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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

MORRE O BATERISTA ED THIGPEN


O baterista Ed Thigpen (na foto), notado por seu trabalho com as vassourinhas e acompanhamento sensível para pianistas e vocalistas, faleceu em 13/01, no Hospital Hvidovre em Copenhagen, Dinamarca, onde residia há muitos anos. Thigpen tinha 79 anos.

Ele nasceu em Chicago, cresceu em Los Angeles e estudou na “Thomas Jefferson High School”, que também produziu Dexter Gordon, Art Farmer e Chico Hamilton, dentre outros reconhecidos jazzistas dos anos 40 e 50. Após frequentar a Universidade por um ano em Los Angeles, Thigpen deixou-a para seguir a carreira musical. Ele mudou-se para St. Louis onde seu pai Ben, um baterista e veterano da banda de Andy Kirk, estava vivendo. Realmente, como muitos premiados músicos de jazz daquela era, ele encontrou seu caminho em Nova York , onde, em breve, estava trabalhando com a banda do trompetista Cootie Williams no “Savoy” e em shows através do país.

Thigpen também trabalhou com vários artistas de R&B e bandas de “swing” em excursões durante o período , mas por volta de 1954 ele estava completamente imerso na cena vibrante da “52nd Street” e no Harlem em New York . Entre seus notáveis trabalhos como acompanhante durante aqueles dias jubilosos estavam Bud Powell, Jutta Hipp, Lennie Tristano e Billy Taylor, com quem esteve mais vinculado. Ele também trabalhou com Dinah Washington e Johnny Hodges. Como um baterista que poderia tocar com intensidade sem causar problemas para o solista com o volume, Thigpen era particularmente demandado por pianistas e vocalistas. Sua reputação levou-o diretamente para uma das mais famosas associações históricas, com Oscar Peterson, que o contratou para seu trio em 1959. Thigpen gravou cerca de 50 álbuns com o “Oscar Peterson Trio”. Muitas pessoas consideram aquele grupo formado com Ray Brown no baixo um dos mais requintados, se não o mais requintado trio da carreira de Peterson.

Thigpen deixou o trio de Peterson em 1965, entretanto gravou um disco como líder para a Verve durante aquele período, mas permaneceu muito ativo como primeiro baterista a ser chamado por várias bandas de bebop . Em 1965, ele juntou-se ao trabalho do grupo de Ella Fitzgerald e por volta de 1967 voltou para Los Angeles. Ele atuou em diversas ocasiões com Fitzgerald até 1972, quando partiu para viver em Copenhagen, Dinamarca.

Thigpen viajaria e atuaria ao redor do mundo, apesar de permanecer residindo em Copenhagen até sua morte. Dada a frequência com que os jazzistas norte-americanos atuaram na Europa, pode-se dizer que ele teve acesso aos maiores músicos do jazz moderno. Realmente , Thigpen tocou com muita gente de Kenny Drew a Clark Terry.

Foi na Europa que Thigpen desenvolveu sua carreira como educador e especialista. Além de escrever muitos livros instrucionais, ele ensinou em Conservatórios e Universidades em Copenhagen e em outros locais da Europa, tudo enquanto mantinha uma carreira ativa com pianistas, vocalistas e grupos próprios.

Thigpen era, frequentemente, uma calorosa e familiar presença nas conferências da “IAJE”, dialogando com educadores e estudantes e relembrando estórias com velhos amigos e associados. Sempre impecavelmente vestido, Thigpen atuava como um embaixador ou chefe de estado da música, que de fato era. Aquela organização deu-lhe o prestigioso prêmio “Humanitarian” em 2002. Ele também foi homenageado pela “Percussive Arts Society”, pelo “Danish Jazz Awards”, pelo “Kennedy Center” e outras relevantes organizações internacionais. Um instrutor especialista de renome, Thigpen, do mesmo modo, era um participante regular da conferência da “NAMM” em Anaheim e era um divulgador de longa data da “Remo Drums”, “Sabian Cymbals” e “Regal Tip sticks & brushes”.

Gravações suas como líder eram relativamente infrequentes para um músico da sua estatura, onde estão inclusos “Out of the Storm (Verve, 1966)”, “Action-Re-Action (GNP, 1974)” e “ #1 (Stunt, 2004)”. Entretanto, os títulos de suas gravações e vídeos instrucionais apresentam plenamente seu legado:” Rhythm Brought to Life”, “Element of Swing”, “Mr. Taste and The Essence of Brushes”. Estes títulos, cabalmente, são o resumo do homem e sua música.

Fonte : JazzTimes / Lee Mergner

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