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domingo, 8 de novembro de 2009

TOM HARELL – PRANA DANCE (HIGHNOTE [2009] )


Um maravilhoso disco e com nome adequado.Tom Harrell mergulha na força vital, por certo, usando o movimento da música, a dança, como seu veículo. E enquanto o veterano trompetista e flugelhornista segue vividamente as batidas de estruturas complicadas, mistérios desconexos, até o saltitante “boogaloo”, apresenta um toque sutil e contornos suaves para a música, envolvendo todas as complexidades rítmicas e demonstrando um sentimento de quietude.

O segundo excelente disco de Harrell para a HighNote, “Prana Dance” , sinaliza um novo ponto alto em sua carreira após um período em que a precisão técnica, ocasionalmente, toma assento por trás do seu fabuloso ouvido harmônico e linhas líricas. Agora todas as peças estão postas no lugar, com contínua entonação calorosa, com firmes pontos de ataque, solos logicamente arquitetados, composições sutis e um senso dançante com a seção rítmica integrando completamente o projeto.

“Marching” inicia o álbum com uma urgência tranqüila, com Harrell construindo seu solo a partir de um simples motivo, que gradualmente cresce até alcançar o clímax. Na sóbria “Sequenza’ ele movimenta-se rapidamente em doces intervenções no flugelhorn, traçando frases paralelas através de mudanças e pontuando suaves pensamentos com pausas em staccato. Ele move-se e muda rapidamente com a suave “Maharaja” e ,em “The Call”, ele movimenta-se com agilidade entre a batida do baixo de Ugonna Okegwo e a batida dupla de Jonathan Blake na bateria. Harrell está energético no trompete, soturno em “Ride” e mergulha no encerramento do disco, “In The Infinite”, em um “boogaloo”.

O jovem tecladista Danny Grissett também aparece como solista, aparecendo em brilhante medida, apresentando uma batida regular, apresentando “riffs” sorrateiros em “Prana” e em uma dançante “The Call”, ambas no Fender Rhodes. O saxofonista Wayne Escoffery é mais comum, ocasionalmente dando suas contribuições, que entretanto servem para construir as músicas mais do que meras pontuações. Este enfoque perfeito deixa Harrell confortável em composições aparentemente simples, que como “Evidence” de Thelonius Monk, deixa buracos, particularmente na deliberadamente intrigante e tartamudeante “The Sea Serpent”.

Música que opera neste nível de integração estrutural, emocional e psíquica é rara. Eu não sei se Harrell faz meditação, mas se ele está fazendo, ele deveria continuar.

Faixas : 1. Marching; 2. Prana ; 3. Sequenza ; 4. Maharaja; 5. The Call; 6. Ride;
7. The Sea Serpent; 8. In The Infinite

Músicos : Tom Harrell (trompete, flugelhorn); Wayne Escoffery (saxofones soprano e tenor) ; Danny Grissett (piano, Fender Rhodes piano); Ugonna Okegwo (baixo); Johnathan Blake (bateria).

Fonte : Downbeat / Paul de Barros
Cotação : * * * * ½ (Muito Bom)

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