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domingo, 23 de maio de 2010

BRIAN LYNCH AFRO CUBAN JAZZ ORCHESTRA – BOLERO NIGHTS FOR BILLIE HOLLIDAY (VENUS)


É fácil recomendar quase todos os 15 álbuns que Brian Lynch lançou sob sua liderança desde o lançamento de estreia dentro de um forte hard-bop, “Peer Pressure”, em 1986. Exceções são “Back Room Blues” de 1989 e o fusion “Fuschia/Red" de 2007. Seu novo lançamento, “ Bolero Nights For Billie Holliday”, vem preenchido com , talvez, sua mais expressiva performance no trompete e no flugelhorn.

No intervalo de gravações com um selo japonês em 2008, ele compartilhou o estúdio de Nova York com um convidado especial, Phil Woods, e outros oito companheiros, todos com segurança para realizar a mistura de ritmos afro-cubanos e do jazz afro-americano. Confuso com o título do álbum?. Não fique. Lynch é fã de Lady Day, e ele deleita-se em trazer componentes musicais latinos para poucas canções que ela interpretou no controverso final de sua carreira em 1958. Há também canções gravadas por outros ilustres jazzistas daquela era, mais a sua composição “Afinque” e “La Sitiera” de Raphael Lopez Gonzalez.

É um privilégio ouvir Lynch pela sua rica entonação e maravilhoso ritmo no comando do seu instrumento, sua imaginação e sua convicção. Envolvendo embevecimento e tristeza, ele avalia as emoções no âmago de “You´ve Changed” e “I´m A Fool To Want You”, partes ilustres ou infames do disco “Lady In Satin” de Holliday. Como ela , ele não é um estranho à intimidade musical. Há uma concessão do novaiorquino na encrespada premência para “Fire Waltz” e há uma especial qualidade afirmativa para sua atuação em “La Sitiera”.

Em cada parte, o estimado e veterano músico Phil Woods, traz sua clara e pessoal estética para o material de “Lady in Satin” e para a composição de Charles Mingus, “Célia”. Ivan Renta providencia suas marcas solos aqui e acolá, porque o amigo e colaborador de Lynch, Eddie Palmieri , apelidou o novo altoísta porto-riquenho de “ o novo fenômeno caribenho”. Entretanto, Lynch estabelece as regras. Beneficiando-se de uma tranqüila sabedoria, de uma expressiva seção rítmica latina, e nunca predisposta a ser enjoativa ou exagerada, ele é o único cujo trabalho convida a um retorno para audição. Arte e a busca da maestria são instrumentos gêmeos que ele apresenta. Lynch inspira superlativos.

Faixas : 1. Afinque; 2. La Sitiera; 3. Celia; 4. Fire Waltz; 5. Delilah; 6. I’m A Fool To Want You; 7. You’ve Changed.

Músicos : Brian Lynch (trompete,flugelhorn); Phil Woods (saxofone alto[3, 6, 7]);Ivan Renta(saxofone alto); Alan Hoffman (saxofone tenor); Marshall Gilkes(trombone); Ron Blake( saxofone barítono); Zaccai Curtis (piano); Boris Kozlov (baixo); Little Johnny Rivero (congas,bongôs e percussão); Marvin Diz (timbal e bateria).

Fonte : Downbeat / Frank-John Hadley

Cotação : * * * * (Muito Bom)

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