. O CD é uma eminente demonstração, generosamente apresentada pelo virtuosismo técnico e improvisacional de Johnston, bem como de sua arte composicional.


Original de Detroit, um poço de formas musicais, Johnston desenvolveu-se a partir dos 13 anos em Richmond, Virginia. O caldo de soul-funk-jazz da Motown misturado com suas experiências do blues do Sul, resulta no desenvolvimento de um talento extraordinário. Um excelente acompanhante, ele gravou com artistas como Ira Sullivan, Houston Person, Joey DeFrancesco, Etta Jones, e outra fera, Johnny Griffin.


A técnica de jazz de Johnston é encrespada, altamente direta e focada .Suas linhas mais extensas entrelaçam-se com curtas pulsações explosivas e sua técnica nunca obscurece o conteúdo musical. E quando o fenômeno do órgão,Pat Bianchi, junta-se a ele com seu som objetivo do B3 , o resultado é jazz tingido pesadamente de blues. A parceria de Johnston com Bianchi é brilhante, com a significante proficiência técnica de cada um. O timbre da firme pegada de Johnston nas cordas com o uso do pedal de Bianchi e o ataque das mãos é um encanto. A faixa de abertura "Garden State" apresenta um enfoque mais martelado, enquanto o blues dançante "Nostalgia for What Never Was" adverte o que está no centro e que no sangue de Johnston corre o blues. A sedutora "Chavez" metrificada em sextuplo é mais cerebral que as outras faixas , e permite a Johnston e Bianchi se espalhar de forma modal.


Johnston oferta dois vocais suportados pelo órgão com "Parchman Farm" de Mose Allison e "Trouble". Entretanto o vocal de Johnston não supera seu excelente toque na guitarra (como poderia?). Estas músicas oferecem uma alegria mundana com toques à la Ray Charles. O estilo de Johnston para o rock-blues segue Wes Montgomery e George Benson com seu trabalho de oitavas nos seus solos. "Everyday Heroes" tem uma espécie de sentimento de “tire o sapato e sente no cais".


O baterista Carmen Intorre, Jr. incrementa "Humpty Dumpty" de Chick Corea, o agitador do trabalho, antes Bianchi decola e demonstra que pode suingar e desenvolver convincente e soberbamente ideias improvisacionais ao estilo de Giant Step. Intorre é sábio o bastante para dar suporte a estes mestres sem pisar nos seus calcanhares. "Cold Duck Time" de Eddie Harris, um clássico roqueiro por certo, revisita com alegria e encerra este ótimo trabalho.

“People Music” tem uma sinceridade sobre a firmeza do ápice. O toque é absolutamente de primeira classe e altamente acessível. E há um sólido respeito pelo jazz e blues. Após tudo, aqueles gêneros desenvolvidos a partir de "people music" e as pessoas que aqui atuam o fazem com respeito, gosto e completa energia de sentimento.


Faixas: Garden State, Nostalgia for What Never Was, Parchman Farm, Chavez, Everyday Heroes, Trouble, Humpty Dumpty, Paing By, Cold Duck Time.


Músicos: Randy Johnston: guitarra, vocal (3, 6); Pat Bianchi: Hammond Organ; Carmen Intorre, Jr. bateria.


Gravadora: Random Act Records


Estilo : Straightahead/Mainstream


Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo :
http://www.youtube.com/watch?v=xrbvRTL-W3Y


Fonte : All About Jazz / Nicholas F. Mondello

ANIVERSARIANTES - 31/12



Andy Summers (1942) – guitarrista,

Gil Melle (1931-2004) saxofonista,
John Kirby (1908-1952) - baixista,tubista,

Jonah Jones (1909-2000) – trompetista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=B30QjfIiozU, Jonathan Mele (1969) – baterista,

Marcelo Salazar(1953) – percussionista,

Peter Herbolzheimer (1935) - trombonista,

Scott Forrey (1959) – trompetista

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

GUARAMIRANGA-CE > JAZZ & BLUES

nº 01 - 28 de Dez de 2011

Em Fevereiro Tem Festival Jazz & Blues

Já está com o réveillon planejado? Então já é hora de pensar no Carnaval. Em fevereiro chega à 13ª edição o Festival Jazz & Blues, que será de 18 a 21 em Guaramiranga e, depois de uma paradinha na quarta-feira de cinzas para descer a serra, continua de 23 a 25 com atividades em Fortaleza e dia 25 também em Sobral. Na cidade serrana, o 13º festival promete muitas horas de boa música, do jazz ao blues, passando por ritmos afins, do Brasil e de outros países. Como já é tradição, a programação acontece ao longo de todo dia, sob a luz do sol e a luz da lua, em espaços abertos e fechados, com shows, ensaios abertos, cortejos, conversas com músicos e oficinas. Tudo isso proporciona aos mais de 12 mil visitantes a possibilidade de ouvir boa música, estar próximos de grandes músicos e usufruir da beleza natural de um dos mais belos destinos turísticos do Ceará.


Atrações no Jazz & Blues 2012

Omar Puente (Cuba)
Omar Puente é um músico clássico, cujo coração bate com ritmo cubano, a alma é africana e desde 1997 mora no norte da Inglaterra. O resuntado dessa fusão "etno-cultural-geográfica" está no belíssimo trabalho deste renomado violinista e pianista, que desenvolveu seu estilo reunindo elementos de jazz, música clássica e cubana. Difícil ficar parado com esse som!

Assista no YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=0DortrwDGS8&feature=player_embedded#!



