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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

VIOLINISTA PRODÍGIO LANÇARÁ CD


Sam Weiser, na foto, 15 anos, considerado um violinista prodígio, estreia em disco com “Sam I Am”, que será lançado pela Disappear Records no próximo dia 16 de Fevereiro com renda destinada à Fundação Daniel Pearl .

Sam Weiser parece ter o mesmo estado de espírito de qualquer artista para lançar seu disco de estreia. Ele está excitado para falar sobre a música e a gênese do álbum. Está um pouco ansioso sobre a sua recepção. Está buscando realizar alguns shows ao vivo para apresentar o material do CD. Entretanto, diferentemente da maioria dos estreantes, ele também tem exercícios de matemática para fazer em casa. Observe, que por ter quinze anos ele ainda está no segundo grau. Aliás para ser exato, no segundo ano de faculdade considerando o sistema norte-americano (10th grade). Você se recorda o que estava fazendo no segundo ano de faculdade ? Não?. Nem eu. Eu posso afirmar que não estava gravando álbuns. Isto eu lembro.

O disco apresenta diversos estilos musicais, incluindo jazz cigano, swing, bebop, klezmer, música brasileira e folk. Weiser credita a um de seus mentores, Mark O’Connor, bem como à sua mãe o extenso rol de estilos apresentados no CD.

De fato, eu penso que é a primeira vez que entrevisto um artista e depois sua mãe (Eu deveria fazer disto uma regra para obter mais informações sobre o entrevistado). No caso do jovem Weiser, seus pais são uma parte importante da sua história como seria para qualquer jovem que necessita de orientação sobre onde realmente quer ir (com perdão dos meus amigos novaiorquinos que sempre precisam de um empurrãozinho).

Weiser disse que ouviu violino pouco tempo antes de vir a tocá-lo. “Eu escutei meu vizinho tocando por seis meses e começei a implorar à minha mãe por um violino”. Sua mãe, Tami, deu-lhe um e o matriculou em um curso com o método Suzuki.Ele tinha três anos.

Weiser declarou que seus pais não são músicos. “Meu pai gosta de dizer que toca rádio”, Weiser fala rindo. “Minha mãe, porém, é mais musical e ouve qualquer música. Ela me expôs a muitos estilos diferentes”.

Sua mãe disse que pensou que Sam era um músico excepcional, mas às vezes era difícil separar o orgulho filial de uma avaliação objetiva. “Nós não sabíamos por um longo tempo quão longe ele havia ido”, ela explicou. “Há aquele fator ‘aah’ de um garoto tocando muito bem e ele era muito esperto. Então quando fez dez anos, ele foi recrutado por um conservatório. Mas ele não queria ser apenas um músico. Creio que a idéia o assustava”.

Weiser e sua mãe concordam em uma coisa : Que seu desenvolvimento musical deu um salto graças à freqüência no curso de verão para violinistas de Mark O’Connor. Weiser tinha apenas nove anos quando o frequentou pela primeira vez. “Eu fui para o curso sem saber nada, realmente. Eu não tinha nenhuma experiência no mundo das cordas “alternativas”. Eu não conhecia o mundo fora da música clássica. Realmente, as portas foram abertas para mim”. Weiser retornou ao curso várias vezes e estabeleceu relações próximas com os grandes instrumentistas de corda do staff do curso, bem como com seus companheiros.“Ele tinha umas sacadas interessantes” sua mãe confirmou. “Ele tinha consciência : ‘Eu estou em casa com estes músicos’. Ele imaginava que poderia tentar qualquer espécie de música. Era uma revelação. Eles podiam está “jameando” e ele via aquilo. Quando acontecia, ele ficava alegre”.

Foi no curso de O’Connor onde Weiser tomou contato pela primeira vez com o legado de Daniel Pearl, o conhecido jornalista brutalmente assassinado no Paquistão por fundamentalistas islâmicos . Pearl, que no início da carreira trabalhou como jornalista musical era apaixonado por música, e a Fundação Daniel Pearl objetiva promover e fortalecer a comunidade através da linguagem universal da música.

Um dos programas da fundação é o “Daniel Pearl Memorial Violin”, elaborado por Jonathon Cooper, que dá suporte a jovens músicos por um ano. Weiser foi um dos participantes para violino no período 2008-2009. Ele disse que os instrumentos eram fantásticos. “Soavam muito bem”, Weiser relembra. “É difícil descrever a clareza e o timbre”. De fato, Weiser foi tomado pelo instrumento e pediu a Cooper para fazer-lhe um violino. Weiser está doando a receita do álbum para a Fundação. Para ele, é uma maneira simples de pagar a generosidade e a dedicação com ele, sendo um músico jovem. Sua mãe declarou que a vida de Pearl foi uma mensagem para Weiser. “Ele estava tocado por aquela experiência”, disse. “Ele conheceu a família de Pearl e aquilo realmente tocou seu coração. Agora ele quer incrementar a percepção da organização e seus objetivos”.

Foi no FODFest (um festival de música ligado à Fundação Pearl) que Weiser encontrou Sonia Rutstein, que o encorajou a gravar um disco. Ela agendou o período e produziu o CD, bem como contribuiu com três composições. O álbum, também, inclui standards como “Lullaby of Birdland” e “Desafinado.”

Mesmo uma rápida audição do disco de Weiser mostra-nos que este não é um jovem comum de 15 anos. Ele é verdadeiramente um prodígio em seu instrumento, tocando com maturidade e virtuosismo, indo além dos seus anos e além das habilidades da maioria dos músicos de qualquer idade. Ele transita do suíngue cigano da composição “Gypsy Fantastic” de O’Connor para o clássico bop de Bobby Timmons,“Dat Dere”, como se estivesse trocando de camisa. Ele canta em poucas faixas, incluindo a atraente “Rise Up” de Eddie Vedder da trilha sonora de “Into the Wild”. Weiser disse que ouviu este álbum de um líder de uma “Pearl Jam” enquanto viajava com um amigo. “Sua mãe adorou este disco.Eu tenho vontade de tocar bandolim e queria fazer alguma coisa daquele tipo. E apresentei aquela canção como é interpretada no bandolim. Assim eu imagino”.

Sua mãe disse que Sam gastará muito tempo “imaginando canções”, e relembra sua recente transposição de uma música de Cannonball Adderley para o violino. Justo agora ele está indo para um clássico, mas pesado jazz moderno, absorvendo o trabalho de Coltrane, Hancock e ouros grandes da era do post-bop . Ele mantém horários para lições e prática de música clássica. Weiser declarou que “Definitivamente há duas formas de pensar. Com o clássico, a boa técnica e o timbre são importantes. Mas é também fundamental manter a mente aberta. Algo que aprendi com Mark [O’Connor] e Sonia.”

Eu sei que com esta leitura você gostaria que eu dissesse que Weiser é uma criança autosuficiente, mas, na verdade, ele mais do que isto. Weiser é modesto e simplesmente feliz por, ocasionalmente, tocar com pessoas como O’Connor ou Darol Anger ou John Blake. Ele realmente deseja freqüentar uma Universidade e estudar algo além da música. “Eu estou realmente interessado em engenharia de música”. Sua mãe declarou que seria importante que ele não fique atraído exclusivamente pelo competitivo mundo dos estudos dos conservatórios. “Ele é um garoto normal que frequenta a escola pública. E ele quer se manter deste jeito”. Os pais de Weiser merecem crédito por inculcar-lhe a ideia de que não precisa ser um músico famoso para ter sucesso na vida. É positivo simplesmente desfrutar a música e ver até onde ela leva você.

Fonte : JazzTimes / Lee Mergner

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