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quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

BUD SAHNK AND BILL MAYS- BEYOND THE RED DOOR(JAZZED MEDIA) / PHIL WOODS QUINTET - AMERICAN SONGBOOK II(KIND OF BLUE)




Os veteranos Bud Shank e Phil Woods, emblemáticos saxofonistas de jazz da Costa Oeste e Leste , respectivamente, têm feito álbuns finos. Ambos continuam expandindo suas discografias, indo além da zona de conforto.

O tom rascante de Shank faz parte do seu testamento, como um senso rítmico da sua personalidade musical. Aqui, em companhia do maravilhoso pianista Bill Mays. Shank tem que azeitar seu instrumento para alcançá-lo. Seu fraseado em “Red Door”, do venerável Zoot Sims, mostra o altoísta em um jogo de reaproveitamento de antigo material. O som de Shank é delicado e forte e suas notas são, espertamente, mantidas em pares nas músicas de Russ Freeman(The Wind) e de Jimmy Rowles(The Peacocks), mostrando um baladeiro com firme embocadura. Mays é uma contínua fonte de prazer e invenção. A melancólica introdução de “Caroussels”, seus acompanhamentos energéticos e seus solos estão plenos de soberbas escolhas harmônicas. A associação entre Shank e Mays vem do início dos anos 70 em trabalhos realizados em estúdios. Este material transita entre cuidadosas improvisações e intervenções nas composições. Uma misteriosa interpolação de “Mexican Hat Dance” surge no solo de Shank em uma surpreendente estrutura( cinco, quatro notas por frase, então passam para duas, seis notas por frase) em “Why Not Now”. Uma tediosa introdução em “The Touch of Your Lips” é removida com um sopro pujante.

Woods não toca mais as “impossíveis” linhas improvisadas, que uma vez já conseguiu, mas ainda é bastante prolixo. Ele soa suavemente através de contornos harmônicos, que dá leveza ao seu bem consistente programa. Grandes músicos sempre fazem o som surgir fácil. Uma típica passagem baladeira de Woods, como ocorre nas músicas de Eddy Howard (Careless) ou “Last Night When We Were Young” é apresentada com uma variedade de textura, firmeza e volume, que traz à mente a realização de um monge budista. Em ambas Woods manifesta uma qualidade blueseira não sugerida em qualquer parte da composição. Woods é um superlativo executante de Blues. Surpreendentemente, ele partilha com seus companheiros os esquemas.

Excelentes músicos têm composto o quinteto de Woods. Com a atual formação não é diferente. Bill Charlap como pianista é um excelente acompanhante, como demonstra em “I Remember You”, onde introduz um tempo de balada, enquanto o solista apresenta acordes suingantes. É relevante que o pianista não só acompanha , mas tem algo a dizer. Todas as coisas que o trompetista Bryan Lynch executa é personalizado e enriquece a música, como o solo surdinado em “Yesterdays”, que eleva a temperatura da peça sem impulsionar seu volume. O baixista Steve Gilmore e o baterista Bill Goodwin são um forte e não obstaculizante suporte.

Fonte : Downbeat / Kirk Silsbee
Cotação : **** (Muito Bom)

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