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domingo, 22 de junho de 2008

Rosa Passos finalmente na Veja. Até quando a Globo irá ignorá-la?


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No mês passado, a Berklee College of Music, uma das principais instituições culturais americanas, concedeu o título de "doutor" a algumas personalidades do meio musical.

Entre os agraciados estavam o compositor canadense Howard Shore, Oscar de melhor trilha sonora de 2001 e 2003 pelos temas de O Senhor dos Anéis; Philip Bailey e Maurice White, integrantes do grupo Earth Wind & Fire; e a cantora baiana Rosa Passos.
Rosa, que está lançando o disco Romance, é uma das raras intérpretes brasileiras que de fato fazem sucesso no exterior.

"Meus discos são fonte de pesquisa dos estudantes e professores de Berklee", diz. O sucesso dessa artista de 56 anos não se resume ao campus. Ela coleciona elogios de astros do primeiro escalão, como o baixista de jazz Ron Carter e o violoncelista erudito Yo-Yo Ma ("Rosa tem a voz mais linda que ouvi", diz).

O jornal The New York Times e a revista The New Yorker elogiam seus trabalhos, rotulando-a como "João Gilberto de saias". "Gosto do título, mas meu trabalho não se resume a cantar músicas de João."

O sucesso de Rosa no exterior ainda não se refletiu no mercado brasileiro. Ela sempre lançou discos por selos pequenos. Além disso, trabalha na fronteira entre dois gêneros envelhecidos – a MPB clássica e o jazz.

Mas é preciso prestar atenção quando alguém revisita o repertório tradicional com tanta personalidade, inteligência e força. Rosa não é uma daquelas cantoras que fazem música para estrangeiro ouvir nem uma artista que buscou pateticamente "o sucesso lá fora". Simplesmente, canta bem.

Romance é um disco em que técnica e emoção convivem harmoniosamente. E, por mais que as canções tenham sido gravadas por outros autores, ela sempre dá um jeito de adaptá-las ao seu universo. É o que acontece com Atrás da Porta.
Para muitos, a versão definitiva da canção de Francis Hime é aquela gravada em 1972 por Elis Regina, cujo canto desesperado foi imitado por outras intérpretes. Rosa a transforma numa outra canção. Sua Atrás da Porta é mais contida, porém não menos sofrida. "Eu torturo a banda, quebro a cabeça. Mas não aceito copiar uma fórmula."

Rosa despontou em 1972, quando foi vencedora de um festival de música. Em 1979, lançou o primeiro disco. E então passou doze anos sem pisar no estúdio, cantando esporadicamente.
Dedicou-se a criar os filhos em Brasília, para onde se mudou com o marido, Paulo Sérgio Passos, funcionário público de carreira que se tornou ministro dos Transportes nos meses finais do primeiro mandato do presidente Lula. "Meu marido é um sujeito honesto e trabalhador. Isso é o máximo que falo sobre política", diz a cantora. Rosa educou os filhos e sobreviveu à aridez de Brasília.

Em 1993, gravou o CD Festa – que começou a espalhar seu nome pelo mundo. Romance está nas primeiras posições da parada de jazz dos Estados Unidos.

Espera-se que essa cantora singular finalmente seja reconhecida no Brasil.

Enviado por Cássio de Abreu Franco, produtor musical que, em março de 2.007, realizou um show antológico de Rosa no Teatro Castro Alves, em Salvador/Ba

Um comentário:

Anônimo disse...

Ela Rosa Passos é uma cantora superior, uma voz inigualável, uma cantora fantástica.Aparecer ou não na Globo é irrelevante, seu talento não precisa desse tipo de coisa.Fumaça Genro de Diamantino-MT.