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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Paul Desmond (1924-1977) - Sax


Dono de um som limpo, suave e extremamente lírico, o sax alto Paul Desmond teve sua carreira de alguma maneira sombreada pelo sucesso de Dave Brubeck, com quem tocou grande parte de sua vida e com o qual tornou sua composição Take Five em estrondoso sucesso e tema obrigatório para os amantes do jazz.

Nascido em São Francisco, Paul Emil Breitenfeld, (mudou mais tarde para Desmond, por considerar mais sonoro) começou tocando a clarineta no colégio, e só foi tocar o sax alto sete anos mais tarde ao entrar para o exército, onde passou três anos tocando com a banda militar.

Foi lá também que Desmond conheceu seu grande parceiro musical, Dave Brubeck, um jovem e entusiasmado pianista que logo chamou sua atenção por suas concepções harmônicas. Os dois só voltariam a se ver anos mais tarde. Terminada a guerra os dois se encontraram por acaso no Geary Cellar em São Francisco, ali retomaram a amizade e iniciaram o que estaria por vir.

Tocaram juntos de 1951 à 1967, excursionaram mundo afora diversas vezes, tocando 300 concertos por ano e tinham um contrato com a gravadora Columbia para gravar quatro discos por ano. Em 1959 Desmond gravou Take Five, o primeiro single de jazz a vender um milhão de cópias. Esse tema garantiu royalties ao saxofonista pelo resto de sua vida.

Com a dissolução do quarteto em 67, Desmond pôs seu instrumento de lado e praticamente se aposentou aos 43 anos quando começou a dedicar-se a escrever contos e um livro de memórias cômicas dos tempos de estrada com o quarteto. O livro deveria se chamar: “Quantos são no Quarteto?”, pergunta feita a eles com freqüência por gerentes de hotel. No entanto apenas um capítulo foi publicado na revista inglesa Punch.

Ocasionalmente Desmond era forçado a largar sua aposentadoria para tocar a convite de amigos. Um dos primeiros retornos foi no Half Note em Nova Iorque onde se apresentou ao lado de Jim Hall por duas semanas; também tocou com Chet Baker, Gerry Mulligan e outros, mas foi Hall quem o convenceu a ir à Toronto para ouvir o melhor guitarrista do Canadá na época, Ed Bickert.

Então voltou definitivamente a ativa formando com Ed Bickert, Don Thompson ao baixo e Jerry Fuller na bateria, seu Canadian Quartet. Com ele gravou uma série de álbuns.

Seu último concerto foi ao lado de Dave Brubeck em fevereiro de 77 em Nova Iorque. Algumas pessoas reparam que não estava tocando a altura dos elogios que recebera de Charlie Parker: “meu sax alto favorito” e de seu rival nas votações de Melhor Sax Alto, Cannonball Adderley: “...o saxofonista mais lírico”. No palco Desmond demonstrava dificuldade ao solar tendo de respirar diversas vezes onde antes precisava apenas de um bom suspiro. Morreu pouco tempo mais tarde vítima de câncer no pulmão.

Apreciador de um bom copo e um fumante inveterado (três maços/dia), Paul Desmond era um homem calado e solitário que surpreendia com seu humor requintado, era muito bem quisto na comunidade musical, freqüentemente visto com belas mulheres.

Fernando Jardim

Fonte: site Ejazz

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