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segunda-feira, 5 de outubro de 2009

MAURÍCIO MARQUES – MILONGAÇO


O Grupo Moagani foi formado em 1995 por quatro alunos de violão da Escola de Música da UFRJ : Sérgio Valdeos, Paulo Aragão, Marcos Alves e Carlos Chaves, que buscavam aliar a paixão pela música popular com as suas formações clássicas. Marcos Tardelli substituiu Sérgio Valdeos e já foi substituído pelo gaúcho Maurício Marques. Este, também, saiu do grupo ......... Calma, fãs do Maogani. A saída foi temporária. O objetivo foi a gravação do seu trabalho autoral, que é o seu segundo CD. Surgiu, assim, o disco “Milongaço”. O nome é apropriado, pois além de ser um discaço, usa a milonga, não só como ritmo, mas no sentido argentino da “manha, sutileza”.

O álbum apresenta ritmos gaúchos, que são a grande influência de Maurício Marques, que tem formação clássica, tais como chacarera, vaneirão, candombe, chamamé, chamarra, passando pela valsa e o choro, além de trazer o tango e a milonga, que estão pertinho, ali nas fronteiras com “nuestros hermanos” argentinos e uruguaios. O uso das influências da origem de Maurício Marques não transforma o seu trabalho em música regional. Ele utiliza um violão de oito cordas, que é um violão normal acrescido de dois baixos, cuja afinação pode variar de acordo com a tonalidade da música. A inspiração para uso deste violão veio de Narciso Yepes, Egberto Gismonti e Marco Pereira.

O disco inicia com “Chacarera no Planalto”, inspirada em uma viagem feita a Brasília. Esta faixa é o cartão de visita da ótima banda base formada por Felipe Álvares no baixo fretless, Luciano Maia no acordeón, Celau Moreira no violoncelo e Marcos Michelon na percussão. Chegamos à faixa 2 (Baiaoneirão) onde Maurício apresenta um baião, que se mistura com um vaneirão com a brilhante ajuda de um convidado especial : Renato Borghetti na gaita-ponto. Já estamos na faixa 3 (Amigo Missioneiro), um chamamé delicioso . Faixa 4 (Uma Pequena Canção ao Rei Arthur) uma valsa composta para o filho do Maurício no dia em que ele nasceu. Com estas quatro faixas já estamos fisgados pela qualidade do disco. A partir daí, é só seguir viagem. Faremos alguns destaques: “Candonga”, que é um misto de candombe com milonga apresenta toda a leveza do acordeón de Luciano Maia e a sutileza do violoncelo de Celau Moreyra, que dão um tom camerístico à peça. “Estância da Glória” mostra a exuberância do trabalho solo de Maurício Marques. “Um Tango para “El Flaco””, que é uma homenagem póstuma ao pianista e arranjador Carlos Garofali, que formou um duo com o bandoneonista uruguaio Carlito Magallanes. Pois é este bandoneón que aparece de forma esplendorosa nesta faixa. E para encerrar o disco, a faixa título “Milongaço”, inspirada no rimo da habanera, que também influenciou o tango.

Sentem, e como falamos em Rio Grande do Sul, peguem uma taça de um bom vinho, e sorva-o lentamente como a este belo trabalho violonístico.

Para maiores informações acessem http://www.mauriciomarques.com/ ou marquesviolao@ig.com.br

Faixas: Chacarera No Planalto; Baiaoneirão; Amigo Missioneiro; Uma Pequena Canção ao Rei Arthur; Chotstrot; Serenata; Candonga; Estância da Glória; De Mansinho; Fronteiriço; Milonguita; Serena; Um Tango Para “El Flaco”; Valsa Chuvosa; Milongaço.

Banda base : Maurício Marques( Violão de 8 Cordas); Felipe Álvares (Baixo Fretless); Luciano Maia (Acordeón); Celau Moreira (Violoncelo) e Marcos Michelon (Percussão)

Convidados :Ernesto Fagundes (Percussão); Augusto Maurer (Clarinete) ; Carlito Magallanes(Bandoneón); Renato Borgetti (Gaita-Ponto)

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