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domingo, 20 de março de 2011

DIEGO URCOLA QUARTET – APPRECIATION (Cam Jazz [2011])



O trompetista Diego Urcola é uma voz que permaneceu de alguma forma escondida – certamente guardada —por duas décadas no quinteto de Paquito D'Rivera. Então há o reduzido papel que desempenhou na fabulosa orquestra de Guillermo Klein, Los Guachos. Entretanto, a elegante firmeza de sua voz é irreprimível, e foi uma questão de tempo ele ser ouvido pelo que ele realmente é e pelo que toca. Urcola é um preciso e singular artista dentro do estilo do seu famoso compatriota, Leandro "Gato" Barbieri, tocando com sensível elegância e explorando profundo sua alma mesmo para a nota mais insignificante. Este risco mortal é algo pelo qual Barbieri é bem conhecido, com seu imaculado senso de graça, absolutamente privado de inibição. Urcola requer comparações favoráveis com o veterano saxofonista tenor.

O trompete reside em um mundo tumultuado e nem mesmo seu parente mais suave, o flugelhorn, pode servir para o instrumentista de sopro ficar à parte do que parece avançar como linha de frente de um antigo exército. Charles Mingus foi capaz de escolher Thad Jones e, mais significantemente, o enigmático Clarence Shaw para fora do tumulto ( Jones ele chamava o "Bartok com válvulas" e o estilo e fraseado de Shaw deixou-o sem respiração), e assim há Wallace Roney e Arturo Sandoval. A estes, o nome de Diego Urcola deve ser adicionado. Para entender o porquê, basta ouvir atentamente “Appreciation” de Urcola.

Aqui está um exemplo de um gigantesco desafio, onde o artista escolheu homenagear a companheiros anfitriões e mentores, com características inteiramente diferentes, que têm buscado, largamente, caminhos diferentes. Ainda mais, Urcola junta todos para usufruir o vigoroso trabalho que define cada um : de Freddie Hubbard, Hermeto Pascoal e Guillermo Klein a John Coltrane e Astor Piazzolla. Assim fazendo, Urcola atravessa a massa sonora de formas diversas : bebop, partido alto brasileiro e a turbulenta inventividade de Klein, utilizando o que os Guachos fizeram—7+7+7+3. O tributo de Urcola para Woody Shaw e Dizzy Gillespie, "Woody 'n Diz", oferece um uso de mestre do grave, enquanto "El Brujo" apresenta o fogo e a irrepreensível criatividade de Pascoal em ritmo brasileiro pouco utilizado. A homenagem de Urcola ao seu empregador de longas datas, D'Rivera, é uma estonteante milonga ao jeito de Astor Piazzolla.

Urcola é abençoado por ter a capacidade artística do pianista Luis Perdomo, um mestre do ardiloso ritmo latino, que atualmente permanece escondido na melodia e é levado adiante pelo superlativo timbale, algo que poucos pianistas possuem. O baterista Eric McPherson é verdadeiramente uma revelação na maneira esperta como ele trata os enlouquecidos ritmos, especialmente aqueles criados por Guillermo Klein em 7+7+7+3 . Ele, sem dúvida, tem a colaboração de Yosvany Terry no chekere em "The Natural", no partido alto e emtodos os outros ritmos ebulientes que seguem.

Faixas: The Natural (to Freddie Hubbard); El Brujo (to Hermeto Pascoal); Milonga para Paquito (to Paquito D'Rivera); Super Mario Forever (to Mario Rivera); Guachos (to Guillermo Klein & Los Guachos); Deep (to Astor Piazzolla & Miles Davis); Senhor Wayne; Woody 'n Diz (to Woody Shaw & Dizzy Gillespie); Camilla (to John Coltrane).

Músicosl: Diego Urcola: trompete, flugelhorn,trombone de válvula, vocal; Luis Perdomo: piano, Fender Rhodes; Hans Glawischnig: baixo; Eric McPherson: bateria; Yosvany Terry: chekere (1, 8).

Fonte : All About Jazz / Raul d'Gama Rose

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