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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

YARON HERMAN TRIO – MUSE (Laborie Records [2009])


“Muse” é o quarto álbum de Yaron Herman e este israelense, residente na França, continua seu firme progresso através da maturidade pós-estilo de Keith Jarrett e Brad Mehldau e certamente na avaliação mundial. Ainda no final dos seus vinte anos de idade, Herman posicionou-se em seu lugar com o disco de duo piano/bateria “Takes 2 To Know 1 (Sketch, 2005)”, que foi seguido por um álbum solo , “Variations (Laborie Records, 2006)”, e mais recentemente um trio com uso de eletrônica, “A Time For Everything (Laborie Records, 2007)”. O novo álbum, outra performance em trio, utiliza o mesmo pessoal do antecessor —Herman, o baixista Matt Brewer e o baterista Gerald Cleaver— mas sem a utilização da eletrônica.

Uma evidência em “Muse”, é que o tempo para Herman reaparecer não pode ser longo. A influência de Jarrett e Mehldau pode ainda ser ouvida, porém, agora, está mais difusa. Pode ser adicionada outra ressonância, Esbjorn Svensson. Com seu intenso e emocionalmente nuançado lirismo, Herman pode apresentar frases e ideias enfáticas e percussivas como a do falecido pianista. Assim ele o faz em “Muse”, sem utilizar os aparatos eletrônicos usados pelo sueco. Há momentos das mais apaixonadas e feéricas faixas, que ocupa metade da sessão, quando poderia ser quase um Svensson desplugado. Mas há uma diferença. As poderosas performances emocionais de Svensson pareciam ser pré-escritas. A paixão de Herman é diferente. Os sentimentos são mais orgânicos, mais momentâneos.

Em contraste com “A Time For Everything”, com suaves músicas de Björk, Sting, Leonard Cohen, Britney Spears e do clássico repertório norte-americano, “Muse” enfoca as composições de Herman e de Brewer. Há apenas duas canções familiares , "Con Alma" de Dizzy Gillespie e "Isobel" de Björk, mais uma menos conhecida de autoria de Alexander Argov e Naomi Shemer. "Lamidbar" de Argov, com influência do Oriente Médio, e "Vertigo" de Herman, que são agrupadas uma após a outra, estão entre os pontos altos do disco- requer atenção, é visceral e estimulante.

Herman inclui um quarteto de cordas em três faixas com efeitos recompensatórios. Em apenas três minutos, a abertura da faixa título é breve, mas é uma substancial peça clássica: rapsódica e sugerindo que algo interessante está por vir. As cordas são assertivas e cativantes. Elas aparecem menos assim em "Isobel", onde a batida tribal de Cleaver, reiteradamente providencia os movimentos. Na melancólica "Rina Balle" que encerra o disco, eles transitam vitoriosamente entre o passado e o porvir.

Faixas: Muse; Con Alma; Vertigo; Lamidbar; Perpetua; Isobel; Joya; Lu Yehi; Twins; And The Rain; Rina Balle.

Músicos: Yaron Herman(piano);Matt Brewer (baixo) [1-7, 9-11]; Gerald Cleaver (bateria) [2-7, 9-11]; Quatuor Ebene String Quartet (1, 6, 11).

Fonte : All About Jazz / Chris May

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