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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

MORRE O SAXOFONISTA MARION BROWN


Conhecido por sua associação com Archie Shepp, Amiri Baraka, Ornette Coleman e outros brilhantes membros da comunidade do jazz avant garde dos anos 60, Marion Brown, na foto, faleceu nesta segunda-feira, 18 de Outubro, em Hollywood, Flórida. Ele tinha 79 anos. Brown estava doente há muito tempo e por longo tempo não vinha se apresentando em público. Ele gravou diversos discos como líder para a Impulse!, ESP, Black Lion e ECM, mas é talvez melhor conhecido por sua atuação como coadjuvante em dois discos seminais dos anos 60 : “Ascension” de John Coltrane e ”Fire Music” de Archie Shepp.

Nasceu em Atlanta. Ele não completou o ensino médio e alistou-se no exército, onde rapidamente veio a ser membro da banda e serviu por dezoito meses em Hokkaido, uma obscura ilha japonesa. Após retornar para Atlanta, Brown matriculou-se no Clark College para especializar-se em música. Ele foi estudar na Howard University em Washington, DC e lá veio a se interessar pela nova música tocada por artistas como Ornette Coleman, Cecil Taylor, John Coltrane, Amiri Baraka, Archie Shepp dentre outros. Dentro de poucos anos, vários desses artistas viriam a ser seus mentores. Desencantado com a vida acadêmica em Howard, Brown mudou-se para Nova York para tocar sua música profissionalmente.

Brown chegou em Nova York em um ambiente de renascimento da criatividade do jazz baseada na identidade dos negros e na consciência política. Brown participou da gravação de “Ascension” de Coltrane para a Impulse ! em 1965 e gravou seu primeiro álbum como líder para a ESP – “Marion Brown Quartet and Why Not?”. Este foi seguido por outro significativo álbum para a Impulse! – “Three For Shepp” produzido por Bob Thiele e apresentando Grachan Moncur III, Dave Burrell, Stanley Cowell, Sirone e Beaver Harris. Depois disto fez uma extensa excursão pela Europa.

Brown gravou para a Black Lion, bem como para a ECM, em seus primeiros lançamentos, “Afternoon of a Georgia Faun” em 1970. Durante os anos 70, Brown retornou para o mundo acadêmico com professor, atuando em Bowdoin, Brandeis, Amherst e Wesleyan. Brown , também , obteve um mestrado em Etnomusicologia. Nos anos 80, Brown passou a se interessar por pintura e desenho, fazendo exibições ocasionais de seus trabalhos em galerias e museus. Ele gravou esporadicamente durante este tempo em discos de Gunter Hampel, Steve Lacy, Mal Waldron, Harold Budd e Leo Smith. Atingido por uma doença, Brown passou a maior parte dos últimos 10 a 15 anos incapacitado para tocar. Ele estava vivendo em uma casa de repouso em Hollywood, Flórida, quando veio a falecer.

Nas notas do disco “Porto Novo” de Brown, escrita por Charles Fox e Leo Smith para a Black Saint, Brown disse: “Minha referência é o blues, é de lá que minha música vem. Eu ouço a música de outras culturas, mas eu apenas as acho interessantes. Eu não preciso me apropriar delas . Minha música e meu passado são ricos o bastante. B.B. King é meu Ravi Shankar.”

Fonte : JazzTimes / Lee Mergner

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