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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

LOUIS : O FILME


Eu não estava certo sobre o que esperar da altamente badalada estreia de “Louis”, um filme mudo com um acompanhamento musical no Symphony Center , Chicago, ocorrida em 25 de Agosto. Dada a excelente obra que eu vi nos trailers, eu imaginei que seria um filme biográfico sobre os anos iniciais do trompetista Louis Armstrong (na foto), com um toque de fantasia. Eu estava parcialmente correto e muito mais surpreso com o rumo que tomou.

O diretor do filme, Dan Pritzker, criador da banda, Sonia Dada, teve a inspiração, em 2001, em criar um filme mudo após assistir Luzes da Cidade de Chaplin, com um acompanhamento musical da Chicago Symphony Orchestra. Ele partiu para a criação de "Louis", que é parte Chaplin, parte Keystone Kops, sobre um rapaz chamado Louis, “a estória de um jovem nascido na pobreza que sonha tocar trompete”. O filme incorporou partes da história da infância de Armstrong, dentro de uma trama bem original. O premiado fotógrafo da Academia, Volmos Zsigmond, fêz um soberbo trabalho criando um filme brilhantemente colorido, ainda que com um olhar e sentimento do cinema em preto e branco. A trilha sonora foi escrita e executada por Wynton Marsalis com a Lincoln Center Jazz Orchestra completa, tendo os clássicos sido tocados pelo renomado pianista Cecile Licad.

A libidinagem era o pano de fundo do luxuriante Storyville, New Orleans, em 1907, onde as crianças nasciam e as prostitutas tinham que trabalhar para ajudar a alimentar suas famílias. Um tempo onde a prostituição, magia negra, corrupção política e o jazz regulavam o dia a dia. Um jovem Louis (Anthony Coleman), que vende carvão de dia, apaixona-se por duas coisas: um flugelhorn e uma bela e graciosa prostituta chamada Grace Lamennais (Shanti Lowry). O dilema: Como ele pode ganhar bastante dinheiro para comprar o instrumento quando há bocas para alimentar, e como alertar Grace que há uma bruxaria feita para ela pela Madame do bordel rival. Jackie Earle Haley rouba o show como um corrupto e diabólico juiz Leander Perry. Sua determinação para manter o “segredo” misterioso e cuja avidez por poder e beleza (Grace), foi brilhantemente demonstrada pelas expressões faciais e meneios. Misteriosos trocadilhos e humor inesperado são livremente espalhados, e a incrível fantasia de um sonho foi trazida ao vivo pelo acompanhamento musical.

Isto trouxe para mim as outras estrelas do show : os músicos. Musicado pelo trompetista Wynton Marsalis, o filme também incorpora a música de Frederic Chopin, Louis Moreau Gottschalk ,Jelly Roll Morton dentre outros. O trombonista Wycliffe Gordon criou os sons lascivos de New Orleans e o pianista Dan Nimmer nunca deixou seus dedos ausentes do teclado, mantendo o passo seguindo adiante. O pianista Cecile Licad, com sua destreza erudita, esteve brilhante e frequentemente empolgante. Gordon e Marsalis frequentemente providenciam palavras que necessitamos através dos seus instrumentos e, às vezes, é duro tirar os olhos deles, tão impressivas que são as suas notas. Também notável, estava Victor Goines no clarinete e demais músicos. De Big kudos a Andy Farber, maestros, tinham a música impecavelmente alinhada com a estória na tela.

“Louis” percorrerá cidades selecionadas dos Estados Unidos .

Fonte: JazzTimes / Jamie Cosnowsky

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