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sábado, 26 de dezembro de 2009

GLOSSÁRIO DO JAZZ


Neste Natal, Papai Noel apareceu em minha casa, empunhando um saxofone tenor encorpado e presenteando-me com o livro “Glossário do Jazz” de Mário Jorge Jacques, editado pela Biblioteca 24x7, com dedicatória do autor. Presente maior não poderia receber. Como bom jazzista, compartilharei o palco, ou seja, o livro, com vocês.

Mário Jorge Jacques, que foi co-produtor por 9 anos do programa “O Assunto é Jazz” na Rádio Fluminense FM, liderado por Luiz Carlos Antunes, que teve sua última edição em 27/09/1994 após a venda da rádio, busca preencher uma lacuna em uma literatura especializada, que apresenta poucas publicações. A comunidade jazzística, que, infelizmente, não é muito grande, possui um linguajar próprio, cujos termos muitas vezes dificulta a compreensão de um texto, mesmo para aqueles que já percorrem a estrada do Jazz há algum tempo. Imaginem o que não ocorre com os neófitos.

O Jazz sendo uma música de origem afro-americana possui muitos termos em inglês, que mesmo aqueles que têm alguma familiaridade com o idioma não captam seu real significado. É aí que entra o denodo com que Mário Jorge abraçou esta causa de “abrir nossas mentes” para o que está sendo dito. Realizou uma extensa pesquisa, que não está encerrada, na literatura estrangeira, Internet, dentre outras. Não se atém apenas a termos técnicos, mas lista músicos, artistas, clubes, estilos, festivais, produtores, musicólogos, historiadores, instrumentos musicais, gravadoras, orquestras, bandas e por aí vai.

A inspiração surgiu quando, em 15/06/1991, foi a Atibaia-SP para proferir uma palestra (“As Raízes e a Formação do Jazz”) no evento “Chorus I, Primeiro Encontro dos Ouvintes do Jazz”. Lá encontrou Tião Neto, famoso baixista do tempo da bossa-nova e conhecedor do Jazz, que daria uma palestra e lhe ofertou um resumo de 4 folhas do livro “Jazz – A-Z” de Peter Clayton, com o título “Vocábulos Comumente Usados na Gíria Jazzística”. Passou este resumo com 41 verbetes para um recém adquirido computador. Ao longo de 9 anos enriqueceu o seu Glossário com suas pesquisas. Ao atingir 860 verbetes, imprimiu, fez cópias, encadernou e distribuiu entre os amigos jazzófilos. Estes leram, gostaram, propuseram alterações, o que foi um grande incentivo para a continuidade do trabalho.

Em 2005 saiu a primeira edição em forma de livro, onde já haviam sido listados 1284 verbetes. Na segunda edição de 2009, este número saltou para 1733.

Para mim que sou jazzista e aprendiz de “blogueiro”, este livro é um fascinante material para pesquisa e deleite. Nada mais gratificante do que unir o trabalho ao prazer. Ele é utilíssimo para os veteranos do jazz e imprescindível para os iniciantes. A leitura do livro não é um mero passeio entre vocábulos, mas uma maravilhosa viagem em um mundo fantástico, onde há descobertas preciosas e o encontro com deliciosas recordações.

Leitura obrigatória para os amantes do gênero.

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