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quinta-feira, 31 de março de 2011

PETER BEETS – CHOPIN MEETS THE BLUES (Criss Cross [2010])



Enquanto um conhecimento do pianista romântico Frederic Chopin (1810—1849) pode ser adicionado à experiência de ouvir o álbum “Chopin Meets the Blues” de Peter Beets, não significa que isto seja essencial para desfrutá-lo. Este é, primeiramente, um disco de jazz e muito bom.


Beets utiliza o repertório de Chopin como ponto de apoio para seu salto, e não fica restrito ao ânimo e tempo da música original. A abertura, "Nocturne in Eb Major, Opus 9 # 2" ilumina sua espontaneidade desviando-se da fonte. O original de Chopin é em tempo lento, altamente expressivo,sendo otimista, com um pouco de freio na música. Beets leva o tempo para cima em um meio termo, acrescenta algumas progressões do blues e retorna totalmente diferente a uma parte da música. Pedaços da melodia original permanecem, mas eles são dissimulados, nunca subtraindo a alta satisfação. A faixa é reprisada em tempo mais rápido no final do álbum, com um suingante solo de bateria de Greg Hutchinson, que dificilmente será encontrado no Alice Tully Hall.


Na peça seguinte, "Nocturne in F minor, Opus 55 #1", Beets troca a engrenagem e fica mais próximo da melodia original, executando o trabalho em torno do guitarrista Joe Cohn.Mais uma vez, é acelerado e a banda aproveita a oportunidade para um bom trabalho dentro da tradição.


No mundo clássico, "Prelude In E Minor, Opus 28 # 4", que é uma das mais famosas melodias de Chopin, é tratada com tempos variados do meio-lento ao menos pulsante , dependendo do pianista. O que pensaria o compositor se ouvisse a abertura robusta e improvisada do baixista Reuben Rogers?


Se parece que o tempo é um tema recorrente aqui, ele é. A maioria das peças que inspiram este álbum são lentas, frequentemente composições melancólicas. Beets não está nem aí , consistentemente acelerando e fazendo os tempos mais notáveis do que eles deveriam ser em outro disco.


Finalmente, esta gravação compara-se bem com outras recentes interpretações jazzísticas de música clássica. Um álbum como “Classical Jazz Quartet Play Tchaikovsky (Kind of Blue, 2006)” chega perto do reconhecimento das melodias. Por contraste , Beets utiliza sua fonte só como material estruturante para sua criação, expansão e improvisação, possibilitando, ao final, que o conhecimento sobre Chopin não seja requerido.


Assista ao vídeo abaixo para conhecer um pouco deste trabalho de Peter Beets


http://www.youtube.com/watch?v=wHMBW4JkYUU


Faixas: Nocturne in Eb Major, Opus 9 #2; Nocturne in F Minor, Opus 55 #1; Mazurka in A Major, Opus 17 #4; Preludes in B Minor, Opus 28 #6; Prelude in E Minor, Opus 28 #4; Nocturne in B Major opus 9 #3; Waltz in C# Minor, Opus 64 #2; Nocturne in F Minor, Opus 55 # 1.


Músicos: Peter Beets, piano; Joe Cohn, guitarra; Reuben Rogers, baixo; Greg Hutchinson, bateria.

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