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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

MARC COPLAND TRIO – HAUNTED HEART (Hatology [2010])



Originalmente lançado em 2001, “Haunted Heart” de Marc Copland merece um re-exame e uma reavaliação , e assim a hatOLOGY traz de volta um dos mais perenemente subavaliados e sublimes trios de piano. Com o subtítulo original —“And Other Ballads”—removido, aqueles familiarizados com o enfoque intimista de Copland já saberá o que os espera, especialmente com um trio que , no início do século XXI , tem a sua mais consistente formação .

Copland trabalha menos regularmente com o baterista Jochen Rueckert nestes dias , mas este foi o primeiro encontro do trio com o baixista Drew Gress— a primeira gravação deles foi “Second Look (Savoy Jazz, 2006)”, com o guitarrista John Abercrombie e o baterista Billy Hart. Este quarteto foi recentemente reformado para “Another Place (Pirouet, 2008)” e expandido para um quinteto com a adição do saxofonista Dave Liebman em “Five on One (Pirouet, 2010)”, que teve particular importância. Apresentou um maravilhosamente efetivo conceito estilístico que Copland repetiria nos lançamentos subsequentes pela hatOLOGY , incluindo o disco solo definitivo da carreira “ Time Within Time (2005)”: escolha uma canção particularmente significativa e utilize tomadas de múltiplos solos para agrupar com outros materiais do programa.

Neste caso, Copland apresenta três muito diferentes ,ainda que consistentemente sombrias e meditativas, leituras da sonoridade da velha conhecida "My Favorite Things", tornada famosa no mundo do jazz por John Coltrane, para montar dois pequenos sets que combinam outras músicas popularizadas pelo falecido gigante do saxofone, bem como uma sutilmente latinizada visão de "When We Dance" de Sting e uma série de bem colocados, mas aqui igualmente distintos, standards e um original de Copland.

Copland suinga em passos lentos e cozinha em fogo brando a intensidade de "Crescent" de Coltrane dentro de uma respeitosa exibição romântica para seu impressionístico enfoque harmônico. Raramente atuando de forma direta , Copland, em vez disto, conduz ambíguas insinuações. Coltrane também envolve a tradicional canção inglesa "Greensleeves", mas a massa sonora do saxofonista nunca soa como sobressalente. Está parcimoniosa ou liricamente espirituosa. A composição de Copland "Dark Territory" inicia o primeiro "ato" recorrente em torno de três notas do baixo que variam harmonicamente, mas age como um tema revigorado através deste perfeito exemplo para a empatia com seus companheiros de banda; o suavizado trabalho das vassourinhas de Rueckert , uma combinação definitiva de suave pulsação e colorido caleidoscópio; e a tematicamente obliquidade de Gress apresenta superação por seu infalível suporte ao solo docemente expresso de Copland.

A segunda parte reúne um número de standards frequentemente executados , como a tocada pelo trio de Mal Waldron, a inesquecível "Soul Eyes", uma das melhores do disco. A pegada do trio para o tempo é graciosa e maleável , assim quando começa a suingar mais decididamente do que em qualquer outro espaço do álbum com Copland nos seus mais assertivos e manifestos toques virtuosísticos do programa. Cria um ponto alto dramático sem quebrar a liberdade da entonação suave que perpassa toda a gravação.

É duro superar a série subsequente de Copland das gravações do seu trio novaiorquino pela Pirouet, onde o pianista está acompanhado por três diferentes trios para explorar as intimidades do formato. Entretanto, ele vinha trabalhando com trios de piano por aproximadamente duas décadas, quando “Haunted Heart” foi lançado , quando o crescimento do moderno apresentador do mainstream iniciou e, consequentemente, é bem merecido este retorno com status de re-edição.

Faixas: My Favorite Things 1; Crescent; Dark Territory; Greensleeves; When We Dance; My Favorite Things 2; Soul Eyes; It Ain't Necessarily So; Easy to Love; Haunted Heart; My Favorite Things 3.

Músicos: Marc Copland: piano; Drew Gress: baixo; Jochen Rueckert: bateria.

Fonte : All About Jazz / John Kelman


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