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domingo, 30 de agosto de 2009

E.J. STRICKLAND - IN THIS DAY (Strick Muzik[2009])


Graças ao trabalho com Ravi Coltrane, E.J. Strickland está bem estabelecido como um jovem e talentoso percussionista. Ravi Coltrane é o produtor neste “In This Day”, disco de estreia de Strickland. Suas composições apresentam um foco encorajador e sua banda dá ao projeto uma pegada forte. Os problemas do disco vêm dos desvios musicais e conceituais que limita o desenvolvimento completo do projeto."Abandoned Discovery" inicia suavemente, oferecendo uma pegada alegre e bom nível de intensidade, que só lhe dá qualidade. Os saxofonistas Jaleel Shaw e Marcus Strickland harmonizam magnificamente a melodia,enquanto o pianista Luis Perdomo utiliza o “Wurlitzer”, que dá um apoio eletrizante.A atuação das palhetas poderia ser excitante ou raivosa, mas o resultado sonoro é arriscado. A situação de qualquer maneira não se agrava porque o saxofone de Marcus Strickland envolve-a, com Jaleel Shaw atuando sutilmente no saxofone alto, impulsionados pelo toque da bateria de E.J. Strickland e a apresentação muscular do baixista Hans Glawischnig.

Shaw e Marcus têm a maior parte dos grandes momentos,coletiva ou separadamente. Seus diálogos em "Asante" e "Wrong Turn" são simplesmente hipnotizantes. Marcus trouxe os saxofones tenor e soprano para a festa. Seu incrementado soprano em "Robin Fly Away" e na faixa título é absolutamente glorioso.Ele também deixa seu soprano voar na feérica "New Beginnings", enquanto Yosvany Terry decola com seu sax tenor. O som mais suave de Shaw contrasta perfeitamente com o rico toque de Marcus, e o solo de Shaw na contemplativa "Find Myself" é uma rajada de ar fresco.E.J. Strickland permanence na retaguarda na maior parte do tempo, oferecendo doce textura e brilhante contraponto, mas quando põe os pés para fora em "Beginnings" e na feérica "Angular Realms", sua presença é anunciada com autoridade.

É indiferente a questão sobre se Perdomo é melhor no piano elétrico ou no acústico. Seu piano dá a "Beginnings" e à balada "Eternal" uma vibração percussiva latina, mas seu “Wurlitzer” traz a velha escola do fusion para "Realms". O toque atrativo do congueiro Pedro Martinez só aparece em quatro faixas, o que é uma pena. A mistura das suas congas com a abertura chamativa da linha de frente em "Asante", junta o tribal e o técnico, e literalmente baila com a flauta de Tia Fuller em "Illusions". A peça de destaque de Martinez, "Perdito's Prelude", é calorosa, mas perde brilho rapidamente e deveria ter sido incorporada à abertura de "Beginnings".

O grande desvio aparece em uma peça falada por Cheray (Mama Zun) O'Neal ,"Eternal (intro)" e em "In Faith (In This Day)". Os poemas devem retratar o centro emocional da música de E.J. Strickland , porém há bastante desconexão musical, levando as peças a parecerem pretensiosas. A sobreposição do vocal de Charenee Wade só faz conturbar a peça. O dueto acústico de David Gilmore com a harpista Brandee Younger em “Robin (intro)" é bonito, mas a composição parece quase esquizofrênica em contraste com o resto do disco. No lado brilhante,as aparições em “In This Day” de E.J. Strickland demonstra que ele não tem medo do trabalho nas fronteiras. Temos esperança que em seu próximo disco ele evitará expor sua motivação e, apenas, realizará o seu trabalho.

Faixas: Abandoned Discovery; Asante (para tribos de Gana); Eternal (intro); Eternal; Pedrito's Prelude; New Beginnings; In Faith (In This Day); Angular Realms; Find Myself; Wrong Turn; Illusions; Robin (intro); Robin Fly Away.

Músicos: E.J. Strickland: bateria; Jaleel Shaw: saxofone alto; Marcus Strickland: saxofone tenor;Luis Perdomo: piano, Wurlitzer; Hans Glawischnig: baixo; Pedro Martinez: congas (2, 5, 6, 12), djembe (2); David Gilmore: guitarra elétrica (9), violão (13); Cheray O'Neal: vocalização (3, 7); Charenee Wade: vocal (3); Yosvany Terry: saxofone tenor, chekere, and sinos(6)Tia Fuller: flauta(12); Brandee Younger: harpa(13).

Fonte: All About Jazz / J Hunter

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