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sábado, 21 de agosto de 2010

JEROME SABBAGH – ONE TWO THREE (Bee Jazz [2009])


O saxofonista francês Jerome Sabbagh tem explorado o formato de trio em clubes de Nova York por mais de cinco anos. “One Two Three” apresenta uma seleção de standards — alguns bem conhecidos, outros nem tanto, e lhes dá um bom tratamento à moda antiga em estúdio. O resultado é qualificado. Como um bom vinho tinto, ele só se torna melhor quando você o bebe. E demonstra, também, que o jazz clássico é cheio de vida e vitalidade, como sempre, se proporcionado por mãos competentes.

Quando se discute um trio formado por tenor, baixo e bateria, é impossível ignorar Sonny Rollins, cuja influência vem da clássica sessão do Village Vanguard em Nova York , “Way Out West(OJC, 1957)”. E fãs do “ Newk's Time (Blue Note, 1957)” deveriam desfrutar este álbum. Por enquanto Sabbagh é sem dúvida este homem. Sua entonação, pegada e escolha de notas são puxadas do clássico Rollins. "Boo Boo's Birthday" de Thelonious Monk é um grande exemplo disto, plena de autoconfiança e vocalizações vibrantes de Rollins.

Porém o som de Sabbagh , também, deixa uma certa prolongada doçura, um sabor similar ao de chocolate em sua entonação. É isto que o mantém em seu próprio passo. Ele parece ferver lentamente entre as notas, construindo uma tristeza tensa a partir da angularidade de outra música de Monk, "Work". A brilhante e relaxada introdução em solo de sax para "Body and Soul", tradicionalmente admirada por aspirantes saxofonistas para provar sua capacidade dentro dos passos do grande Coleman Hawkins, mostra um talento que luta para mostrar mais que virtuosidade técnica. Isto, ao lado do lirismo natural de uma canção de Bill Evans, "Turn Out the Stars", mostra a habilidade de Sabbagh mover-se com um clássico conforto raramente ouvido no jazz moderno. Seu conhecimento de harmonia e melodia faz tudo parecer bem fácil. É como se ele tivesse as letras em seu sax, e executa música por música com um misto de paixão e jogo de palavras.

O baterista Rodney Green e o baixista Ben Street enredam-se para criar um forte suporte, diminuindo ou subindo a intensidade quando necessário. O sax domina a maioria do tempo, mas eles fazem a música soar muito melhor com o ritmo correto e a atmosfera. Um exemplo é ouvido na interação entre Green e Sabbagh em "Just In Time", que incrementa tanto a canção que o retorno de Street no baixo faz o grupo soar maior que os três.

Enquanto “One Two Three” apresenta as permutações do solo, duo e do trio que faz estas composições parecerem fáceis para os músicos. O espaço que este grupo ocupa na gravação é íntimo e caloroso. Tomando músicas familiares, eles transcedem as supostas limitações de um trabalho em grupo. E, em repetidas audições, a música só cresce em estatura.

Faixas: Conception; Work; Body and Soul; Just In Time; Turn Out The Stars; Boo Boo's Birthday; Tea For Two; Monopoly; Chelsea Bridge.


Músicos: Jerome Sabbagh: saxofone tenor; Ben Street: baixo; Rodney Green: bateria.

Fonte : All About Jazz / Warren Allen

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