Atiba Taylor (EUA) com Artur Menezes (CE)
A turma do blues vai delirar com o som desses dois no palco do Festival. O cantor e saxofonista norte-americano Atiba Taylor é conectado às raízes do jazz e investe no jazz contemporâneo. Já tocou com feras como Wynton Marsalis, Webster Young, Archie Shepp e Bobby McFerrin. Agora empresta sua voz grave e seu saxofone cheio de suingue ao blues moderno do guitarrista cearense Artur Menezes. Sinta só o gostinho do show que eles vão dar em Guaramiranga:

Assista no YouTube
http://www.enviomailmkt.com.br/link/?go=07e6da1e85f9afdde631d95b4f5941d7-10000-76489



Gadi Lehavi (Israel) convida Ravi Coltrane (EUA)
Esse menino é um prodígio! Tem só 15 anos de idade, mas o que ele faz no piano, só vendo e ouvindo para acreditar! É jazz puro! Não foi à toa que já chamou a atenção de ícones como Dave Liebman e o filho do lendário John Coltrane, o saxofonista Ravi Coltrane, com quem vem pela primeira vez ao Brasil para uma série de concertos. Agora sente-se e segure o queixo para ver do que esse garoto é capaz!

Assista no YouTube
http://www.fmpjazz.com/index.php?option=com_k2&view=item&id=10:gadi-lehavi&Itemid=62&lang=en#itemVideoAnchor



Jaques Morelenbaum e o Cello Samba Trio (RJ)
Esse é unanimidade! Violoncelista, compositor, arranjador, maestro e produtor, Jaques Morelenbaum é um dos principais nomes da música instrumental brasileira. Foram dez anos na Nova Banda de Tom Jobim, cinco tocando com Egberto Gismonti, 14 como diretor musical, arranjador e violoncelista de Caetano Veloso, além dos trabalhos com Ryuichi Sakamoto, Sting, Cesária Évora, Milton Nascimento, Henri Salvador, David Byrne, Omar Sosa, Bill Frisell, Hubert Laws, João Donato, Julieta Venegas, Gilberto Gil... Ao Jazz & Blues traz o Cello Samba Trio, com o violonista Lula Galvão e o percussionista Rafael Barata. Quer ver um pouquinho?

Assista no YouTube
http://www.enviomailmkt.com.br/link/?go=e1dc2e2e068529123df6f670bde80ca4-10000-76489



Yamandu Costa (RS)
Outro que dispensa apresentação! Yamandu é um dos maiores talentos do violão brasileiro. É referência mundial na interpretação da música brasileira, Yamandu Costa apresenta suas diversas influências musicais ao lado de Guto Wirtti (baixo acústico) e Nicolas Krassik (violino). Um show de criatividade e técnica, onde ele explora todas as possibilidades musicais de um violão de 7 cordas. Dá uma olhada nisso!

Assista no YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=pNJh7Z4Xdmw&feature=player_embedded



Grupo Solar com Tatiana Parra (SP)
A voz feminina do Festival Jazz & Blues em 2012 é de Tatiana Parra. Cantora paulistana conhecida e admirada no meio musical por participações em shows e discos de nomes como Ivan Lins, Omara Portuondo, Rita Lee, Toquinho e Dante Ozzetti. Ela vem com o Grupo Solar, formado pelos brasileiros Zéli Silva (baixo), Edu Ribeiro (bateria), o argentino Andrés Beeuwsaert (piano) e o belga Henri Greindl (guitarra e violão). Olha ela aqui com o Ivan Lins:

Assista no YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=0NJEpFdJvk8&feature=related



Roberto Taufic e Eduardo Taufic (RN)
Eles são irmãos e mostram no palco a perfeita sintonia em um agradável diálogo entre o violão e o piano. Roberto Taufic (violão) e Eduardo Taufic (piano) apresentam o show Bate e Rebate, um trabalho repleto de brasilidade e arranjos criativos, com o estilo marcante dos dois instrumentistas, que serão acompanhados por Darlan Marley (bateria) e Airton Guimarães (contrabaixo). Quer conferir?

Assista no YouTube
http://www.enviomailmkt.com.br/link/?go=b21c2c5cb2cc52c950366f635d789d6e-10000-76489



Marco Lobo (BA/RJ)
Esse cara faz um trabalho percussivo muito bom! O talento desse baiano radicado no Rio de Janeiro caiu nas graças de músicos consagrados, como Milton Nascimento, Maria Bethania, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Joao Bosco, Ivan Lins e Marisa Monte. Marco Lobo traz ao Festival Jazz & Blues seu trabalho autoral instrumental, que passeia pelo jazz, maracatu, samba, baião e balada. Dá uma olhada!

Assista no YouTube
http://www.enviomailmkt.com.br/link/?go=7253008d98ef20aa8701cbae87098e84-10000-76489



Gabriel Grossi (SP)
É atualmente um dos maiores representantes da harmônica no mundo. Exagero? É não. O ícone da gaita, Toots Thielemans, o cita como um dos maiores gaitistas da atualidade. E disse mais "É um gaitista que toca com enorme facilidade, um músico de grande explosão. Também fiquei admirado com suas composições e seu domínio da linguagem brasileira". Gabriel Grossi vem com seu trio, que tem Guilherme Ribeiro no piano e Sergio Machado na bateria. Viaje um pouquinho nesse som:

Assista no YouTube
http://www.enviomailmkt.com.br/link/?go=1afbb633199ed218a0e833ec9a0ddfd7-10000-76489



Cainã Cavalcante (CE)
Cainã é um dos grandes destaques da nova geração de instrumentistas do Ceará. Tem só 21 anos, mas esse multi-instrumentista já pode ser considerado um veterano! Começou cedo, tem dois CDs gravados e já dividiu os palcos e estúdios com Yamandu Costa, Manassés de Sousa, Dominguinhos, Zélia Duncan, entre tantos outros. Olha ele aqui:

Assista no YouTube
http://www.youtube.com/watch?v=OxD_k4alRMM




Enquanto o festival não chega...

A formação musical é um dos grandes focos do Festival Jazz & Blues, que anualmente desenvolve projetos que visam promover a capacitação de jovens instrumentistas em todo o Ceará. Este ano, em uma parceria do Festival com a Secretaria da Educação do Estado (SEDUC) e a Sociedade Cearense de Jornalismo Científico e Cultural, acontece o projeto Música é para a Vida.

A ideia do projeto é dar a alunos e professores da rede pública a possibilidade de acesso ao amplo universo da música, através de um programa que contempla desde a sensibilização para iniciantes até a formação mais aprofundada para alunos já familiarizados com a prática instrumental, conciliando formação artística, inclusão social e protagonismo juvenil..

