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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

VIJAY IYER – SOLO (ACT Music [2010])


“Historicity (ACT Music, 2009)” do pianista Vijay Iyer estava entre os discos mais destacados do ano, um álbum em formato de trio com 10 faixas, metade formada por originais e metade constituída por composições de outros autores. “Solo” retorna ao mesmo território, tendo 11 faixas com cinco originais e seis composições de terceiros , a exemplo de Duke Ellington ("Black & Tan Fantasy", "La Fleurette Africaine"), Thelonious Monk ("Epistrophy"), Jimmy Van Heusen ("Darn That Dream"), Steve Coleman ("Games") e Steve Porcaro/John Bettis ("Human Nature" feita para o cantor Michael Jackson).

Desta vez ele aparece só com seu piano. Iyer fez um disco que é levemente mais excitante que o predecessor. A diferença é mais aparente nas composições de outros, onde Iyer mergulha profundo para encontrar novos balanços e alternâncias e surpresas harmônicas. Tudo de forma radical, soando inefávelmente correto, tudo resplandecendo com um senso de mistério revelado.

"Darn That Dream" e "Black & Tan Fantasy" são apresentadas de forma relativamente tradicional , a primeira atraente , a segunda com consciente anacronismo em suas referências ao stride piano e mais apropriada que a inflexível batida (Ellington escreveu a música com o trompetista Bubber Miley em 1927). Em "Epistrophy", Iyer tomou uma rota mais provocativa, só desdobrando a melodia durante os últimos 30 segundos. "La Fleurette Africaine" do trio de Ellington com o baixista Charles Mingus e o baterista Max Roach, “Money Jungle (Blue Note, 1962)”, tem 7min56seg, uma das mais longas do disco, é outra exposição discursiva. "Human Nature" é curta em sua oferta de texto. Iyer, que vem incluindo esta canção em seu repertório desde a morte de Jackson em 2009, o encontrou primeiro quando tinha 11 anos, e tinha todo o tempo para encontrar os seus caminhos. É possível sugerir que Iyer teve a sorte, talvez, de não conhecer "Human Nature" como alguém que passou a noite na casa do rei do pop ?. Provavelmente…..

Os originais incluem "One For Blount" uma suingante homenagem blueseira para o pianista Sun Ra ( Herman Blount), que fecha o álbum, apropriadamente , com um pé no passado e o outro no presente. Os originais que vêm antes são mais tipicamente “Iyeristicos”. Os melhores exemplos são "Autoscopy", que uma seção introdutória com várias notas com ecos de Cecil Taylor, vem a ser um exercício de voluptuoso lirismo, e "Patterns" com 8min29seg de poderosa associação livre conduzido de forma hipnotizante e poucos esquemas rítmicos-melódicos. Mágico, do começo ao fim.

Faixas: Human Nature; Epistrophy; Darn That Dream; Black & Tan Fantasy; Prelude/Heartpiece; Autoscopy; Patterns; Desiring; Games; Fleurette Africaine; One For Blount.

Fonte : All About Jazz / Chris May

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