Cada nova gravação do saxofonista tenor Donny McCaslin é causa de celebração. Em cada álbum, McCaslin se coloca no meio de uma diferente configuração instrumental , desafiando o saxofonista a alcançar novas alturas e “Perpetual Motion” não é diferente. Agora que ele demonstrou seu vigor no trio sem piano com “Recommended Tools (Greenleaf, 2008)”, e mostrou sua capacidade significante para arranjos com “Declaration (Sunnyside, 2009)”, McCaslin movimenta-se de forma provocante com tendências eletrônicas.
A música em “Perpetual Motion” move-se facilmente de turbulências ligeiras para uma pegada plana, e McCaslin é nada menos que excepcional. Seu fluido galhofeiro e os ritmicamente vibrantes transbordamentos da bateria de Antonio Sanchez em "Claire" mostra um lado da sua personalidade, mas que não fica na superfície. McCaslin também entra no terreno funkeado em “Memphis Redux". Toma parte no que só pode ser descrito como um agitado hino soul intergalático em "Firefly" e trabalha do seu jeito turbulento de variadas maneiras.
Enquanto McCaslin merece a maioria do crédito desta música, Sanchez e o pianista Adam Benjamin são dignos de honoráveis menções. Benjamin invoca todos os tipos de sons do seu Fender Rhodes, ajudando a estender a cortina para cada peça ao seu modo. Ele agitam em "L.Z.C.M." e movem-se do extenso som para o incremento com um órgão com facilidade. Sanchez faz mais com quatro membros do que a maioria das pessoas seria capaz de fazer com oito. Enquanto ele pode formular uma pegada como ninguém ("Memphis Redux"), seu grande talento vem nas faixas iniciais, quando ele tem livre arbítrio para continuamente reformar a música a partir da sua base.
Enquanto oito dos dez números são completas representações do trabalho de McCaslin, duas excentricidades surgem inesperadamente no final do álbum. "East Bay Grit", uma faixa de trinta segundos, soa com pegada dançante por parte do saxofonista, parecendo um pouco supérflua , enquanto “For Someone", um belo solo de piano de Uri Caine, está um pouco fora de lugar no encerramento do disco e o saxofonista lidera a sessão com uma vibração elétrica.
Felizmente, nenhum destes vacilos tem qualquer impacto no quadro geral. O enfoque cerebral e potente de McCaslin continua a direcionar a sua música e seu espírito incansável tem ajudado a criar outro único monumento para sua capacidade artística.
Faixas: Five Hands Down; Perpetual Motion; Claire; Firefly; Energy Generation; Memphis Redux; L.Z.C.M.; East Bay Grit; Impossible Machine; For Someone.
Músicos: Donny McCaslin: saxofone tenor ; Adam Benjamin: Fender Rhodes e piano (1-7, 9); Tim Lefebvre: baixo elétrico; Antonio Sanchez: bateria (1-5); Mark Giuliana: bateria (6-9); Uri Caine: piano (4, 8, 10), fender rhodes (8): David Binney: eletrônica, saxofone alto (9).
Fonte : All About Jazz / Dan Bilawsky
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