A primeira fase do Música é para a Vida consta de Oficinas de Sensibilização para a Cultura Musical, que desde o dia 03 de dezembro são realizadas em todo o estado, aos sábados e domingos, com 16 horas/aula em cada local. Até janeiro, o projeto terá passado por 21 cidades, atendendo 441 alunos e 159 arte educadores de todas as CREDE/SEFOR do estado, totalizando 600 participantes. .

Residências Artísticas do Festival Jazz & Blues - Dentre os 600 participantes das Oficinas de Sensibilização para a Cultura Musical, serão anunciados até o dia 25 de janeiro os 100 alunos e 21 arte educadores selecionados para as Residências Artísticas que acontecerão no Maciço de Baturité na semana que antecede o Festival Jazz & Blues. .

Nos dias do Festival Jazz & Blues na serra os alunos terão um espaço destinado a apresentações musicais, acompanhados por seus arte educadores. Pela manhã, haverá ainda um seminário exclusivo para os residentes..

As cidades - As Oficinas de Sensibilização para a Cultura Musical já aconteceram em Maracanaú, Itapipoca, Acaraú, Camocim, Tianguá, Canindé, Horizonte, Baturité, Russas, Jaguaribe, Crateús, Tauá, Sobral, Quixadá, Iguatu, Icó, Crato, Juazeiro do Norte e Brejo Santo. Nos dias 7 e 8 de janeiro a oficina será realizada em Fortaleza e haverá ainda em Senador Pompeu, com data a confirmar.


Quem faz o Festival Jazz & Blues
O Festival Jazz & Blues 2012 é realizado pela Via de Comunicação e Cultura. Promoção: Diário do Nordeste

Redes Sociais
Siga e acompanhe as redes sociais do Festival Jazz & Blues, sempre com notícias quentinhas, dicas, fotos, vídeos, links interessantes e muitas novidades.


Em Breve
O site do Festival jazz & Blues - www.jazzeblues.com.br – em breve estará de cara nova, com informações, programação, imagens, músicas e outros detalhes relacionados à edição 2012. Aguarde!

ANIVERSARIANTES - 30/12



Aloysio de Oliveira (1914-1995) – vocalista,compositor, produtor (na foto), Brooke Sofferman (1972) – baterista,

Ed Byrne (1946) - trombonista,
Frank Vignola (1965) - guitarrista,

Jack Montrose (1928- 2006) – saxofonista,

Jerry Granelli (1940) - baterista,

Jimmy Jones (1918-1982) - pianista,

Lewis Nash (1958) – baterista(no vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=djegYF3y7tk&feature=related,

Ron Affif (1965) - guitarrista,

Stan Tracey (1926) - pianista,

Yaron Elyashiv (1981) - saxofonista

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ANIVERSARIANTES - 29/12



Danilo Perez (1966) – pianista,

Fred Jacobs (1949) - trompetista,
George Colligan (1969) - tecladista,

George Schuller (1958) - baterista,
Joe Lovano (1952) – saxofonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=AcowR9AvtJA,

Snub Mosley (1905-1981)- trombonista,

Willie Humphrey (1900-1994) - clarinetista

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

BEN VAN GELDER – FRAME OF REFERENCE



O saxofonista alto e compositor holandês de vinte e dois anos, Ben van Gelder, um talento emergente em Nova York, impressiona bastante em seu primeiro lançamento como líder. Sua fluente habilidade no instrumento e ideias novas são completamente reveladas na reinvenção de “Countdown ” de John Coltrane e sua caneta expressa-se fortemente em originais como a rapsódica “Guiding Principle”, a refletidamente suingante “Musings” e a cristalina “Retreat”, todas apresentando um magnífico trabalho de grupo do pianista Aaron Parks, do vibrafonista Peter Schlamb, do baixista Rick Rosato e do baterista Craig Weinrib.


O grupo explora significativamente “Peter and the Wolf” com alterações impetuosas de uníssonos angulares passando para um sopro em rubato livre, e eles refinam um forma da velha escola em “Blues 2011”. A faixa título apresenta Van Gelder trocando frases como o trompetista convidado Ambrose Akinmusire, e o saxofonista passa para uma leitura sublime de “’Round Midnight” de Monk com performance em dueto com o brilhante Aaron Parks.


Faixas: Guiding Principle; Musings; Countdown; Retreat; New Tink; Round Midnight; Peter and the Wolf; Wise Old Man; Blues 2011; Frame of Reference.


Músicos Ben Van Gelder: saxofone; Aaron Parks: piano; Peter Schlamb: vibrafone; Craig Weinrib: bateria; Rick Rosato: baixo; Corey King: trombone (10); Ambrose Akinmusire: trompete(10); Joris Roelofs: clarinete baixo (10); Kyle Wilson: saxofone tenor (9).


Gravadora: Independente


Estilo: Jazz Moderno


Fonte : JazzTimes / Bill Milkowski

ANIVERSARIANTES - 28/12



Dick Sudhalter (1938) - cornetista,

Earl Hines (1903-1983) - pianista,
Ed Thigpen (1930) - baterista,

Lonnie Liston Smith (1940) - pianista,
Michel Petrucciani (1962-1999) – pianista,

Moe Koffman (1928-2001) - flautista, saxofonista,

Rob Reddy (1966) – saxofonista,

Ted Nash (1959) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=BvsbUo5xSVs

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

ANIVERSARIANTES - 27/12



Bill Crow (1927) - baixista,

Bunk Johnson (1889-1949) - trompetista,
David Hughes (1971) - baixista,

Demian Cabaud (1977) – baixista,
Johnny Frigo (1916-2007) - violinista,


Tony Deangelis (1969) – baterista,

Walter Norris (1931) - pianista

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

TIM HAGANS – THE MOON IS WAITING (Palmetto Records)



Nas altamente elucidativas notas que acompanham “The Moon Is Waiting”, Tim Hagans explana que ele acolhe um sentimento de insegurança quando está tocando. Ele sente-se como se estivesse em um carro potente que, a qualquer momento, pode sair da estrada e se espatifar em uma árvore. Aquele senso de total abandono , o trompetista declara , é uma espécie de “perigo que eu gosto, preferivelmente com pessoas que estão atuando com satisfação”. Com o guitarrista Vic Juris, o baixista Rufus Reid e especialmente o luminar baterista Jukkis Uotila, Hagans tem reunido um grupo que continuamente entende e procura tal risco.


