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domingo, 25 de janeiro de 2009

TED NASH - The Mancini Project (Palmetto Records [2008])


Henry Mancini (1924-1994) recolheu abundantemente elementos do jazz e os utilizou generosamente, contribuindo com um vasto rol de belas e memoráveis músicas dentro da tradição melódica jazzística.
Muitas das suas melhores músicas para cinema, particularmente aquelas trilhas do início da década de 1960 , são tributárias do "cool jazz" dos anos 1950 da “West Coast” e utiliza alguns dos melhores músicos da época.

Ao lado da música cativante, Mancini brilhantemente amalgamou a parte instrumental com o que havia de mais imaginativo e engenhoso nas diversas origens musicais . Estranhamente, entretanto, Mancini nunca inspirou grandes tributos jazzísticos dedicados a compositores como Gershwin, Tom Jobim ou Duke Ellington . Dos poucos que surgiram nos anos recentes, nenhum foi tão inspirado quanto a música homenageada.

O excelente “The Mancini Project” de Ted Nash é uma prazeirosa exceção. Este fino tributo encontra o saxofonista explorando 14 composições de Mancini, incluindo ao menos duas das melhores ,"Lujon" e "Dreamsville", e várias surpreendentes e satisfatórias escolhas como "Theme From Night Visitor" e "Cheryl's Theme". Nash está acompanhado por três afinados parceiros do mais alto calibre.O pianista Frank Kimbrough, o baixista Rufus Reid e o baterista Matt Wilson. Juntos, e nem sempre um de cada vez, eles dão nova vida à música de Mancini.

Nash, que veio a ser bem conhecido por sua considerável contribuição com Wynton Marsalis na Lincoln Center Jazz Orchestra, bem como no “Jazz Composers Collective”, traça um caminho que tem muito de si. Ele está mais inspirado do que esteve antes . Isto devido, talvez, à sua conexão com a música. Seu pai e seu tio fizeram parte do grupo de Mancini que gravou as versões originais das canções ouvidas aqui. "Something For Nash" apresentada no filme de Blake Edwards, “Blind Date”, de 1987 , registrada no disco , foi composta por Mancini para o pai de Ted.

Nash soa brilhante, principalmente mas não exclusivamente, no saxofone tenor. O triunvirato Kimbrough/Reid/Wilson responde de forma maravilhosa e com verdadeira complexidade criativa . Isto é especialmente evidente nas peças mais animadas , notavelmente "Night Visitor", "Lujon" e "Experiment in Terror". A atuação do trio em "Breakfast At Tiffany's" vai além da pura inspiração, onde Nash corajosamente sugere os movimentos e emoções que David Murray tem explorado competentemente.

A vivaz "The Party," que tem um toque mais roqueiro no singular filme estrelado por Peter Sellers , obtém grande ressonância com um forte toque “gospel” de Kimbrough. Nash acomoda-se bem no soprano para as ternas e suingantes "A Quiet Happening" e "Two For The Road" e com destreza na flauta nas igualmente encantadoras "Something For Nash", "Soldier In The Rain" e "Baby Elephant Walk".

Surpreendemente, Nash dá a alguns dos títulos mais familiares , tais como "Shot In The Dark" e "Baby Elephant Walk" um espírito renovado, mas rejeita qualquer improvisação e os mantém abaixo da marca dos dois minutos. É duro, porém , encontrar falhas nesta seleção, que poderia facilmente gerar vários volumes no intuito de embelezar mais o tributo. Nash e companhia dá a esta música atemporal o senso essencial que merece.

Faixas: Theme From Night Visitor; Dreamsville; Something For Nash; Shot In The Dark; Lujon; Breakfast At Tiffany's; Cheryl's Theme; Mr. Yunioshi; Soldier In The Rain; The Party; A Quiet Happening; Two For The Road; Experiment In Terror; Baby Elephant Walk.

Músicos: Ted Nash: saxofones tenor, alto, soprano , flauta, piccolo; Frank Kimbrough: piano; Rufus Reid: baixo; Matt Wilson: bateria.

Fonte: All About Jazz / Douglas Payne

2 comentários:

Vagner Pitta disse...

tem sido uma tarefa difícil escolher os melhores ábuns dentre os ultimos lançados por Ted Nash: todos parecem ser especiamente bons!!!

Obrigado por sempre nos trazer as ultimas novidades, traduzidas fresquinhas para todos!!!

Abraços!

Anônimo disse...

Vagner Pitta,

Grato pelo seu apoio. Continuaremos nos esforçando para manter a comunidade jazzística atualizada.

Abraços

Edson Santos