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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

JAMES ZOLLAR - ZOLLAR SYSTEM (Self Produced [2010])



É um fato lamentável que o trompetista James Zollar não está próximo de ser bem conhecido como deveria. Mas isto deverá mudar. “Zollar Systems” deverá colocar Zollar em órbita própria. Um genuíno homem da Renascença do instrumento de sopro, Zollar é uma voz singular no instrumento adequado para o jazz de vanguarda — o mesmo que teve como arautos as legendas de Buddy Bolden e aquela de Joe Oliver, Louis Armstrong, Jabbo Smith e Bubber Miley, e outros embaixadores pioneiros da música , de Fats Navarro e Clifford Brown a Clarence Shaw e Dizzy Gillespie, Miles Davis e Wynton Marsalis, passando para um punhado de outros trompetistas em atuação nos dias atuais.


Zollar pode reivindicar ser um direto descendente de qualquer um destes músicos. Mas na sua sofisticada entonação há a lembrança clássica da modulação do blues de Navarro e Brown. Em sua capacidade para preeencher uma frase memorável com o som e o silêncio coabitando pra trazer ideias para fruição como o icônico Clarence Shaw . Às vezes Zollar pode soar magnificamente , e então o fantasma de Miley reaparece. Mas a maior parte da magnífica entonação é só a voz de Zollar—embebido no blues , melancólico e jubiloso, tão pertinente para seu ambiente como é a pureza do seu ar impetuoso ou do seu percurso através do próprio metal.


Zollar é um pássaro raro que deve ser ouvido em qualquer uma das memoráveis faixas deste álbum. Na grandiosa abertura, "Chicago Preferred", um modelo que rola como uma clássica canção do bebop , Zollar voa como um pássaro grande em pleno vôo. Na simples reflexão da sua esposa e vocalista , Nabuko Kiryu, em sua melancólica "Take the Subway Home", aparentemente imaginada após um intrincado dia difícil, o trompetista é a voz da excitação . Na bela balada de Hoagy Carmichael e Ned Washington, Zollar prega com surpreendente força sensual. Sua entonação mística se aproxima do significado verdadeiro sugerido pelo êxtase, como ele trabalha a melodia da música em seu primeiro estribilho, e então retorna para suas surpreendentes linhas de improvisação estendidas verso após verso da canção.


A incontrolável força de Zollar continua através das pronunciadas inclinações da composição de Eddie Harris, "Spasmodic Movements", e a espiritualmente sublime "Go-En" de Kiryu, que parece ser a cola que liga Zollar à sua música e à sua vida. Seus próprios movimentos são como lubrificantes em sua composição, "Slick" e ele, junto com a mezzo-soprano japonesa Sahoko Sato, coloca a lírica "A Time to Say Goodbye" em um emocionante encontro entre a voz humana e algo de Miley no trompete de Zollar.


Seria um descuido não registrar o maravilhoso trabalho de Don Byron, que ilumina com seu clarinete "Spasmodic Movements" e o suporte do saxofonista Stacy Dillard, bem como o intricado pianismo de Rick Germanson (um maduro acompanhanteque vai além do que se imagina) neste memorável álbum de Zollar.


Faixas: Chicago Preferred; The Prayer of a Happy Housewife; The Nearness of You; Spasmodic Movements; Go-En; Slick; Angel Face; Black Winter; Time to Say Goodbye.


Músicos: James Zollar: trompete, flugelhorn; Stacy Dillard: saxofones tenor e soprano ; Rick Germanson: piano, teclados; Ugonna Okegwo: baixo (1--3, 5, 7, 8); Andy McCloud: baixo (4, 6, 9, 10); Bruce Cox: bateria; Nabuko Kiryu: vocais (3, 6), arranjos (3, 6, 8); Don Byron: clarinete (5); Sahoko Sato: vocais (10).


Fonte: All About Jazz / Raul d'Gama Rose



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