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domingo, 13 de julho de 2008

WILLIE NELSON & WYNTON MARSALIS - TWO MEN WITH THE BLUES (BLUE NOTE 2008)


Caso você tenha esquecido, em 2006 o cantor e guitarrista Willie Nelson, 73 anos, foi preso na Louisiana. A polícia rodoviária seguiu o ônibus da banda de Nelson ao sentir que um forte cheiro de maconha vinha das janelas do ônibus. O veículo foi parado e foi encontrado em torno de 2k da erva e um saco com cogumelos alucinantes. Uma TV a cabo americana reportou que , também, foi encontrado um jarro contendo 40 cm do formaldeído Waylon Jennings.

Nelson, que fez seu nome na música “country”, mas que por décadas tem alargado seu campo de ação , incluindo o blues e um pouco de jazz , apesar da idade avançada , mantém-se por meses na estrada , vive uma vida similar aos músicos de jazz de antigamente. Também, divide com eles o senso de humor sinistro. Os demais ocupantes do ônibus , com idade variando entre 50 e 75 anos, foram postos para fora do ônibus , exceto um com 75 anos, que dormia durante todo o evento. Quando mais tarde foi questionado porque a polícia não o tinha levado. Nelson respondeu : “ Eu disse que você estava morto”.

A ocorrência criou uma ressonância geral para “Two Men With The Blues” e, em particular, para “Ain´t Nobody´s Business”, a penúltima faixa deste disco gravado ao vivo na Allen Room do Lincoln Jazz Center com Wynton Marsalis e sua banda em duas noites em janeiro de 2007.

A música que você ouvirá , a maioria das quais habita os tempos altos saltitantes do “blues´n´boogie” do estilo das bandas dos anos 40, é aquela que, se você estiver com sorte, se escuta ao longo dos bares de estrada dos estados sulinos dos Estados Unidos nos passados sessenta anos, embora tocada por músicos de reconhecimento internacional : O conjunto de Marsalis acrescido de Mickey Raphael , que toca gaita na banda de Willie Nelson.

Não é um risco para a música. Faz você voltar ao passado e sentir-se feliz . A voz de Nelson ainda está boa com seu timbre rouquenho. Ele se mostra desajeitado nos fraseados de “Stardust” de Hoagy Carmichael , mas é compensado pela leitura da igualmente bela “Georgia on My Mind” de Carmichael. Sua performance na guitarra , em que a sombra de Django Reinhardt mistura-se com aquelas de T-Bone Walker, é surpreendentemente substancial. Os solos são breves e deliciosos em sete das dez faixas, sendo arrebatadores em duas delas, incluindo o seu em “Rainy Day Blues”. Marsalis e o saxofonista Walter Blanding também aparecem em sucintos, mas atrativos solos.

Uma espécie de álbum que dá a um exclusivo projeto de um super grupo um bom nome.

Fonte : All About Jazz / Chris May

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