Isso torna-se patentemente óbvio na faixa título, a segunda faixa do álbum. Hagans está já engajado em um solo livre, apenas passada a metade do caminho, quando Juris executa uma rápida e inquietante intervenção, que impulsiona Hagans. O celestial trompete atua furioso no seguinte meio minuto, porém é surpreendente, com saraivadas da direita para a esquerda, acelerando frenética e furiosamente antes de acalmar – aquele carro batendo em um pedaço de gelo em uma curva de uma estrada em declive.


No todo “The Moon Is Waiting” é relativamente emocionante —o coração não poderia capturá-lo—porém o senso do que Hagans chama “movimento para frente” naquelas mesmas linhas do disco nunca está longe da superfície. O solo de abertura de Juris na guitarra em “Boo” é um blues do Delta psicodelizado, um imprevisto mas ajustado blues dentro do extravagante esquema de jam de "Bitches Brew" que emerge dele. E o encerramento em 11 minutos de “Things That Happen in a Convertible” com amplos espaços e inconstantes estados de espírito, serve principalmente como uma estrutura para uma impressionante apresentação, habilmente estruturada no solo de Reid.


Para que isto não soe como um exercício anárquico e sem direção, ou algo parecido. Hagans tem estado muitos anos com big bands e valoriza a disciplina. Há método em sua loucura, porém uma excelente loucura.


Faixas: Ornette's Waking Dream of a Woman; The Moon is Waiting; Get Outside; First Jazz; Boo; What I'll Tell Her Tonight; Wailing Trees; Things Happen in a Convertible.
Músicos: Tim Hagans: trompete; Vic Juris: guitarra; Rufus Reid: baixo; Jukkis Uotila: bateria, piano.


Gravadora: Palmetto Records


Estilo : Jazz Moderno


Para conhecer um pouco deste trabalho , assistam ao vídeo abaixo
http://www.youtube.com/watch?v=RngljpoKZg4


Fonte : JazzTimes / Jeff Tamarkin

ANIVERSARIANTES - 26/12






Billy Bean (1933) - guitarrista,


Butch Ballard (1917) - baterista,


Chris Weigers (1957) - baixista,


Guy Barker (1957) - trompetista,


John Scofield (1951) – guitarrista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=ler4KKEcHDY,


Monty Budwig (1929-1992) - baixista

domingo, 25 de dezembro de 2011

KEITH JARRETT – RIO (2011)






“Rio” documenta um dos concertos improvisados de Keith Jarrett pelos quais o pianista é famoso. Como a maioria de tais álbuns, o título refere-se ao local aonde o disco foi gravado, mas a similaridade finda lá, já que os dois discos são um trabalho singular.


36 anos após seu inovador , e que seria um marco, “The Köln Concert (ECM, 1975)”, Jarrett volta com outra obra-prima. Com o tempo, certamente, será um clássico. Enquanto os as gravações anteriores, como “La Scala ECM, 1997)”, foram mais contemplativas e introspectivas, ”Rio” é uma gravação multidimensional que eclode com nuances de alegria e melancolia— e não só por causa da capa, que é incomum para Jarrett e a gravadora. O estilo de noturno da "Part XII" é iluminado com variadas sombras de azul em um luar musical, enquanto, as improvisações circulares e notas hesitantes na "Part IV" são brilhantes, encorpadas e agridoce como o café brasileiro.


O toque de piano de Jarrett é inspirado em várias tradições , variando do free jazz da "Part X", onde seu irascível e toque rápido traz Cecil Taylor à mente, porém com o toque melífluo próprio de Jarrett, ao estilo gospel e em tempo agitado como em "Part V" ,que é enriquecedor e emocionalmente profundo.


Ele expande seu ferramental para incluir sons de outras partes do mundo em "Part VI", um tango com sensualidade e ritmo balançante, enquanto a "Part IX" em estilo Zen japonês, apresenta notas fluindo como harpa, que não é instantaneamente reconhecida como uma peça de Jarrett .


Nada estranho à música clássica ocidental, Jarrett apimenta sua fuga, "Part VIII", com sensibilidades folclórica e do rock, e sua melancólica e romântica sonata , "Part II", com o uso cuidadoso das pausas que são reminiscentes às suas gravações padrão.


No conjunto, seja transitando através dos arpejos angulares e na atonalidade como em "Part I" ou sintonizando os pianistas stride do Harlem em "Part III" ou mesmo explorando um comovente enfoque R&B para as teclas em "Part XI", Jarrett exibe um estilo que é está mais maduro ainda. E este álbum, tão colorido e belo como a cidade que lhe dá o nome, é uma perfeita exaltação ao seu instrumento em vários aspectos.


Faixas: CD1: Part I; Part II; Part III; Part IV; Part V; Part VI. CD2 : Part VII; Part VIII; Part IX; Part X; Part XI; Part XII; Part XIII; Part XIV; Part XV.


Músico: Keith Jarrett: piano.


