Sexta edição do evento apresenta cinco atrações internacionais em Belo Horizonte, entre 4 e 6 de setembro.
Durante o mês de setembro, sete cidades brasileiras vão se render ao compasso e ao swing do jazz. A sexta edição do Jazz Festival Brasil traz para Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Aracaju, Recife e Belém nomes consagrados do gênero para uma série de shows. Em BH, o evento acontece entre no dia 4 de setembro, no Restaurante Ilustríssimo (Rua Maranhão, 56 - Santa Efigênia), e nos dias 5 e 6, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 – Centro) com uma programação afinadíssima, dedicada ao jazz clássico das décadas de 20 a 50.
Pela primeira vez no Brasil, apresentam-se o trompetista Leroy Jones - que acompanhou Harry Connick Jr. em várias turnês mundiais - e, no Brasil, vem com a banda New Orleans Helsinki Connection, e a canadense David Braid Sextet, que vai revisitar o repertório da Count Basie Orchestra, uma das mais importantes big bands da história do Jazz. Dos Estados Unidos, vêm a Judy Carmichael Septet, comandada pela pianista californiana que dá nome ao grupo, uma das principais intérpretes dos estilos stride e swing e “embaixatriz” do Jazz Festival Brasil no exterior. Diretamente da Suécia, a Guinhild Carling and Band recebe no palco o guitarrista americano Chris Flory, que já tocou com nomes como Randy Sandke e a própria Judy Carmichael, numa performance que flerta com o blues. A Irakli and the Louis Ambassadors, da França, vai prestar um tributo ao trompetista Louis Armstrong.
O Jazz Festival é o maior do gênero no Brasil, presente em quatro das cinco regiões do País. O evento começou em 2001 no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, e hoje está em sete cidades, com um público de 20 mil pessoas na última edição — lembra Leonardo Soltz, na Soltz Eventos, empresário e produtor geral do festival. “Uma de nossas metas é popularizar o jazz, romper com essa falsa impressão de que é uma música para poucos. O ritmo, em sua origem, é dos trabalhadores negros americanos” — explica Soltz.
Em São Paulo, o Jazz Festival Brasil acontece no Bourbon Street Music Club em 2, 3 e 4 de setembro. Em Brasília, no Memorial JK, nos dias 3, 4 e 5 e, em Belo Horizonte, no Restaurante Ilustríssimo, no dia 4 de setembro, e no Palácio das Artes, nos dias 5 e 6. No Nordeste do país, o festival acontece em Aracaju, no Teatro Tobias Barreto nos dias 10, 11 e 12; no Recife, no Teatro Santa Isabel em 11, 12 e 13; e em Belém, na Assembléia Paraense nos dias 17 e 18. O Jazz Festival Brasil 2008 conta com o patrocínio da Cemig, BMG, Oi, Oi Futuro, Cosipa, Usiminas e com o apoio do Governo Federal, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.
AS ATRAÇÕES
Judy Carmichael Septet – EUA
Dia 4 setembro – Restaurante Ilustríssimo
A pianista americana Judy Carmichael é considerada a “Rainha do Stride”, estilo de tocar piano criado no Harlem nas décadas de 20 e 30. Count Basie a apelidou de “Stride”, reconhecendo seu grande domínio nesse estilo, que exige técnica e preparação física. Carmichael é também uma das maiores representantes do swing na atualidade. Além de Basie, Sarah Vaughan - outra antiga fã - a encorajou a gravar seu primeiro álbum “acompanhada”; que ela o fez com integrantes da banda de Basie. Por meio da amizade de Sarah, Judy entrou em contato com a música brasileira, pela qual se apaixonou. É admiradora declarada de Tom Jobim (com o qual já tocou e tornou-se amiga), Elis Regina, Luiz Paulo Simas, João Gilberto e das composições de Ernesto Nazareth.
Indicada ao Grammy pelo disco “Two Handed Stride”, tem seu estilo definido pela crítica como “cúmplice e suave”. Em suas músicas, Judy funde vários estilos e épocas do jazz, tornando suas apresentações profundas e completas. A artista, a que os críticos se referiram como "impressionante, irrepreensível e cativante" (jornal The New York Times), já se apresentou com Joel Grey, Michael Feinstein, Steve Ross e os Smothers Brothers e em locais como Carnegie Hall (NY) e Museu Peggy Guggenheim (Veneza). Além disso, Judy Carmichael participou em seu país de inúmeros programas de rádio e tevê, e se apresentou em shows fechados para figuras notórias como Rod Stewart, o ator Robert Redford e o presidente norte-americano Bill Clinton. No Jazz Festival Brasil, Judy se apresentará com um formato inédito em sua carreira, uma big band, formada por músicos de várias partes do mundo. São eles: Ed Ornowski (bateria), Michael Hashim (sax), Dan Barnett (trombone), Nik Payton (sax) e David Blenkhorn (violonista).
Gunhild Carling and Band - Suécia - Convidado especial: Chris Flory – EUA
Dia 5 setembro - Palácio das Artes
Gunhild Carling é uma multi-instrumentista sueca, que tem no jazz sua grande paixão. Desde criança, Carling se apresentava em festivais e programas de TV com a Carling Family, banda de jazz composta por seus pais e seus irmãos, com a qual gravou dois álbuns.
