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sábado, 7 de abril de 2007

JAZZISTAS ITALIANOS - PARTE 1


A Itália é considerada o mais forte campo para o jazz após os Estados Unidos. A JazzTimes desafiou os jazzófilos americanos a citar três jazzistas italianos . Eles aproveitam a brincadeira , e citam quatro pianistas : Enrico Pieranunzi , Stefano Bollani , Riccardo Arrighini e Danilo Rea . Acrescenta que se vivessem em Nova York , estariam no time dos melhores pianistas da cena jazzística . Iniciaremos a apesentação com Enrico Pieranunzi .

É o mais velho do grupo . Como os demais , é formado em piano clássico . Também , como os outros , descobriu o jazz na adolescência . “Eu gosto de Bach , como de Bill Evans .Gosto de Mozart , como de Paul Bley. Para mim , música para piano é música para piano .” diz Pieranunzi . É autodidata em improvisação , e fala sobre sua aprendizagem estudando as gravações de Erroll Garner . Sua mais importante influência foi Chet Baker , com quem trabalhou na década de 80 .

“Chet e eu trocamos , talvez , dez palavras em todos os anos . Eu o conhecia .”, declara Pieranunzi . “Nós não falávamos sobre qualquer coisa , apenas sobre os títulos das canções . Antes de encontrar Chet Baker , eu era um músico extrovertido , mas Chet tocava poucas notas , só as essenciais . Era muito melódico , e ajudou-me a aprender algo muito difícil . Fazer o piano cantar ".

Os discos de Pieranunzi são mais fáceis de encontrar nos Estados Unidos , pois são distribuídos pelo selo ComJazz . Ele trabalhou por anos nos estúdios cinematográficos de Roma . Três dos seus melhores trabalhos são de música para cinema : Play Morricone , Play Morricone 2 e Fellini Jazz . Seu recente CD “Ballads” e o duplo “Live in Paris” estão entre os essenciais para discos de trio . Pieranunzi tem uma técnica impressionante e é criativo dentro de uma proposta simples : Fazer o piano cantar .
Fonte JazzTimes / Thomas Conrad

2 comentários:

Chico Oliveira disse...

Com a explosão do "Rock and Roll" no final da década de 50 nos EUA, muitos músicos de jazz tiveram seus postos de trabalho ameaçados. Segundo o Milton Nascimento "o artista tem que estar onde o povo está", e os jazzistas americanos foram obrigados a perceber o sentido da frase citada de forma dolorosa. Já no início dos anos 60, muitos jazzistas fixaram residência na europa, podemos destacar dois em especial, Chet Baker e Dexter Gordon. "Dex" e "Chet" com toda carga que agregavam não poderiam deixar passar em branco suas passagens pelo velho continente. Eis que efetivamente se estabeleceu o jazz Europeu. "Dex", conentrou-se na parte nórdica e exercendo grande influência do desenvolvimento de um jazz de altíssimo nível, inclusive nós baianos conhecemos bem um fruto desta plantação, Frederik Norev - Aquele mesmo da conexão Suécia-Bahia, ele tocou com Dexter Gordon. Chet Baker, após ser expulso em quase toda europa por uso e abuso de drogas, foi se parar na Itália, país no qual não apenas fixou residência como também passou salvo engano três anos preso. A estada de Chet Baker pela europa foi dispositivo para o aparecimento de grandes músicos, sobretudo na Itália, particularmente eu citaria dois, Enrico Pierannuzi que já foi muito bem apresentado aqui e Nicola Stilo, que muitos baianos conhecem perfeitamente, ele esteve por aqui nos anos 80. Nicola é um músico incomum em toda expressão da palavra, multiinstrumentista, herdou de Chet Baker a habilidade em produzir melodias de forma quase inesgotável, talvez seja um dos maiores flautistas da atualidade. Nicola pode ser escutado num disco belíssimo chamado "Duos", um saboroso "bolo", feito a quatro mãos com ninguem menos que Toninho Horta, esse dispensa comentários.

Para uma banda italiana de jazz no nível que o "Bexiga" merece, poderíamos citar o baterista Aldo Romano, que também tocou com Chet e herdou a arte em formar jovens músicos. Procurem o disco "Entrevista" que tem a participação do guitarrista baiano Nelson Veras - Referência mundial na guitarra diga-se de passagem.

Visitando a minha gaveta de predileções, não poderia deixar de citar um outro fruto em se tratando de jazz italiano, o saxofonista Stefano di Battista, certamente um dos dez melhores saxofonistas do planeta atualmente. Jazz italiano - Tutto Benne!

Chico Oliveira.

Edson Santos disse...

Valeu , Chico !