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domingo, 24 de outubro de 2010

MARIO PETRESCU QUARTET – THRIVIN´: LIVE AT THE JAZZ STANDARD (RESONANCE)


Oscar Peterson foi frequentemente acusado de ser tão eclético que não possuía um estilo. Talvez. Mas por que isto?. Eu imagino, se ele não tivesse estilo alguém poderia ouvir Marian Petrescu sem, constantemente, lembrar de Peterson?. Se você aprecia o clássico Peterson em seus torvelinhos bem suingados, você encontrará muito do que gostar no trabalho deste músico, um originário da Romênia que claramente pretende tais comparações.

Como Peterson (e Art Tatum antes), Petrescu prepara-nos para o encantamento. Após encantados, então, mostra-nos o que pode fazer além. Sua jogada de abertura é uma furiosa agitação em “Cakewalk” de Peterson, que vai mais longe do que a mais tranqüila apresentação do original de Oscar em “Nigerian Marketplace” de 1981. É um sensacional modelo de piano que , sem especificamente imitar seu mentor, contém as mais das encantadoras marcas de Peterson. Compassando, por exemplo. Após os acordes iniciais, Petrescu puxa para trás cada um dos seus cinco sucessivos estribilhos para florescer. Mesmo em relativo repouso, o rigoroso e rápido e jâmbico pentâmetro tem uma irresistível precisão rítmica. Combinando com esta regularidade estão as mais desinteressadas disposições triplas, duplo tempo de notas que formam amplos arcos e configurações espiraladas. O equivalente sonoro ao piscar de luzes de um sinalizador à noite. Ainda que estas excitantes interpolações nunca interrompam a força das linhas mais extensas.Outra marca de Peterson quando Petrescu atinge o quinto estribilho de “Cakewalk” com uma frase um pouco no estilo do uso da mão direita de Fats Waller. Quase imediatamente sua mão esquerda apanha a linha e trilha nota por nota em uníssono um fraseado paralelo e intricado, cuja notável sustentação complexa vai até a ponte. Quase tão impressivo, a propósito, está Andreas Oberg, cujo guitarra soa em um nível similar de emoção e desembaraço.

“Blues Etude” outra composição de Oscar Peterson e “My Romance”, após uma abertura levemente floreada, são mais relaxadas dentro de um tempo médio. Oberg espelha sua guitarra em linhas vocalizadas desta última e Petrescu reverencia as RPMs com vigorosos blocos de acordes em “Etude”. “On The Trail” é um dueto realizado com o baixo que por outro lado preserva o esboço essencial do tratamento de Petreson, ainda que reverta o método de ‘Cakewalk”. A velocidade do tempo de Petrescu diminui até a metade daquele que Peterson escolheu, só indo batalhar com a velocidade nos últimos dois minutos. “Yours Is My heart Alone”, ainda que uma balada, expressa o tratamento de compasso único como faz no solo em “Indiana” após os primeiros dois minutos. Mas o sentimento, aqui, decididamente, é mais de Tatum do que de Peterson . De fato, a peça tem contrastes arrojados das duas personalidades – Tatum, vertiginoso, mas formal, contra um movimento da mão esquerda em stride; Peterson suingante e furioso e idéias não regulares. “Blue in Green” é a única que apresenta um “humor” completamente lento. Enquanto bela, não alcança a galeria de destaques de Petrescu, que deve vir de outro tempo do jazz ainda que soando maravilhosamente. Seu maior desafio agora é tocar sem convidar comparações com Peterson.

Faixas : 01. Cakewalk (O. Peterson) - 7:57; 02. My Romance (Rodgers/Hart) - 13:33; 03. Blue in Green (Miles Davis/Bill Evans) - 9:42; 04. Blues Etude (O. Peterson) - 6:21; 05. On the Trail (F. Grole) - 7:49; 06. Yours Is My Heart Alone (Lehar/Smith) - 10:35; 07. Indiana (solo piano) (Hanley/MacDonald) - 7:02.

Músicos :Marian Petrescu (piano); Andreas Öberg (guitarra, vocal :fx2); David Fink (contrabaixo); Mark McLean (bateria).

Fonte : DownBeat / John McDonough
Cotação : * * * * (Muito Bom)

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