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segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

O VERÃO DE DIANA KRALL



A cantora e pianista canadense Diana Krall(na foto) iniciou seu show gratuito no desértico Parque Villa-Lobos, em São Paulo, ao meio-dia de domingo,02/12 com um calor de mais de 30 graus Celsius. Azar de quem esqueceu a sombrinha e a garrafinha de água. As árvores estavam muito longe do palco e a solução mais prática para os espectadores foi aceitar de bom grado os também gratuitos bonés distribuídos pela Telefónica, patrocinadora do evento e espertíssima em seu plano de marketing.

Krall adorou voltar ao Brasil para, desta vez, fazer um espetáculo ao ar livre (já tinha visitado os palcos do país em outras três ocasiões). Encantada com o dia ensolarado, a pianista falou que jamais teve a chance de "ver uma coisa dessas", pois, segundo ela, "no Canadá faz mais frio". "Adorei estar aqui", completou Krall.

Sorte dela que, bem servida de copinhos de água, não sofreu de sede como boa parte das quase 13 mil pessoas que estavam no parque. Vendedores ambulantes, os poucos que caminhavam pelo gramado do parque, vendiam uma garrafinha de água por R$ 4,00. Nos portões do Villa-Lobos, a mesma garrafa saia por R$ 1,00. Um pouco mais distante, uma caminhão da Sabesp fornecia copos de água gratuitamente, mas, neste caso, o problema era enfrentar a fila.

Quem não se incomodou com a garganta seca e o sol abundante pôde admirar a abertura do festival, às dez horas, com a Tradicional Jazz Band e a Banda Mantiqueira, comandada pelo clarinetista e saxofonista Nailor Proveta. Krall subiu ao palco ao meio-dia e fez uma apresentação de uma hora e 15 minutos de duração.

A cantora trouxe alguns de seus standards preferidos da música norte-americana e brasileira. Entre eles, "I've Got You Under My Skin" (Cole Porter), gravada no disco "Live In Paris", de 2002; "Insensatez"/"How Insensitive" (Tom Jobim e Vinicius de Moraes), que está no álbum de 2006, "From This Moment On"; "'S Wondereful" (George e Ira Gershwin), registrada em dois CDs da artista ("Live In Paris" e "The Look Of Love", de 2001), além de uma versão para "Samba de Verão" (Marcos e Paulo Sérgio Valle).

Ao lado de Krall, três de seus instrumentistas preferidos: o guitarrista Anthony Wilson, o baixista John Clayton e o baterista Jeff Hamilton. Os dois últimos, comandantes da Clayton-Hamilton Jazz Orchestra, participaram de vários álbuns da cantora. Wilson não fica atrás. Depois de Russell Malone, talvez tenha sido o mais influente guitarrista para os trabalhos da pianista.


Fonte: UOL/Vinicius Mesquita(Editor Assistente da Home Page)

Foto : Alexandre Schneider

2 comentários:

Anônimo disse...

Enviei o seguinte E-mail ao Vinicius Mesquita, redator-chefe da revista JAZZ+:
"Vinicius,
Li sua matéria sobre o desconforto no show da Diana Kral no Parque Villa Lobos. Imagine que eu e minha mulher estávamos em São Paulo neste fim de semana e me animei a ir ao show.
Mas, ao descobrir as condições (principalmente quando mencionaram a capacidade de 60 mil pessoas no Parque), nem me atrevi a tentar convencer minha mulher. Resolvemos voltar para a Boa Terra no Sábado à noite mesmo...
Afinal de contas, para o paulistano, fica fácil saber o que vai enfrentar neste Parque. Pode levar sua água, cadeirinha dobrável, boné, lanche e tudo mais que achar necessário. Para nós turistas, seria um jogo de risco e adivinhação ! E olhe que temos a "experiência baiana" de testemunhar quase 1 milhão de pessoas nas ruas "atrás do trio elétrico".
Porém, atrás da Diana Krall é diferente, não acha?
Aqui na Praia do Forte, no mini festival há pouco tempo atrás, as pessoas ficaram em pé. Porém, eram umas 200 a 300 pessoas, no máximo, à noite, e a distância para os bares e toilettes não era maior que 100 metros!
Como li que a Diana Krall pretende fazer uma turnê por outras cidades brasileiras em 2008, estou torcendo que estas outras cidades NÃO sigam o exemplo de São Paulo.
Afinal de contas, disponibilizar um evento de graça não significa deixar de respeitar as necessidades de conforto do ser humano, principalmente as que tem almas apreciadoras do jazz.
Não importa se forem 200, 13000 ou 60000. Todo cidadão merece respeito. Se querem fazer proselitismo político, que façam de uma maneira séria: por exemplo, fazendo um concurso nas escolas e faculdades com os alunos que se interessarem por ingressos gratuitos. Idem com idosos. Ao cidadão comum, que aprecia o jazz e pode pagar, este deve pagar e merecer respeito, como todos os outros que forem ao show.
OK?
Grato e um abraço,
Ricardo"

Unknown disse...

Conconrdo com o seu pensamento, pois moro em fortaleza e estou cansado de não ter eventos gratúitos para a população e quando tem sempre acontecem duas coisas; a primeira é básica falta de estrutura e segurança e a segunda e simplesmente incrivél a população se revolta contra a prefeitura pois acha desnecessario o gasto(meu povo precisamos também de cultura, é só agente ficalizar).
abraços.