playlist Music

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

DANIEL SMITH – BLUE BASSOON (Summit Records [2009])


O fagotista e "bandleader" Daniel Smith apresenta um alentado conjunto de blues e bop dentro de um estilo de jazz experimental nesta gravação, “Blue Bassoon”. Similarmente aos seus discos anteriores como líder, “Bebop Bassoon” e “Swingin’ Bassoon”, Smith usa o fagote para alcançar as necessidades específicas do título do álbum. Isto não significa que ele evite as formas do bebop ou do “swing jazz” em “Blue Bassoon”, mas que acentua mais a pegada blueseira em seu instrumento com sólido registro que ele consolida com sua banda composta pelo pianista Martin Bejerano, pelo baixista Edward Perez, pelo baterista Ludwig Afonso e pelo guitarrista Larry Campbell.

Às vezes, a música soa como uma rememoração de Elvis Presley com o uso das cordas da guitarra acústica recobrindo-a com um toque de blues do interior como em “My Baby’s Gone” de B.B. King, uma espécie de homenagem, e em outras ocasiões a música alcança um brilhante estilo de jazz percussivo como no enfoque próprio de Smith em “Sack Of Woe” de Cannonball Adderly. Smith cobre um largo espectro do jazz, apresentando Horace Shaw, Charlie Parker, John Coltrane, Sonny Rollins dentre outros. Ele impõe movimentos e nuances nos arranjos originais, fazendo-os parecer como um produto novo.

O tom baixo de fagote, tipicamente, faz as notas moverem-se com um particular movimento tranquilo, mas a destreza de Smith possibilita um fraseado com a agilidade de um trompete como em “The Jody Grind”, composta por Horace Shaw. A maioria das músicas não foram escritas para utilizar o fagote, assim Smith coloca-se em posição única para por seus sentimentos ao seu modo em torno de outros instrumentos, o que faz brilhantemente na composição de Lee Morgan, “The Double Up”, bem como na interação com Bejerano, onde as teclas do piano parecem seguir uma após outra , como se formassem um círculo, engajando-se em uma divertida conversação. O estilo característico dos barcos de New Orleans apresenta-se em “From Four Till Late” de Robert Johnson com uma pegada blueseira com a presença da guitarra acústica de Campbell.

Mais jazz ao estilo bop está no programa com as saltitantes batidas do baixo de Perez e as ziguezagueantes explosões sonoras do piano de Bejerano em “Break Out The Blues” escrita por George Shearing. O álbum toma ares mais suaves na envolvente “Footprints” de Wayne Shorter, mas ganha velocidade nas pulsações agitadas de “Solid” de Sonny Rollins, onde Bejerano e Smith apresentam suas credenciais suingando pesada e rapidamente.

“Blue Bassoon” parece uma volta ao bom e velho jazz e blues. Daniel Smith relembra às audiências que não há nada além disto, e que o fagote tem um lugar de distinção nas esferas do blues e do jazz . Ele equilibra sua participação como líder e como músico que tem conhecimento dos arranjos que executa, quando complementa a atuação dos outros músicos, e quando retorna ao seu assento e observa cada um atuar como líder .”Blue Bassoon” vai direto ao blues.

Faixas : 1. The Jody Grind (Horace Silver);2. The Double Up (Lee Morgan);
3. Sack O' Woe (Julian 'Cannonball' Adderley);4. Things Ain't What They Used to Be (Mercer Ellington);5. My Baby's Gone (B B King);6. Billie's Bounce (Charlie Parker);
7. Nostalgia in Times Square (Charles Mingus);8. Equinox (John Coltrane);9. Scotch and Water (Joe Zawinul);10. From Four Till Late (Robert Johnson);11. Break Out The Blues (George Shearing);12. Footprints (Wayne Shorter);13. Solid (Sonny Rollins)

Fonte : JazzTimes / Susan Frances

Nenhum comentário: