playlist Music

domingo, 19 de julho de 2009

COURTNEY PINE – TRANSITION IN TRADITION (DESTIN-E RECORDS[2009])


O saxofonista britânico Courtney Pine começou sua vida profissional em bandas de reggae e na tradição da consciência desta música, passando a ser um componente do seu trabalho.Pine toca um jazz elaborado em que muitas de suas composições e projetos de gravação têm foco em direitos e justiça social, além de adotar o prisma da vivência negra. Às vezes a estória é contada com a ajuda de vocalistas, às vezes, como no exuberante “Transition in Tradition”, instrumentalmente e através dos títulos das canções, das notas do disco, da arte utilizada nas capas e uma referência geral da história dos negros.

“Transition in Tradition” é dedicado ao pioneiro da saxofone soprano, Sidney Bechet, e Pine utilizou, no álbum, elementos dos princípios do jazz em New Orleans com pegadas de “hard bop”, do “swing” e do “stride piano”. (NR: Estilo de jazz no piano, em que a mão direita toca a melodia, enquanto a mão esquerda repetidamente toca uma simples nota e um acorde). A música, característicamente, inclui, também, elementos africanos e caribenhos. Os tempos são em geral elevados, e a energia é constante.

O álbum é agregação e a partilha de muitos músicos com a majestosa apresentação ao vivo em “Afropeans (Destin- E records,2008)”, gravado em 2007 no “Barbican”, Londres. Este trabalho foi concebido para celebrar o 200º aniversário do fim do tráfico negreiro na Grã-Bretanha, e , também, o 20º aniversário do disco “Out of Many,One People(Island, 1987)”, feito por Pine com a banda “Jazz Warriors”, que ele fundou para promover os novos talentos afro-caribenhos na Grã-Bretanha.

O núcleo da banda que toca em “Transition in Tradition” é um sexteto composto por Pine, Omar Puente no violino eletrificado, pelo guitarrista Cameron Pierre, pelo pianista Alex Wilson, pelo baixista Darren Taylor e Robert Foudjour na bateria. Eles estão acompanhados por músicos convidados, exceto em duas faixas, sendo mais freqüentes o trombonista Harry Brown, o saxofonista alto Nathaniel Facey, o trompetista Jay Phelp e o vibrafonista Stefon Harris. Todos , menos Cameron Facey e Stefon Harris são ouvidos em “Afropeans”. As dez composições de Pine foram claramente concebidas para um músico em particular. Evitando utilizar o saxofone tenor, Pine toca clarinete baixo em quatro faixas, saxofone soprano em cinco , flauta alto em três. Seu clarinete baixo, já ouvido anteriormente, mas com este enfoque de protagonista , é um especial deleite, com profundidade, com ressonância da palheta , evitando inteiramente a estridência para a qual o instrumento está preparado. Em contraste com “Afropenas”, os solos de Pine, frequentemente, de Brown no trombone, de Harris no vibrafone e marimba e Wilson nos pianos acústico e elétrico são destaques.

Pine une seu material e a galeria de solistas com cuidado e liberdade, mas de uma forma orgânica, como se fosse a coisa mais natural do mundo. e isto está provado, conforme apresentado, deliciosa e ressonantemente, em “Transition in Tradition”.

Faixas: Haiti; New Orleans; Le Matin Est Noire; Toussaint L'Ouverture; The Tale Of Joe Harriott; The Sound Of Jazz?; Creole Swing; Afropean; Au Revoir.

Músicos: Courtney Pine: clarinete baixo, saxofone soprano e flauta alto ; Omar Puente: violino elétrico; Cameron Pierre: baixo acústico, guitarra elétrica, bandolim; Alex Wilson: piano acústico, órgão, harmonium; Darren Taylor: baixo; Robert Fordjour: bateria, percussião; Stefon Harris: vibrafone, marimba (1, 6, 8, 9); Paul Jayasinha: flugelhorn (10); Jay Phelps: trompete, flugelhorn (5, 8, 9); Harry Brown: trombone (4, 5, 7, 8, 9); Nathaniel Facey: saxofone alto(5, 8, 9).

Fonte : All About Jazz / Chris May

Nenhum comentário: