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sábado, 22 de maio de 2010

CHRIS CHEEK / VICTOR PRIETO – ROLLO COASTER (Cheekus Music [2010])


É possível que você nunca tenha ouvido acordeón na maneira como executado por Victor Prieto. Realmente, assim como Toots Thielemans colocou a gaita no mundo do jazz soprando e expelindo linhas do bop através dos seus dentes, Prieto paira sobre a coroa da invenção de Cyrillus Demian, com improvisações que merecem maior reconhecimento.

Bem conhecido por trazer a valsa francesa, a polca da Boêmia, danças franco-canadense e a música festiva do Cajun para os palcos do mundo, este instrumento obteve aceitação no mundo do jazz de forma bem lenta. Certo que outros acordeonistas tinham explorado o gênero antes— Richard Galliano, Antonello Salis, Mat Mathews, Gianni Coscia, Art Van Damme e, ultimamente, Frode Haltli— mas ao lado deste grupo honorável, os Hohners e Excelsiors têm encontrado grande sucesso.

Chega Prieto, com seu inovador, tango-encontra-jazz-encontra a música classica; uma cornucópia preenchida com entonações mundanas exibições de acordes vindos das mãos de austucioso artista. Adicionado a grandes melodias artesanais vindas do saxofone soprano de Chris Cheek, cujo resultado é um cativante canto de corte de rouxinóis. Juntos eles fazem música que, a despeito de uma forte inserção na tradição do tango, atua através de um amplo leque de influências estilísticas. O encontro deles ocorreu na banda da autoridade em tango-jazz, Emilio Solla.

O álbum abre com a composição de Hermeto Pascoal, “Bebê"", um arranjo que deve ser descrito como uma mistura de um arranjo de "Woody 'n You" de Dizzy Gillespie e uma animada dança brasileira. Segue "Coo" de Cheek . Apresentando abundantes e interessantes mudanças, ainda que em solos sucintos, a dupla segue para "Rollo Coaster" uma relaxada peça em 7/4.

As coisas parecem drasticamente diferentes quando Prieto apresenta uma entonação de órgão de igreja na confessional "Shelter". Algo excêntrico que amplia o programa, a mudança de espírito é uma surpresa, soando mais como um concerto de música sacra de J.S.Bach. Não é um movimento desagradável no todo. A manobra nunca leva o espírito dos músicos para longe. O sentimento ressurge no meio de "Papa Pin", antes de esvaziar o salão para a dançante "Rosa".

“Rollo Coaster” é um trabalho estilisticamente diversificado, em que diferentes evoluções quebram muitas barreiras. Quem imaginava que o acordeón poderia soar intrigante?

Faixas: Bebê; Coo; Rollo Coaster; Six Note Samba; Shelter; Chatting With Chris; Papa Pin; Rosa; Rio; Los Recuerdos; Improv I; Improv II; Improv III; Memories.

Músicos: Chris Cheek: saxofone soprano; Victor Prieto: acordeón

Fonte : All About Jazz / Martin Gladu

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