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sábado, 16 de maio de 2009

HEMISPHERES – JIM HALL / BILL FRISELL (ArtistShare)


“Hemispheres” é uma maravilhosa colaboração entre dois respeitados e veteranos guitarristas, Jim Hall e Bill Frisell. Entretanto, cada um viaja em diferentes caminhos neste que é o primeiro CD completo que fazem juntos, e é duplo.

A maestria do toque de Hall, temperada por sua sonoridade macia, tem sido apreciada desde a década de 50 em performances com nomes como Chico Hamilton, Ella Fitzgerald e posteriores colaborações com Pat Metheny e Greg Osby. Frisell, um ex-aluno de Hall, é considerado um dos mais importantes guitarristas dos dias atuais, inovador, confortável em qualquer formato: do “jazz mainstream”, música popular norte-americana, rock progressivo e música experimental.

O disco 1 é uma apresentação em duo com os artistas revelando, não só afinidade, como algumas surpresas. As faixas cobrem uma variedade de contornos e tonalidades. Invenções são apresentadas nas improvisações de "Throughout" e "Migration", em quinze minutos que viajam da névoa ao terreno pantanoso. Hall utiliza livremente o blues e outras influências , sempre bem temperadas, que são contrapostas pelas manipulações eletrônicas de Frisell.

A melancolia rural de Frisell soa verdadeira em "Family", ao passo que a graciosidade de Hall preenche "Waiting To Dance", um retrato em harmonia e dissonância. Os dois exortam as boas novas em "Beijing Blues" e ,sinceramente, fazem uma elegia em uma releitura de uma canção de Bob Dylan , "Masters of War".

O segundo disco encontra Hall e Frisell em um quarteto, unidos pela resoluta habilidade do baterista Joey Baron e do baixista Scott Colley, cobrindo uma mescla de “Standards” e originais. A magia reacende na latinizada "I'll Remember April" e no blues em abstrata linha modal, "Barbaro", onde as cordas acústicas de Hall complementa a maestria eletrônica de Frisell. Um diamante é encontrado na eterna "Chelsea Bridge" de Billy Strayhorn. A estética e a pegada é alegre , com cada voz movendo-se em empatia, resultando em uma divina interpretação.

Em contraste, "Here and Now" de Hall é atonal. Um som criado para artistas tocarem com estranhos ruídos , experimentações e harmonia. Como o disco de McCoy Tyner, “Guitars (Half Note, 2008)”, Hall ,não supreendentemente, continua pensando fora do esquadro. Da abstrata "Card Tricks", onde Frisell cria, maravilhosamente, fantásticos timbres, para o harmonioso diálogo na versão de "In a Sentimental Mood" e para a suingante "Sonnymoon for Two" de Rollins, Hall e Frisell apresentam uma deliciosa gravação. Há um pouco de algo para cada gosto. Houve muitas colaborações ao longo dos anos , algumas melhores que outras , e “Hemispheres” é uma das melhores.

Faixas:
CD1: Throughout; All Across the City; Bag's Groove; Migration; Family; Waiting to Dance; Bimini; Masters of War; Beijing Blues; Monica Jane.
CD2: I'll Remember April; Barbaro; Chelsea Bridge; Owed to Freddie; Beija Flor; Here and Now; My Funny Valentine; Card Tricks; In a Sentimental Mood; Sonnymoon for Two.


Músicos: Jim Hall: guitarra; Bill Frisell: guitarra; Joey Baron: bateria (CD2); Scott Colley: baixo (CD2).

Fonte : All About Jazz / Mark F. Turner

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