Gravadora: ECM Records


Estilo: Straightahead/Mainstream


Fonte : All About Jazz /Hrayr Attarian




ANIVERSARIANTES - 25/12






Bob James (1939) - pianista,


Cab Calloway (1907-1994) - vocalista, líder de orquestra,


Don Alias (1939-2006) - percussionista,


Don Pullen (1944-1995) – pianista,


Eddie Safranski (1918-1974) - baixista,


Ernie Andrews (1927) – vocalista,


Jim Robinson (1892-1976) - trombonista,


Joe Louis Walker (1949) – guitarrista,vocalista,


Kid Ory (1886-1973) - trombonista,


Oscar Moore (1912-1981) - guitarrista,


Pete Rugolo (1915) - arranjador,compositor, maestro,


Ronnie Cuber (1941) – saxofonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=I6sRAHpBagc, Wayman Carver (1905-1967) - flautista, saxofonista

sábado, 24 de dezembro de 2011

ANIVERSARIANTES - 24/12



Baby Dodds (1898-1959) - baterista,

Chris McGregor (1936-1990) pianista,

Craig Yaremko( 1978) – saxofonista,

Dave Bartholomew (1920) - trompetista,

Jabbo Smith (1908-1991) - trompetista,

Ralph Moore (1956) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=vQd6OdAa1xk,

Ray Bryant (1931) - pianista,

Woody Shaw (1944-1989) - trompetista

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ANIVERSARIANTES - 23/12






Badi Assad (1966) – violonista,vocalista,percussionista,


Chet Baker (1929-1988) – trompetista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=Gsz3mrnIBd0,


Cristina Buarque(1950) – vocalista,


Esther Phillips (1935-1984) - vocalista,


Frank Morgan (1935-2007) - saxofonista

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

FREDDIE COLE – TALK TO ME






Trinta e cinco anos maravilhosos, Freddy Cole é rivalizado apenas pelo seu companheiro octagenário Tony Bennett na categoria do apogeu. Os dias de Cole transcorreram buscando a distinção do seu irmão Nat. O que permanece é distintivamente e unicamente Freddy: voz granulada e de pouco alcance, mas incomparável (do mesmo modo que Bennett) na arte da espontaneidade e elegância suave. Sem gestos exagerados, sem floreios vistosos, e nunca um movimento artificial ou um sentimento desalinhado, partilhando a habilidade de Billie Holiday para o domínio da sutileza.


Como Holiday, Cole é excepcionalmente bom em explorar profundamente um material menos familiar, porém não menos precioso, verdadeiras joias. Bill Withers, um antigo favorito de Cole, está representado por três vezes com a suave “You Just Can’t Smile It Away” , a solarmente filosófica “Lovely Day” e a docemente tocante “Can We Pretend?” . Todas são estilisticamente rebuscadas pelos convidados especiais Harry Allen e Terell Stafford, ao lado dos estimados companheiros de banda de Cole ; o guitarrista Randy Napoleon, o baixista Elias Bailey e o baterista Curtis Boyd, junto ao pianista John Di Martino. Cole também mergulha no repertório de dois heróis, ecoando a suavidade de Joe Williams em “I Was Telling Her About You” e relembrando Arthur Prysock na divertidamente relaxada “Talk to Me” e uma melancólica “Come Home.”


Ele encerra com um aceno familial, mas não para Nat. O filho de Freddy, Lionel, compôs a simples, mas charmosa “After All These Years” e a a exploração de um confortável romance fala igualmente à magnífica durabilidade de Freddie Cole.


Faixas



1 Mam'Selle 4:37


2 Lovely Day 5:27


3 You Just Can't Smile It Away 3:50


4 I Was Telling Her About You 4:51


5 Can We Pretend? 4:11


6 Talk To Me 4:12


7 Speak To Me Of You 5:04


8 My Imagination 4:00


9 My First Impression Of You 3:43


10 Come Home 4:12


11 After All These Years 4:09




Fonte : JazzTimes / Christopher Loudon




ANIVERSARIANTES - 22/12



Frank Gambale (1958) - guitarrista,

John Patitucci (1959) – baixista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=2iKRT4XnPwg,

Nick Ceroli (1939-1985) - baterista,

Reunald Jones (1910-1989) - trompetista

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

ANIVERSARIANTES - 21/12






Altamiro Carrilho (1924) – flautista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=Fp2lFUC3V2k,


Cameron Brown (1945) - baixista,


Damon Warmack (1975) - baixista,


Dario Boente (1973) - pianista,


Elomar(1937) – violonista,vocalista,compositor,


Frank Zappa (1940-1993) - guitarrista,


Hank Crawford (1934-2009) - saxofonista,


John Hicks (1941-2006) – pianista,


Marco Marzola (1954) - baixista,


Paco De Lucia (1947) - violonista,


Panama Francis – (1918-2001) - baterista,


hil Parisot (19810 - baterista,


Quinsin Nachoff (1973) - saxofonista,


Warren Benbow (1954) - baterista

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

JASON STEIN QUARTET – THE STORY THIS TIME (Delmark)






Jason Stein, clarinetista baixo, foi para Chicago seis anos atrás e não perdeu tempo em obter vantagem da variedade de oportunidades musicais da cidade, a despeito ou talvez por causa da escolha heterodoxa do seu instrumento. Ele trabalhou com o saxofonista Ken Vandermark em “Bridge 61” e como o oboísta Kyle Bruckmann em sua banda Wrack em seu trabalho de rock que encontra a música de câmara.


A estreia de Stein como líder de um grupo de jazz é preenchida com energia e plenos recursos que traz das suas diferentes experiências. Suas linhas musicais entrelaçadas com o saxofonista /contrabaixista Keefe Jackson em “Laced Case” (uma composição de Stein ) e em “Palo Alto” de Lee Konitz é conduzida por uma trajetória inventiva, apresentada em tempos rápidos. A rica e flexível entonação de Stein vem a ser o foco. Entretanto, a seção rítmica formada pelo baixista Joshua Abrams e o baterista Frank Rosaly providencia surpresas consistentes que podem passar rapidamente da quietude para a completa mudança de direção. Ao lado das canções de Stein, o grupo interpreta poucas composições de Thelonious Monk , junto com a afinidade deles com o repertório de Lennie Tristano-Konitz-Warne Marsh . As peças mais tranquilas foram mais uma vez reconhecidas como impetuosas, às vezes com caráter abstrato, porém nas mãos deste quarteto vêm a ser uma fonte de alegria.


