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domingo, 21 de novembro de 2010

DAVID BINNEY – ALISO (Criss Cross [2010])


Na sua terceira década de carreira, a maior realização do saxofonista alto David Binney, a despeito de ser um músico de valor, tem sido como compositor cujos frequentes aspectos complicados leva-o a permanecer pouco acessível, mas profundamente atrativo. Desde os dias iniciais de “Lost Tribe” até o lançamento do ano passado, “Third Occasion”, o característico estilo composicional veio a ser uma pedra de toque para instrumentistas de Nova York, espraiando-se por outros locais.

Não é que ele não possa tocar diretamente da tradição. O próprio trabalho não poderia vir de qualquer lugar, mas apenas escolhe não fazê-lo. Enquanto em álbuns passados, incluindo “Bastion of Sanity (Criss Cross de 2005)", tem ocasionalmente inserido canções do repertório de standards, o saxofonista nunca antes lançou um disco como “Aliso”, onde cinco das nove faixas não são composições suas, consumindo quase metade dos 73 minutos que dura o disco.

Em razão dos participantes do disco não poderem se reunir até a noite antes da gravação, “Aliso” poderia ser considerada uma criança esquizofrênica. As composições de Binney não são exatamente mais diretas, porém são menos complexas, encorajando maior ênfase no sopro. Uma boa compatibilidade com a música de Wayne Shorter, Thelonious Monk, Sam Rivers e John Coltrane. Com um largamente sólido quinteto (só o piano é compartilhado entre John Escreet e o mais prevalente Jacob Sacks), Binney demonstra sua destreza no alto com sombrias baladas e elegante suíngue ( “Teru” de Shorter e “Toy Tune" respectivamente). Ele também apresenta a menos conhecida habilidade para explorar através de mudanças que vêm rápidas e furiosas, em uma tomada em combustão de "Fuchsia Swing Song" de Rivers.
O restante da banda de Binney é competentemente capaz de manter o enfoque do mainstream, especialmente o baixista Eivind Opsvik e o baterista Dan Weiss, que são raramente ouvidos em trabalhos mais convencionais. Mas para aqueles que querem mais de Binney, eles devem vir para conhecer e gostar das quatro composições do saxofonista mais do que da sua proficiência. O guitarrista Wayne Krantz, participante do álbum de Binney de 2002 (“Balance”, pela ACT) e cujo disco “Krantz Carlock Lefebvre (Abstract Logix)” foi um marco do fusion em 2009, não atua na maioria dos standards, porém sua contribuição no restante de “Aliso” é significativa, misteriosa em sua habilidade para empurrar e puxar o tempo, harmonia e melodia, todas levemente corajosas na entonação e com mudanças idiosincrásicas de frases. Se a faixa titular é a mais balançada, que apresenta os solos mais efervescentes de Binney, a mais elástica temporalmente é "A Day in Music" ou a metricamente desafiante "Bar Life", onde o toque inimitável de Krantz suporta a afirmação assertiva de Binney :"Wayne é um dos meus músicos favoritos”.

Krantz utiliza um pedal para metalizar uma versão de obra-prima modal de Coltrane, "Africa", que esteticamente se molda melhor com o escrito de Binney, apesar de sua inerente simplicidade composicional. Não há nada de errado em ser um pouco esquizofrênico, não quando o resultado é indiscutivelmente ótimo como “Aliso”, uma anormalidade na discografia de Binney, talvez, mas que ainda mantém uma significante marca do seu trabalho.

Faixas: Aliso; A Day in Music; Toy Tune; Strata; Teru; Fuchsia Swing Song; Bar Life; Think of One; Africa.

Músicos: David Binney: saxofone alto; Wayne Krantz: guitarra; Jacob Sacks: piano (2-6, 8); John Escreet: piano (1, 7, 9); Eivind Opsvik: baixo; Dan Weiss: bateria.

Fonte : All About Jazz / John Kelman

Um comentário:

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