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quarta-feira, 1 de julho de 2009

TIM GARLAND – LIBRA (GLOBAL MIX)


Ouvindo o saxofonista britânico Tim Garland é fácil lembrar do saxofonista Sonny Rollins ,décadas atrás, com Stan Tracey, pianista do “Ronnie Scott” que o acompanhou em muitas das suas apresentações no clube londrino. “Alguém aqui imagina o quanto ele é bom?”, questiona Rollins. Felizmente, os tempos mudaram e muitos britânicos reconhecem a qualidade de Garland, mas lá permanece a suspeita de que ele seja norte-americano, evitando que metade do país ajoelhe diante dele.

Um magistral saxofonista soprano e tenor, além de tocar clarinete baixo, Garland é, também, um ótimo compositor e arranjador. Ele está em casa tanto na música clássica como no jazz, tanto com orquestras quanto com pequenos grupos. Estas qualidades estão presentes no CD duplo “Libra”, que apresenta Garland com seu trio e a “Royal Philarmonic Orchestra-RPO” .

Garland tem dois trios. Um mais clássico, “Acoustic Triangle”, com o pianista Gwilyam Simcock e o baixista Malcolm Creese. O outro é mais expansivo, às vezes agitado, “Lighthouse Trio”, onde Malcolm Creese é substituído pelo percussionista Asaf Sirkis, que apresenta inovações nos intrumentos percussivos. Desde que se apresentaram com a “Northern Sinfonia” em “If The Sea Replied(Sirocco,2005)”, a “Lighthouse Trio” tem sido a banda mais ativa de Garland e o âmago do álbum.

O trio, enriquecido pela “Sacconi Strings” em uma faixa, é ouvido sozinho no segundo disco, “Moon”, em uma série de gravações ao vivo. A maior parte do barulho da platéia foi retirado e o som é rico e envolvente. Há três composições alheias (“Blue in Green” de Miles Davis, “Sly Eyes” de Kenny Wheeler” e “Nostalgia in Times Square” de Charles Mingus) e quatro originais de Garland. A mistura de salsa e tango (“Bajo Del Sol”) com Garland no clarinete baixo, mostra como a intensidade do “Lighthouse Trio” pode ser compatibilizada com os aspectos líricos.

No primeiro disco, “Sun”, o trio apresenta-se com a RPO na suíte em quatro partes “Frontier”. A primeira parte, “Sungod”, apresenta só a orquestra, tendo Garland como compositor e arranjador, explorando o volume alto, com o mesmo impacto que o trio faz em “Bajo Del Sol” como se dez valessem cem. Tímpanos trovejantes, metais, címbalos, sugerindo uma dominância de saxofone baixo. O trio está em pé de igualdade com a orquestra na terceira parte, “On Sungod”, que inclui um devastador solo de Garland no saxofone tenor.

O trio completa o primeiro disco com quatro faixas gravadas em estúdio. O guitarrista convidado, Paul Bollenback, adiciona um solo excitantemente percussivo em “Hang Loose”, que apresenta Sirkis, o mais exótico baterista residente na Grã-Bretanha, desde que foi introduzido pelo “Portico Quartet” em “Knee Deep In The North Sea (The Vortex,2007)”.

Faixas: CD1 (Sun): The Eyes Of Ages; Hang Loose; Arabesque For Three; Frontier - Pt. 1 SunGod, Pt. 2 Moongod, Pt. 3 On Sungod, Pt. 4 Libra; Old Man Winter.
CD2 (Moon): Blue In Green; Bajo Del Sol; Darkhouse; Sly Eyes; Black Elk; Break In The Weather; Nostalgia In Times Square.

Músicos : Tim Garland : saxofones tenor e soprano, clarinete baixo e flauta baixo; Gwilym Simcock: piano; Asaf Sirkis: percussão ; Paul Bollenback: guitarra ; Royal Philharmonic Orchestra conduzida por Tim Garland ; Sacconi Strings (CD2: faixa 3).


Fonte : All About Jazz / Chris May

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