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sexta-feira, 26 de julho de 2024

SULLIVAN FORTNER - SOLO GAME (Artwork)

Sob a mentoria de Fred Hersch e Jason Moran, e produzido por Hersch, “Solo Game” coloca o pianista Sullivan Fortner, realmente, em um bom lugar. Isso é antes mesmo da música começar. Então começa com um solo astuto e moderado na animada "Don't You Worry 'bout a Thing”, de Stevie Wonder, colocada na lista das melhores de 1973, enquanto dá dicas sutis para a viagem à frente, forjada pelo eu quixotesco de Fortner.

Fortner, que tem desenvolvido constantemente uma discografia que inclui a gravação do seu próprio quarteto Aria (Impulse!, 2015), um período de sete anos com Roy Hargrove, e sessões escolhidas com Paul Simon, Cecile McLorin Salvant (que adiciona sua magia etérea aos "Tubular Bells" como "Snakes and Ladders"), e Melissa Aldana apenas para nomear uns poucos. Com seu perfeito tom e clássica abordagem a passos largos, o pianista tem uma longa e ilustre carreira pela frente.

Uma abordagem outonal temperada para "I Didn't Know What Time it Was" de Richard Rodgers desmente a idade de Fortner. Há um claro senso de ânsia, mas sabendo que os anos revelam como serão. A produção de Hersch é imaculada, lançando luz sobre a visão claramente articulada de Fortner — uma abordagem nova e mais segura das coisas que são bonitas em detrimento da conveniência, coisas com presença eterna.

O pianista faz o que todos os grandes artistas inovadores e verdadeiros criadores fazem (não são derivados do Tik Tok). Eles desafiam a si mesmos e elevam-se bem acima desse desafio. Assim, "Congolese Children" de Randy Weston soa totalmente concebida e integral, assim como a deliciosa "Once I Loved" de Antônio Carlos Jobim. Fortner está tão ciente daqueles que dominaram as chaves antes dele mwamo no momento em que chegamos a brincadeiras singularmente maleáveis ​​​​com a saltitante 'Cute' de Neil Heftiand, com o neo-ragtime "This Is New" de Kurt Weill, que visões de Art Tatum e Bud Powell estão dançando em nossas cabeças.

Esses empreendimentos individuais podem às vezes ser exagerados — pense na “Restoration Ruin (Vortex, 1968)” do jovem Keith Jarrett —porém “Solo Game” na maior parte evita aquelas quedas juvenis. Embora tenha seus momentos forjados, tal como em "It's A Game" — a segunda faixa no Disco Dois— demora um pouco demais, previsivelmente. Aqui o pianista utiliza vários instrumentos incluindo vibrafone, celesta, chime tree (NT: Um instrumento de percussão que consiste em muitos pequenos sinos – normalmente cilindros de metal sólido com aproximadamente 6 mm), Moog, Vocoder, Rain Maker, Hammond B3 e batedor de ovos. Inteiramente composto por Fortner, a ressaca taciturna em forma de poço "Snakes and Ladders" é vítima, mais uma vez, de sua extensão. "Hounds and Jackals" por outro lado é bem curta. "Space Walk " é como a nova geração assistindo 2001: Uma Odisseia no Espaço. Porém, dada a gravidade de “Solo Game”, isso é realmente picuinha. Estes dois discos estão além de qualquer questão e vale o tempo que leva para ser puxado para sua órbita graciosa e sustentável.

Faixas:

CD 1: Don't You Worry About a Thing; I Didn't Know What Time It Was; Congolese Children; I'm All Smiles; Invitation; Once I Loved; Cute; This Is New; Come Sunday.

CD 2: Power Mode; It's a Game; Snakes and Ladders; Hounds and Jackal; King's Table; Stag; Cross and Circle; Space Walk; Valse Du Petit Chien; Fred Hersch, Notes on Solo; Jason Moran, Notes on Game.

Músicos: Sullivan Fortner - piano; piano (Steinway B), palmas, shakers, Canopus Bass Drum, gongo mongoliano (2); Kyle Pool: palmas (2-2); Cecile McLorin Salvant: vocal (2-3).

Fonte: Mike Jurkovic (AllAboutJazz)

 

ANIVERSARIANTES - 26/07

Charli Persip (1929-2020) - baterista,

David Tygel (1949) – violonista,vocalista,

Dia DiCristino (1980) – vocalista,

Erskine Hawkins (1914-1993) – trompetista,

Fay Victor (1965) – vocalista,

Gus Aiken (1902-1973) – trompetista,

Joanne Brackeen (1938) – pianista,

Kobie Watkins (1975) – baterista,percussionista,

Larry Schneider (1949) – saxofonista,

Louie Bellson (1924-2009) – baterista,

Moacir Santos(1926-2006) – saxofonista,maestro,compositor (na foto e vídeo), http://www.youtube.com/watch?v=Kuz7557Zhuo,

Patti Bown (1931-2008) – pianista,

Sérgio Reze (1966) – baterista,

Wayne Krantz (1956) - guitarrista

 

quinta-feira, 25 de julho de 2024

RAY GALLON - GRAND COMPANY

O segundo disco do pianista Gallon como líder coloca-o em ‘grande companhia’ na verdade, mas ele conhece bem o trabalho de seus ilustres colegas, os três tendo tocado juntos em vários grupos de Carter no final dos anos 1980.

Há uma leve sensação aqui de Gallon tentando um pouco demais com um punhado de standards para fazê-los parecer novos, a abertura irregular da primeira faixa, ‘Drop Me Off In Harlem’, é um caso em foco. Mas onde ele acerta é nas suas composições originais. As alegrias vivas de ‘Acting Up’ contrastam com a atmosfera misteriosa habilmente evocada de ‘Zombette’, enquanto o ritmo lento de ‘Two Track Mind’ remonta à tradição do blues. Nesta peça em particular, Ron Carter mostra como moldar uma linha de baixo exemplar, cada nota soando no lugar certo, mas nem sempre sendo o que você esperaria, e como bônus seu solo é belamente formatado e complementa a originalidade do trabalho do piano.

Nash segue com um solo de bateria que mostra que ele captou muitas nuances rítmicas dos solos dos outros dois. A última inédita do álbum, 'Monkey Bars', oscila entre o compasso 6/8 e 3/4, mas mantém a veia de originalidade que percorre a escrita de Gallon e nos leva suavemente ao padrão mais tocado do disco, ' Old Folks’. No geral, mostra um pianista que merece ser reconhecido como uma “grande companhia”

Faixas

1.Drop Me Off In Harlem 05:48

2.Acting Up 04:48

3.Zombette 06:08

4.Two Track Mind 05:25

5.Nardis 05:36

6.Pins And Needles 04:53

7.If I Had You 06:21

8.Monkey Bars 05:42

9.Old Folks 07:31

 Músicos: Ray Gallon (piano); Lewis Nash (bateria); Ron Carter (baixo).

Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=umQ5nLlRdL8

Fonte:  Alyn Shipton (JazzWise)

 

ANIVERSARIANTES - 25/07

Alan Gaumer (1951) – trompetista,

Annie Ross (1930-2020) - vocalista,

Brian Blades (1970) – baterista,

Darnell Howard (1895-1966) – clarinetista,

Fletcher Allen (1907) – clarinetista, saxofonista,

Happy Caldwell (1903-1978) – clarinetista,saxofonista,

Jacob Melchior (1970) – baterista,

Johnny Hodges (1907-1970) – saxofonista,

Johnny Wiggs (1899-1977) – cornetista,líder de orquestra,

Luís Cláudio Ramos (1949) – violonista,

Marília Medalha (1944) – vocalista,

Mike DiRubbo (1970) – saxofonista (na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=Rj3jhjrIAcI,

Nelson Sargento (1924-2021) – vocalista,compositor,

Sueli Costa (1943) – vocalista,violonista,

Sylvester Weaver (1897-1960) - guitarrista

 

quarta-feira, 24 de julho de 2024

MIKE DiRUBBO - INNER LIGHT (Truth Revolution Records)

