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domingo, 31 de janeiro de 2010

JOE LOCKE / DAVID HAZELTINE - MUTUAL ADMIRATION SOCIETY 2


No último ano do século XX, a Sharp Nine Records lançou “Mutual Admiration Society”, uma performance de um quarteto co-liderado pelo vibrafonista Joe Locke e pelo pianista David Hazeltine, que incluía o baixista Essiet Essiet e o baterista Billy Drummond. Uma idéia esperta do controlador da Sharp Nine, Marc Edelman, que percebeu que a colaboração destes dois amigos de longo tempo foi baseada no desejo de explorar o vigor de cada um. Hazeltine tinha uma forte interação com a pegada do blues, que é o lado forte do toque de Locke, bem como as experiências com as composições harmonicamente audazes do vibrafonista. Locke considerou benvinda a oportunidade de interpretar os arranjos de Hazeltine e praticar o suingante estilo individual do pianista. Alguns dos pontos altos do disco incluiu uma deliberadamente tranquila, uma versão sonhadora do sucesso pop dos anos 60, "I Say a Little Prayer", a composição de Hazeltine "Can We Talk?" , que transitou entre o funk e o suíngue tradicional e a intrigante rearmonização de Locke para o standard "Spring Will Be a Little Late This Year".

Locke e Hazeltine tocaram durante seis noites no Sweet Basil em New York City para divulgação do disco e então partiram para caminhos distintos. No início de 2009, Edelman trouxe o quarteto de volta ao estúdio e mais uma vez os co-líderes contribuem com a maior parte do material. Os acordes que circundam por baixo da melodia da composição de Locke, "Pharoah Joy", assemelha-se a uma versão mais rápida de "The Creator Has A Master Plan" de Pharoah Sanders. Dedicada ao falecido baterista Tony Reedus, a música de autoria de Hazeltine, "One For Reedy Ree", proporciona uma pulsante e repetitiva introdução seguida por uma melodia angular com poucos desvios e mudanças. Embasado em "Everything I Love" de Cole Porter, a composição de Locke,"What's Not To Love?", inicia com uma figura frequente, vocalizadas nos mais baixos registros do vibrafone e do piano, que reaparecem no meio desta brilhante e otimista música. Empregando ritmo latino e recursos do swing tradicional, "Blues For Buddy" de Hazeltine tem andamento veloz, que deixa sem fôlego um punhado de melodias dentro de vinte e quatro compassos.

É duro imaginar um baixista e um baterista mais adequados para complementar
Locke e Hazeltine. Essiet e Drummond têm muito com que contribuir, e a maior parte do que eles tocam não soa demasiadamente excessivo ou particularmente exagerado. Eles apresentam diversas maneiras de suingar, em geral, sutilmente ajustados ou exercendo pouca pressão atrás dos solistas durante o curso de uma simples apresentação do tema.

Locke e Hazeltine são expansivos, improvisadores estimulantes que permanecem em conexão com todas as coisas em volta deles. Em última análise, entretanto, é o som do grupo que faz este álbum especial. Até nas faixas mais agitadas como "Convocation" e "Blues For Buddy", há entusiasmo e uma vibração centrada na música. É um prazer ouvir como eles dão suporte um ao outro (o trabalho de Hazeltine atrás de Locke, por exemplo, é maravilhoso), e sempre encontram um terreno comum sem preocupação com o sentimento ou o andamento do material.

“Mutual Admiration Society 2” é uma contibuição significante para a tradição do jazz . Aqui a esperança é que não tenhamos que esperar mais dez anos para um próximo lançamento.

Faixas: Pharoah Joy; The Peacocks; One For Reedy Ree; Twelve; What's Not To Love?; Convocation; If It's Magic; Blues For Buddy.

Músicos: Joe Locke: vibrafone; David Hazeltine: piano; Essiet Essiet: baixo; Billy Drummond: bateria.

Fonte: All About Jazz / David A. Orthmann

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