Faixas


1. Background Music 2:42


2. Laced Case 9:16


3. Little Big House 8:11


4. Skippy 6:01


5. Badlands 8:23


6. Palo Alto 5:34


7. Hatoolie 6:14


8. Gallop's Gallop 5:53


9. Hoke's Dream 7:40


10. Work 3:22


11. Lennie Bird 3:04




Fonte : Downbeat / Aaron Cohen

ANIVERSARIANTES - 20/12






Arne Domnerus (1924-2008) – clarinetista,saxofonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=oMz8euabzvA,


Ehud Asherie (1979) - pianista,


George V Johnson Jr (1950) - vocalista,


John Hardee (1918-1984)- saxofonista,


Larry Willis (1940) - pianista,


Pete Levin (1942) - tecladista

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

AS CANÇÕES






Para quem gosta de música, uma boa opção é o documentário As Canções de Eduardo Coutinho (na foto), diretor que tem colocado um olhar singular neste gênero cinematográfico. Já está em cartaz em Salvador. Segue crítica publicada na CartaCapital, escrita por Orlando Margarido:


" As canções pode ser analisado como um confluência dos interesses do cineasta na última década. Neste documentário, temos dispositivo semelhante a Jogo de Cena , quando a câmera se abre a anônimos e atores profissionais interpretando aqueles para contar seus dramas pessoais. Agora há apenas desconhecidos e em vez de somente falar eles também cantam. Se o recurso no filme anterior subverteu a gênese documental, agora temos uma relação mais acomodada, mas não menos instigante. Coutinho quer tratar da importância da música na vida das pessoas e não estará enganado quem se lembrar do contagiante personagem de Edifício Master que interpreta My Way. O interesse também não perde de vista as histórias cotidianas dos personagens e nesse sentido faz ligação com a investigação iniciada em Santo Forte e seguida em títulos posteriores como Babilônia 2000.


A relação, a bem da verdade, passa mais ao largo do que se pode depreender dos depoimentos. Aqui o que interessa é pinçar a emoção provocada por determinada canção, em geral em circunstâncias e passagens dolorosas ao entrevistado. Simbólica é a fala do rapaz que chora ao lembrar a mãe morta e a música preferida dela. Em geral, o repertório integra mais a noção popular do cancioneiro brasileiro do que a sofisticada MPB, embora essa compareça com Noel Rosa e Chico Buarque. Roberto Carlos e outros integram o roteiro da dor de cotovelo, razão maior da memória musical de vários perfis."

ANIVERSARIANTES - 19/12






Abigail Riccards (1980) – vocalista,


Aziza Mustafa Zadeh (1969) - pianista,vocalista,


Bob Brookmeyer (1929) – trombonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=Rj-_nqyZiMc,

Bobby Timmons (1935-1974) – pianista,

Ed Bennett (1951) - baixista,

Edith Piaf (1915-1963) - vocalista,

Eric Marienthal (1957) – saxofonista,

Jacques Lesure (1962) - guitarrista,

Joe Traina (1963) - clarinetista,

Kerry Politzer (1971) - pianista,

Lenny White (1949) - percussionista,

Lu Watters (1911-1989) – trompetista,líder de orquestra,

Mão de Vaca(1930-1996) – violonista,guitarrista,

Milcho Leviev (1937) - pianista,

Tevet Sela (1975) - saxofonista

domingo, 18 de dezembro de 2011

FRANCESCO CAFISO – MOODY´N (2011)






"A juventude será adequada". Isto que foi dito descreve apropriadamente o meteórico crescimento que o sucesso do saxofonista alto, siciliano, Francesco Cafiso tem conquistado desde que passou a ser um "profissional" aos nove anos de idade. Com “Moody 'n”, Cafiso mergulha profundamente nos princípios do BeBop tocando um punhado de clássicos e demonstrando o desafio de um jovem e a refinada maturidade musical que está além da sua idade.


O legado do saxofone alto no BeBop é extenso e vigoroso,uma espécie de padre-nosso de Charlie Parker e seus “coroinhas” Sonny Stitt e Jackie McLean complementado por Art Pepper, Phil Woods e o esfuziante mensageiro atual, Richie Cole. Cafiso apresenta uma certa quantidade de ousadia para um saxofonista alto que oferece músicas associadas a Bird e as grava. E, quando aquelas composições são apresentadas próximas do impecável dentro do contexto e na qualidade, Cafiso favorece à sua solidificação como um saxofonista em ascensão.


Cafiso é um mestre da técnica que pode resplandecer através de mudanças de acordes com precisão e irresistível desenvolvimento de ideias musicais, raramente utilizando clichés. O grande Phil Woods, que “descobriu” Cafiso quando adolescente , disse uma vez, brincando, referindo-se à perícia técnica de Cafiso: "Eu gostaria de quebrar seu braço". "Al-leu-cha" acende a chama no tempo arriscado com o trompetista Dino Rubino explodindo e atraindo Cafiso para seguir o exemplo. Os artistas trocam eletrizantes oitavas em uma demonstração de mágica proficiência. Rubino é o perfeito realce à la "Dizzy" para a incursão de Cafiso à la Charlie Parker em "Barbados" e "Steeplechase". É maravilhoso observar a dupla.


É interesante notar que o quarteto não tem bateria . O pianista Giovanni Mazzorino e o baixista Rosario Bonacorso sustentam a linha de frente magnificamente com vigor rítmico e suporte harmônico. Suas interações com Cafiso e Rubino incrementam cada música e nunca impõe-se ou intromete-se nas melodias ou solos. Mazzorino e Bonacorso demonstram excelência nos solos.


O som do sax alto de Cafiso é mais clássico que puro bop. Mais Marcel Mule que Jackie McLean, porém, seus sensos rítmico e criativo são fantásticos ("Whisper Not"). Seus tempos mais lentos flutuam e rolam com reserva , o que não é pouco para um músico com uma rica proficiência no peito e poderosa técnica.


Há composições de Cafiso neste trabalho, cada uma interessante em seu próprio jeito. "Moody'n" expõe luminarmente o desenvolvimento melódico veloz de Cafiso. Coberto com o pulsar do baixo de Bonacorso. A melodia é uma empolgante obra-prima de sax alto. "In a Ghost Way of Love" é contrapontística, sombria e misteriosa como Thelonius Monk, mais apropriamente que romanticamente melosa. É bela de maneira ímpar, como é "Mr. Knom's Hats". "Secret Ways of Invisible Beauties" apresenta suntuosos acordes do pianista Mazzorino entre silêncios. Cafiso demonstra domínio em tons mais extensos no que é um belo trabalho melancólico. A distinção entre isto e a inclinação pela ferocidade do toque veloz de Cafiso é enorme e dá a perspectiva da extensão do seu talento.