Em seu 10º álbum como líder, o saxofonista alto Mike DiRubbo, baseado em Nova York, lidera um novo quarteto, apresentando o organista Brian Charette, o baterista Jongkuk Kim e o guitarrista Andrew Renfroe. Há uma coisa definida entre eles acontecendo desde o início em “Inner Light”, um programa de uma hora de música inovadora com raízes que remontam a décadas. E essa coisa – uma soma coletiva de suas experiências e interconexões pessoais e musicais – permite que eles alcancem um som de grupo como nenhum outro. Estes rapazes realmente sabem como trabalhar os acentos e justaposições dos tempos fortes e positivos das nove composições de DiRubbo e duas não originais (“Straight Street” de John Coltrane e o standard “Dearly Beloved”) que eles interpretam aqui. O quarteto entra em alta velocidade imediatamente com a abertura “JK in NYC”, conforme o ousado alto de DiRubbo emerge com seu forte ataque e coloca o trem em movimento, enquanto Charette dá uma aula magna de Hammond e isso é tão rude quanto religioso. O quarteto interpreta uma extensa quantidade de chão musical, ganhando impulso e aumentando a intensidade de uma faixa para outra, estabelecendo um longo fluxo de tensão e liberação, que parece se autoimpulsionar. Não há nada sentimental com esta música. Tudo é tocado deliberadamente, com o tipo de convicção que atrai o ouvinte, coloca tudo em risco e não pede desculpas. Infla com confiança. Pesado em sopros apaixonados e repleto de surpresas complicadas, “Inner Light” vai te levar por um longo tempo a uma jornada evocativa onde a clareza encontra a verdade complexidade e espiritual, que é a destinação final.

Faixas

1.JK in NYC 04:13

2.Scrollin’ and Trollin' 03:45

3.The Muse 08:21

4.Bethune Street 05:41

5.Love the Same 06:08

6.Inner Light 06:27

7.Brand New 06:39

8.Straight Street 05:48

9.The Moment Before Sunrise 07:34

10.Campania 03:40

11.Dearly Beloved 06:35

 Para conhecer um pouco deste trabalho, assistam ao vídeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=1xIDMNa_kk8

Fonte: Ed Enright (DownBeat)  

 

ANIVERSARIANTES - 24/07

Ahmad Alaadeen (1934) – saxofonista,

Barry Romberg (1959) – baterista,

Bert Van Den Brink (1958) – pianista,

Billy Taylor (1921-2010) – pianista(na foto e vídeo) http://www.youtube.com/watch?v=59J6x6MInPw&feature=relmfu,

Bob Eberly (1916- 1981) - vocalista,

Charles McPherson (1939) – saxofonista,

Frantisek Uhlir (1950) – baixista,

Ian Carey (1974) – trompetista,vocalista,

James Zollar (1959) – trompetista,

Jon Faddis (1953) – trompetista,

Mike Mainieri (1938) – vibrafonista,

Tim Horner (1956) - baterista

 

terça-feira, 23 de julho de 2024

JEAN-MARC HEBERT - L'ORIGINE ECLATEE

O terceiro álbum do guitarrista, residente em Montreal, Jean-Marc Hebert, “L'Origine Eclatee”, soa como algo do catálogo da ECM Records. Ele está reunido ao trompetista Lex French, ao baixista Morgan Moore e ao baterista Pierre Tanguay, formando uma atmosfera paciente e moderada de jazz de câmara que abre o primeiro dos originais de Hebert, "La Deteinte". A música brilha. O eufemismo é o plano do dia, embora a força do som aumente. Isso é assustador, como algo que o trompetista Arve Henriksen (que conhece bem a ECM) pode criar?.

O título da música transpira uma bela melancolia. A mistura mostra todo mundo, sem qualquer arrogância. A música, as composições e o humor é o que importa. O trompete francês emite uma atmosfera de Miles Davis em “L'ascenseur Pour L'echafaud (Verve, 1958)”. A forca nos espera.

A atmosfera sustentada da música, do início ao fim, é uma grande vantagem. Este é um quarteto compatível. Soa como eles respiram juntos, como se suas pulsações estivessem sincronizadas, suas ondas cerebrais misturadas enquanto algum fogo arde no som de "Sur L'Autoroute". Em "Sequence mouvante", Hebert inicia com algumas extensas eletrotécnicas, que envolve uma vibração folclórica como Bill Frisell.

A atmosfera sombria é misturada com balanços sutis, segmentos de músicas que não soaria fora do lugar no repertório do final dos anos 50 e início dos anos 60 da então rádio AM do amigável gênero surf rock. Jean-Marc Hebert ouviu Dick Dale and the Deltones ou Link Wray? Talvez não. Mas dentro da meditação lenta, pedaços de vida brilhante, ganchos cativantes e otimismo podem ser encontrados, dispostos com um toque sutil.

Faixas: La déteinte; L'Origine éclatée; Séquence mouvante; Terre rouge (trio); L'Attente; Deux ombres; Sud-Ouest.

Músicos: Jean-Marc Hebert (guitarra); Lex French (trompete); Morgan Moore(baixo); Pierre Tanguay (bateria)

Fonte: Dan McClenaghan (AllAboutJazz)