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quarta-feira, 16 de março de 2011

JUNKO ONISHI – BAROQUE (Verve Music Group [2010])



O mundo tem sido levemente menos feliz desde a última gravação de Junko Onishi.

Após se estabelecer como uma das mais finas jovens pianistas de jazz com seu disco de estreia “Wow (EMI, 1993)”, Onishi lançou uma série de excelentes álbuns pela Blue Note: “Live At The Village Vanguard Volume 1 e Volume 2” (ambos em 1994); o soberbo “Cruisin' (1994)”, apresentando seu majestoso "Eulogia" e “Piano Quintet Suite (1995)”.


Com “Fragile (Blue Note, 1999)”— praticamente um álbum de rock com músicas de Jimi Hendrix, Cream e The Righteous Brothers— os lançamentos de Onishi sumiram nos Estados Unidos, enquanto a pianista, segundo informações , lançava CDs no Japão.

Agora na Verve, Onishi está de volta com outro imprevisível, mas excelente trabalho, sendo uma gravação mais prodigiosamente sonora que o roqueiro “Fragile”. “Baroque” dá a Onishi a oportunidade de exibir sua formidável capacidade arranjadora e composicional.

Trabalhando com um permanente e antigos companheiros de banda como Rodney Whitaker e Reginald Veal (baixo), Wycliffe Gordon (trombone) e seu ex-companheiro da Jazz at Lincoln Center Orchestra Herlin Riley (bateria)—ao lado de estelares convidados como Nicholas Payton (trompete) e o fenômeno das palhetas James Carter—“Baroque” é o show de Onishi, ainda que cada músico brilhe intensamente. Os solos de Riley e Gordon insinuantemente dentro do formato da avant-garde são os manifestos destaques do álbum. "The Three Penny Opera" que, conforme as notas dos disco, apresenta um solo de piano baseado em uma orquestração feita por Onishi para seu mentor e amigo, o grande Jaki Byard. Esta composição de Onishi é uma surpresa e uma revelação, com todos os músicos podendo se espalhar mais do que anteriormente na gravação.

Como evidenciado pela abertura do álbum, "Tutti", o estilo de Onishi tem possibilitado um enfoque mais improvisacional. Em alguns dos seus discos iniciais, sua formação clássica mantinham, ás vezes, as coisas mais ajustadas. Porém em composições como a do baixista Charles Mingus, notoriamente difíceis, como "Meditations for a Pair of Wire Cutters", a pianista parece ter tirado uma página do livro do compositor, permitindo aos seus companheiros de jornada interpretar mais livremente.

Onishi atua em dois belos desacompanhados solos de piano em “Baroque”: "Stardust" de Hoagy Carmichael's e "Memories of You" de Eubie Blake. Ambos estão renovados com sua impressiva técnica e inventividade, mas sem exageros.

A expansibilidade de “Baroque” e sua variedade justifica o que seria o mais genuinamente interessante CD de Onishi.

Faixas: Tutti; The The Mother's (Where Johnny Is); The Threepenny Opera; Stardust; Meditations for a Pair of Wire Cutters; Flamingo.

Músicos: Junko Onishi : piano; Rodney Whitaker: baixo; Reginald Veal: baixo; Wycliffe Gordon: trombone; Herlin Riley: bateria; Nicholas Payton: trompete; James Carter: saxofones tenor e soprano, clarinet baixo, flauta; Roland Guerrero: congas.

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