"Moody'n" demonstra o júbilo e os desafios musicais do BeBop. Com este CD, Cafiso e companheiros apaixonadamente saudam os mestres e adverte-os que a influência do BeBop é fina na brilhante velocidade das mãos e claramente brilhante.


Faixas: Strollin,' Al-leu-cha, Whisper Not, Moody'n, In a Ghost Way of Love, Milestones, Mr. Knom's Hats--Introspectaball, Secret Ways of Inviolable Beauties, Barbados, Steeplechase.


Músicos: Francesco Cafiso: saxofone alto; Dino Rubino: trompete, flugelhorn; Giovanni Mazzorino, piano; Rosario Bonacorso: bateria.


Gravadora: Verve Music Group


Estilo: Jazz Moderno


Fonte : All About Jazz /Nicholas F. Mondello




ANIVERSARIANTES - 18/12






David Marriott, Jr. (1973) - trombonista,


Eddie “Cleanhead” Vinson (1917-1988) – saxofonista,vocalista,


Fletcher Henderson (1897-1952) - pianista,líder de orquestra,


Harold Land (1928-2001) – saxofonista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=R1RzowIGBuU,


Márcio Bahia(1958) – baterista,


Oliver Timmons (1956) - tecladista,


Pee Wee Crayton (1914-1985)- guitarrista,


Wadada Leo Smith (1941) - trompetista

Uma porção do Brasil torce pelo fracasso de João Gilberto


A crônica dos ingressos "encalhados" da turnê 80 Anos, Uma Vida Bossa Nova, de João Gilberto, revela uma estranha incompatibilidade do maior artista popular brasileiro com seu País. Bem explicado, com uma porção cavalgadura do Brasil. Sabe-se que, por conta de uma gripe e de transtornos na produção, seus espetáculos foram adiados até o cancelamento final.
Como comprovam pencas de reportagens e comentários nas redes sociais, João Gilberto precisava fracassar. O confinamento, o desprezo à ordem das celebridades, a essencialização de uma arte e o radical sacerdócio, em mais de 50 anos de carreira, tornaram-no um inimigo da previsibilidade do show business e dos fervores justiceiros do jornalismo. João Gilberto precisa fracassar para que prevaleça alguma lógica, por vezes chamada de "respeito ao público". O que não parece faltar em suas criações rítmicas.
Em setembro, dois dias depois do início da vendagem dos ingressos da turnê (iam de R$ 500 a R$1.400), em quatro capitais brasileiras, trovejaram as primeiras reportagens sobre o "encalhe" e a "frustração" dos produtores.
Não se conhece, na imprensa brasileira, semelhante preocupação com o desempenho da bilheteria de qualquer outro artista popular vivo. E o fluxo de suspeitas sobre a viabilidade dos shows não cessou, seguindo a antiga tendência de folclorização, agora verificada no escárnio à sua gripe; meses antes, na torcida por seu despejo de um apartamento no Leblon, onde se negava a receber os operários de Madame Proprietária. Nem Roberto Carlos, hen-hen-hen, resistiria a tamanha urucubaca.
O próprio ato de falar de João Gilberto, sem apelar para o folclore, virou uma ofensa a certa nacionalidade ferida por sua recusa minimalista ao convencional. Acredita-se que, além de uma forma nova de tocar violão, ele inventou a excentricidade. O irascível Frank Sinatra, a quem se permitia ficar gripado, ao menos literariamente, não era dos mais dispostos a afagar a vizinhança. Fosse brasileiro, mereceria uma permanente avacalhação.
No lançamento do seu último disco, Chico Buarque ridicularizou a contento o ódio dos comentários anônimos na internet. Algumas mensagens ofensivas a João Gilberto, dirigidas a esta redação, não deixam de impressionar pelo tom dos relinchos:
1. "Não sei porque idolatram tanto esse cidadão, uma voz irritante, cheio de chiliques, se acha o ser supremo da MPB e nem é, realmente lamentável que esse pais de ignorantes ainda pague rios de dinheiro para alguém desse tipo, para mim ele nunca contribuiu em nada nessa vida, não faz a menor falta para ninguém, e agora mais um titulo para ele: CALOTEIRO. Não paga aluguel e não quer deixar o imóvel, um lixo esse homem".
2. "Esse João Gilberto é o maior enganador que eu já vi na vida... não canta nada, não toca nada, é um chato de galocha e ainda fica todo mundo endeusando ele... Ahhh...vai te catar!".
3. "Galera, não sei pq acham esse cara um artista... Sério, sempre que o vejo cantar me dá vontade de arrancar o violão da mão dele e arrebentá-lo na cabeça".
4. "Quem disse para o João Gilberto que ele canta e compõe? Acho que ele paga para ser gravado e visto".
5. "A bossa nova foi criada para aqueles que não sabiam cantar. Enchem muito a bola desse individuo que se acha um Deus."
Afinal, que mal João Gilberto faz ao Brasil?
Somente em 2011, recebeu propostas de shows em oito países, da Rússia à Argentina. Chato. Na última turnê brasileira, o guitarrista inglês Eric Clapton revelou que sonhava em tocar com... João Gilberto. "Ele é fantástico. Mas também sei o quanto é difícil de ser encontrado", tietou. Que chato. Dúzias de artistas internacionais, como Frank Sinatra, já pediram para encontrá-lo. Ciceroneados no Brasil pelo romancista Jorge Amado, em 1960, Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir não tiveram a sorte de ouvi-lo na primeira encarnação. João não foi. E não deve ter havido outra chance, pois o casal não dava pelota para a vida póstuma.
Madonna, que costuma cobrar ingressos baratos, transmitiu o recado de que desejaria cantar "Garota de Ipanema" acompanhada do violão daquele brasileiro chato. Ela ficou vidrada em um disco: "João". Em 1994, no Rio de Janeiro, o cantor norte-americano Tony Bennett, certamente desavisado do refinamento da hidrofobia anti-João Gilberto, confessou: "Adoraria que ele participasse do meu show". "O comportamento intimista de João Gilberto foi fundamental para a divulgação da Bossa Nova no mundo", acrescentou Bennett.
Em 2008, no Carnegie Hall, em Nova Iorque, um público de 2.800 pessoas o aplaudiu de pé, antes do início do show e de ouvir sequer um "boa noite". Bem chato. Em 2004, João Gilberto não parou de reclamar das falhas técnicas do som desse mesmo templo da música americana, onde houve o histórico concerto da Bossa Nova, quatro décadas antes. "Somebody come for help!", implorava o cantor. Milhares de chatos aplaudiram o profissionalismo do chato-rei. Onde eles estavam com a peruca?
Falando na lendária sessão bossanovista de 1962, no Carnegie Hall, um trecho de "Chega de Saudade", de Ruy Castro, demonstra o quanto o baiano de Juazeiro chateava alguns dos maiores talentos do jazz: "O encerramento em grande estilo estaria a cargo - que dúvida! - de João Gilberto. Afinal, era para ouvi-lo que estavam na plateia nomes ilustres como Tony Bennett, Peggy Lee, Dizzy Gillespie, Miles Davis, Gerry Mulligan, Erroll Garner e Herbie Mann".
Ainda hoje, fora do Brasil, os Estados Unidos são a maior fonte de rendimento dos direitos autorais de João Gilberto. Em todo o planeta, dos elevadores aos restaurantes, da trilha do filme "Prenda-me Se For Capaz" (de Steven Spielberg) à da série "Sex and the City", suas canções são ouvidas por quem possui sensibilidade e alguma medida de poesia. Produtor musical do álbum "João, voz e violão", Caetano Veloso - e muitos de seus pares - o estima como "o maior artista da música popular brasileira de todos os tempos".
Para matar você aí de raiva, ou de amor, Miles Davis definiu: "Ele pode até ler jornal que soa bem."
Estranhamente, esse gênio celebrado por bípedes do mundo inteiro não frequenta as listas dos músicos mais tocados nas rádios brasileiras. O mundo deve estar errado - e o Brasil, certíssimo. Os espectadores do Credicard Hall, em São Paulo, que o vaiaram em 1999 pelas mesmas queixas técnicas, devem achar o Carnegie Hall um reduto de implicantes.
Por mais que seja atraente falar do "suicídio" do gato de João Gilberto (e não se deve perder o humor), não faltam perspectivas menos folclóricas para abordar a sua obra. Esta semana, depois de uma refrega judicial de 14 anos, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) acolheu, por maioria, o pedido de indenização de João Gilberto contra a gravadora britânica EMI, reconhecendo os danos morais provocados pelos erros na remasterização de seus discos.
Os álbuns clássicos "Chega de Saudade" (1959), "O Amor, o Sorriso e a Flor" (1960) e "João Gilberto" (1961) continuam fora do mercado fonográfico. Alguém aí falou em "respeito ao público"? Em 1992, à revelia do autor, a EMI reuniu os três bolachões e o EP "Orfeu da Conceição" num único CD, "O Mito". Apesar de sua relevância para a música brasileira, o julgamento do STJ ganhou uma repercussão discreta. A briga ainda deve durar, mas já percorreu boa parte do percurso jurídico.
João Gilberto nunca deixou de traduzir o Brasil, de modernizá-lo em suas recriações musicais, solitariamente entregue a um projeto irrealizado de País. Que não abra a porta, é outra história. Maravilhosa história.
Vaia de bêbado não vale.