Seus principais instrumentos são o trombone e o trompete, mas sua sonoridade flerta com o blues quando introduz o bagpipe ou a harmônica à sua música. Carling, que também interpreta composições de Debussy na harpa, é conhecida por ter a habilidade de tocar simultaneamente três trompetes. Sua inspiração vem do universo das vaudevilles, da década de 20, e seus shows são bem humorados e cheios de charme.
Carling já se apresentou pelo mundo ao lado de nomes como Count Basie Orchestra, Harlem Jazz & Blues Band, Toots Thieleman e Papa Bue and his Viking Jazzband. No Jazz Festival Brasil, ela vai tocar acompanhada de uma banda formada por músicos de grande talento como Marcelo Costa (trompete e voz), Bo Hilbert (bateria) e o guitarrista americano Chris Flory. Flory é considerado pela crítica especializada um dos melhores da atualidade, e, por muito tempo, esteve associado a com Scott Hamilton (com quem tocou pela primeira vez em 1976). O músico também se apresentou com Benny Goodman, Roy Eldridge, Illinois Jacquet, Bob Wilber, Buddy Tate, Ruby Braff, entre outros e excursionou pela China em 1992 com Judy Carmichael. Também participou de diversos álbuns da tradicional gravadora Concord, estando à frente de duas gravações e contribuindo regularmente com as gravações do Scott Hamilton.
Leroy Jones, com New Orleans Helsinki Connection – New Orleans/Helsinki
Dia 5 de Setembro – Palácio das Artes
A New Orleans and Helsinki Connection é formada por grandes instrumentistas americanos e liderada por ninguém menos que Leroy Jones. Nascido em Nova Orleans, Leroy começou a estudar trompete aos 10 anos de idade. Aos 13, já se apresentava em casas de show e conduzia a banda da igreja. Nos anos 80, formou o Leroy Jones Quintet e passou a acompanhar Harry Connick Jr. em tours pelos Estados Unidos, Canadá, América do Sul e Austrália. Com um estilo de swing com energia, o quinteto lançou dois álbuns, aclamados tanto pelo púbico e quanto pela crítica, e se apresentou em festivais na Europa, Canadá e Estados Unidos.
A New Orleans Helsinki Connection é um grupo que reúne músicos de Nova Orleans, nos Estados Unidos, e Helsinki, Finlândia, que toca o tradicional jazz de Nova Orleans com o frescor do século XXI. Seus integrantes representam o que há de melhor no estilo em suas cidades e já se apresentaram com diversos grupos. Em 2002, um antigo sonho de “encontro” tornou-se realidade, com uma turnê de três semanas pela Finlândia. Em 2003, a NOHC entrou em estúdio e gravou o CD “At Last” e tem se apresentado em festivais como o Sildajazz, na Noruega; French Quarter, em Nova Orleans; e o Lahden Jazztori e o Storyville Jazz Club, ambos na Finlândia.
David Braid Sextet – Canadá
Dia 6 de setembro – Palácio das Artes
Aclamado pela crítica do seu país, o sexteto é a primeira banda canadense a ser convidada a se apresentar no Jazz Festival Brasil. Seus integrantes são Kevin Turcotte (trompete), Perry White (saxofone), Gene Smith(trombone), Steve Wallace (baixo), Nick Fraser (bateria) e David Braid (pianista), o líder do grupo.
Para o público brasileiro, o grupo promete uma performance clássica da era do swing, com um foco particular particular no repertório da Count Basie
Orchestra, uma das mais importantes big bands da história do Jazz. Alguns de seus integrantes já se apresentaram inclusive com importantes solistas da banda de Basie, como Harry “Sweets” Edison, Clark Terry, e Eddie “Lockjaw” Davis, assim como com outros ícones do jazz, como Al Cohn, Sarah Vaughan, Oscar Peterson, Woody Herman, Nancy Wilson e Rosemary Clooney.
Em 2005, a banda foi premiada na categoria “Melhor Álbum de Jazz Tradicional do Ano” no Juno Award, o Grammy Canandense, e, no ano seguinte, foi indicado à mesma categoria.
Irakli and the Louis Ambassadors – França
Dia 6 de Setembro – Palácio das Artes
Irakli de Davrichewy, juntamente com a banda The Louis Ambassadors, vão apresentar ao público o que há de melhor no repertório de Armstrong. No Jazz Festival, Irakli será acompanhado pelos músicos Alain Marquet (clarinete), Jean-Claude Onesta (trombone), Jacques Schneck (piano), Philippe Pletan (contra-baixo) e Sylvain Glevarec (bateria) que, juntos, formam o The Louis Ambassadors.
Irakli ganhou diversos prêmios, com destaque para o Academie du Jazz 1972 e para o Jazz Hot de 1959 e de 1964. Em seu currículo, estão participações em shows e em estúdio de nomes como Dizzy Gillespie, Lionel Hampton, Cozy Cole, Buddy Tate, Joe Turner Ralph Sutton, Buck Clayton, entre outros.
Um comentário:
Não consigo acreditar..!
Minha Bahia mais uma vez fora!
Pois é... vou tentar fugir dos transtornos do humor, me contentando com o João Gilberto.
"Ô meu São Salvador, joga uma luz, por favor, abre as porteiras dessa terra."
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