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quinta-feira, 13 de maio de 2010

ARTURO O'FARRILL - RISA NEGRA (Zoho Music [2009])


Com o prêmio Grammy de 2009 em mãos, o pianista Arturo O'Farrill pode finalmente sair da pesada sombra do seu pai, o líder de orquestra cubano Chico O'Farrill. Em “ Risa Negra” pode ser visto como rapidamente os filhos de Arturo , o trompetista Adam O'Farrill (14 anos) e o baterista Zachary O'Farrill (17 anos), que se apresentam em uma faixa, começam a surgir sob o olhar protetor do pai.

Este é um álbum de família e o que a unida família O'Farrill's ouviu vem do Caribe, do meio-oeste norte-americano, América Latina, Rússia e Índia. Como era ouvido pela geração do seu pai, o jazz latino tem a capacidade de absorver quantidades multinacionais de música e fazê-las encaixar em sua clivagem. Isto é melhor demonstrado em "Table Rasa", uma suíte em dois movimentos que começa em um salão em Cuba, com uma simples peça de piano que envolve uma pegada de sabor latino com o trompetista Jim Seeley intercambiando solos com a flautista Cecilia Tenconi. A suíte continua com "Tintal Tintal Deo", transmutando-se com uma tabla indiana executada pelo convidado Badal Roy. O ex-aluno de Miles Davis apresenta um solo de konakol (percussão vocal indiana) antes da banda retornar com uma mistura de jazz afro-cubano.

Esta gravação transcende a classificação de gêneros musicais. Como os grandes visionários do jazz, o apetite de O'Farrill é amplo. A seção de metais é concisa, plena de suíngue, evidenciado pelo trompetista Seeley e com o saxofonista David Bixler agitando em "One Adam 12 Mambo" e "Ceviche". A banda apresenta um pouco de funk, com O'Farrill no piano elétrico e Boris Kozlov “divertindo-se” no baixo elétrico, em "Goat Check" ,com uma pitada de música de beira de estrada. Kozlov dá suporte com o baixo elétrico e troca solos com o baixista acústico Ricardo Rodriguez em "Blue State Blues", outra faixa que fará sucesso junto ao público , que encontra cada instrumentista apresentando intervenções contagiantes, com os executantes de instrumentos de sopro suingando para seus ancestrais no jazz .

Adam O'Farrill apresenta o gene da família em "Crazy Chicken." A peça de cinco minutos tem uma melodia complexa que diminui seu ritmo, possibilitando-lhe a exibição de um belo toque com seu irmão Zachary incrementando o tempo.

O pai Arturo fecha o disco com uma peça solo, "Alisonia", uma melíflua e reflexiva canção que acentua o seu lado mais suave. Algo que poderia ser confundida como uma composição de Bill Evans. Um conveniente final para uma gravação espirituosa.

Faixas: One Ada 12 Mambo; Goat Check; Blue State Blues; The Darkness Is My Closest Friend; No Way Off; Crazy Chicken; Tabla Rasa : El Salon Cubano; Tabla Rasa: Tintal Tintal Deo, Ceviche; Alisonia.

Músicos: Arturo O'Farrill : piano, Fender Rhodes piano; Jim Seeley: trompete; David Bixler: saxofone alto ; Boris Koslov: baixo acústico, baixo elétrico; Vince Cherico: bateria; Roland Guerrero: percussão; Heather Bixler: violino; Alison Deane: piano; Adam O'Farrill: trompete; Zachary O'Farrill: bateria; Ivan Renta: saxofone tenor; Ricky Rodriguez: baixo acústico; Badal Roy: tabla; Cecilia Tenconi: flauta.

Fonte: All About Jazz / Mark Corroto

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