Claudio Leal (Terra Magazine, 15/12/2011)

sábado, 17 de dezembro de 2011

JAY ASHBY/STEVE DAVIS – MISTAKEN IDENTITY






Sem dúvida, o modelo desta sessão dupla de trombone é proveitosa. Apropriado para ouvir Jay Ashby nesta combinação, adequado para se deixar levar pela audição de Steve Davis. Porém após isolar as individualidades em “Mistaken Identity” com um pouco de contorcionismo , apenas sente e desfrute deste encontro de metais aconchegante e de alto nível. Os dois veteranos se engajam em uma encantadora série de colaborações inspiradas em composições próprias e standards. O clima é relaxado, as harmonias buriladas, e a camaradagem não poderia ser mais evidente.


De fato, entre os pontos altos do álbum está o tema de Neal Hefti, “The Odd Couple”, que ilustra como a fluidez e a expressividade de Ashby e Davis são complementares. Tamanha harmonia não vem como novidade , já que a dupla tem trabalhos com Slide Hampton e o World of Trombones dentre outros grupos.


Desnecessário dizer, os fãs do ponto de referência das gravações de duos de trombone feitas por J.J. Johnson e Kai Winding encontrarão considerável prazer aqui. Ademais não há nada tedioso derivado dos arranjos, que generosamente apresentam um revezamento de músicos, que inclui o pianista David Bryant, o guitarrista Marty Ashby, os baixistas Dwayne Dolphin e Brian Stahurski e os bateristas Roger Humphries e Tom Wendt. Ao lado da composição de Hefti, as peças compostas por Ashby (a suingante “Double Take”), Davis (a acalorada “Choices”) e Gerry Niewood (com pegada bop “Tootin’ for Toots”) são maravilhosamente revisitadas, parcialmente porque atuam com os metais em uníssono e parcialmente porque Bryant brilha consistentemente.


Faixas


1. Mistaken Identity 5:33


2. Double Take 5:45


3. Chega De Saudade 5:27


4. Nina Never Knew 5:49


5. Choices 7:28


6. Tootin' For Toots 4:24


7. The Odd Couple 5:37


8. Spirit Waltz 7:48


9. Stablemates 5:48


10. One For All 5:43




Gravadora: MCG Jazz


Fonte : JazzTimes / Mike Joyce