Há 60 anos o pianista e arranjador brasileiro João Donato se encontra com amigos músicos para tocar e transformar esses momentos em performances históricas. O hábito começou no fim dos anos 40, quando o acriano Donato recém chegara ao Rio. De família musical – o pai era major, piloto de avião e bandolinista, a mãe gostava de cantar e o irmão planejava ser concertista de piano, ele decidira aprender piano, instrumento mais próximo daquele que dominava, o acordeão. Daí a participar das reuniões na casa de Dick Farney, no início da bossa nova, foi um pulo.
Pianista, Donato tocava em boates e orquestras. Foi admirado por Tom Jobim, João Gilberto, Vinícius, Johnny Alf. Passou dez anos nos Estados Unidos. Nas sessões de jazz, descobriu a música latina do pianista Bebo Valdés, de Tito Puente e Mongo Santamaria. E aprendeu a unir o jazz à música caribenha, ao samba e outras batidas africanas.
Por isso tudo, é fácil entender o sorriso de Joâo Donato no documentário “Nasci para Bailar – Havana- Rio (54 minutos, mais de 30 extras), em que Tetê Moraes registra um encontro de Donato com colegas de profissão. O evento se deu em 2008 na cidade de Havana, onde ocorria o 24˚ Festival Internacional Jazz Plaza. O brasileiro improvisa sobre temas conhecidos da cultura cubana e dos seus próprios sucessos, como A Paz, Bananeira, Amazonas, Café com Pão, Brisa do Mar e Nasci para Bailar, esta em parceria com Paulo André, que dá nome ao DVD. A partir do seu clássico A Rã, o grupo improvisa por mais de 20 minutos. Um “Buena Vista Social Club” com molho brasileiro.
Assistam, no vídeo abaixo, um pouco da atuação de Donato em Cuba.
http://www.idbentes.com.br/?p=468
Fonte : CartaCapital / Araújo Lopes
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