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quarta-feira, 7 de julho de 2010

FRED HESS BIG BAND – HOLD ON (Dazzle Records [2009])


Fred Hess tem sido prolífico neste milênio. Para aqueles familiarizados com os últimos seis discos do saxofonista residente em Denver, entretanto, “Hold On ” vem como uma surpresa. Desde 2004, Hess tem imergido na arte de um quarteto sem piano, antes de aumentar seu grupo , primeiro com um segundo saxofonista, e então com um guitarrista, passando de um quinteto para um sexteto e oferecendo uma nova e energética tomada no free jazz.

Com “ Hold On”, Hess pula para a arena da big band pela primeira vez com impressionante sucesso.

Esta ambiciosa incursão no campo da big band soa como um trabalho que Hess sempre quis fazer. Neste aspecto, uma comparação pode ser feita entre Hess e o falecido Joe Henderson. Ambos têm a maestria da alta técnica no uso dos seus instrumentos, solistas de criatividade absurda e músico dos músicos. Cada um passou uma boa parte do tempo soando sob os radares (mais tempo para Hess, posteriormente em uma grande gravadora mundial) apesar das suas prodigiosas habilidades. Henderson fez seu lance na realização do seu “Big Band (Verve Records, 1995)”, após o sucesso do seu tributo a Miles Davis, “So Near, So Far (Verve Records, 1993)”. Parece que Hess engendrou sua própria oportunidade após o sucesso de crítica de sua série de trabalhos em pequenos selos.

Com a pegada free de seu pequeno grupo em mente , um excesso de pegada free e talvez um enfoque largamente dissonante (a la Satoko Fujii) deveria ser esperado. Mas as harmonias soam próximas ao mainstream, e são frequetemente majestosas , quase Ellingtonianas . Suave, efêmero, mais leve que o ar, as palhetas flutuam através das bases da substancial metaleira, ancoradas pela firme seção rítimica formada pelo baterista Matt Wilson, pelo baixista Ken Filiano e pelo pianista Marc Sabatella.

Solos fantásticos são abundantes por parte do trompetista Ron Miles, do saxofonista alto John Gunther, dos trombonistas Tom Ball e Nelson Hinds, Filiano e, claro, Hess. O som do tenorista irrompendo em frente à banda é uma experiência maravilhosa — a bela fluidez da sonoridade, as estórias labirínticas que ele conta, entrelaçando e revirando surpresas, aconchegando-a em boa forma, dentro da lógica “Hessniana”.

"RBHM-KNNK" de Anthony Braxton e “Clef Family”, relembrada com "The Clef's Visit to Grandma" são as exceções para a vibração do straight-ahead. A composição de Braxton é soturnamente abstrata e delirante com um soberbo solo encrespado de piano por Sabatella. Com “Clef's”— que aparece em todos os discos de seus pequenos grupos— as coisas são excêntricas como sempre. Uma audição inicial sugere uma família numerosa se estapeando no gramado da vovó, mas as notas de Hess revela o envolvimento de cachorros selvagens e um gigante, mutantes, marcas de madeira radioativa, bem como a explosão de um helicóptero no céu atacado por raios brilhantes. Tal é o mundo dos Clefs, amigos de Hess.

Com “Hold On”, Fred Hess prova a si mesmo ser um músico de primeira classe na arena da big band.

Faixas: Good Question; For Thomas; Hold on; Sicilienne/Greensleeves; Opposites Attract; A Night To Remember; Pretty Little Gypsy/Chuggin'; On Perry Street; RBHM-KNNK; The Clef's Visit Grandma's; Knitwit For Tara.

Músicos: Fred Hess: saxofone tenor; Johan Eriksson: saxofone alto; John Gunther: saxofone alto; Dominic Lalli: saxofone tenor; Mark Harris: saxofone barítono; Brad Goode: trompete; Al Hood: trompete; Ron Miles: trompete; Dave Rajewski: trompete; Hoyt Andres: trombone; Tom Ball: trombone; Nelson Hinds: trombone; Gary Mayne: trombone baixo; Marc Sabatella: piano; Ken Filiano: baixo; Matt Wilson: bateria; Tyler Gilmore: maestro.

Fonte : All About Jazz / Dan McClenaghan

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