Passado poucos anos, o baixista Avishai Cohen veio a ser reconhecido como um dos mais criativos músicos dos tempos atuais. Um compositor fértil do mais alto grau , ele tem, entre outras coisas, enriquecido e expandido o gênero em que trabalha: um mestre do baixo , um improvisador frequentemente genial e um líder com uma rica e caleidoscópica história.
“Seven Seas” é outro capítulo excepcional do catálogo de Cohen , alguém que exibe uma disposição para estender-se e abrir a música para uma ampla exibição de enfoques. É uma das mais espontâneas gravações com disciplina e senso de interação livre e audaz. Em geral, há um espírito de verdadeira exploração em seus álbuns , que , também, é evidente aqui, com improvisaçãos aventurosas, adicionadas à mistura de melodias mediterrâneas (com toques judeu sefardita/herança judeu-espanhola) e a arte do jazz. Como sempre, ele, com sucesso, mistura, extrai, adapta e assenta uma série de músicas dentro da outra através de um enfoque pessoal para a concepção da música. Em meio a constante terreno sônico, há sons de piano, baixo e percussão, e ocasional oud e grupo de metais, que amálgama , brilhantemente, o ritmo e a melodia.
“Dreaming” é uma inspirada abertura com divertidas harmonias,vocalises, tamanho irregualres de frases e uma espécie de lirismo e jocosidade que tem sido uma marca deste trio com o baterista Mark Guiliana. A magia desta banda brilha na faixa título, onde o piano de Shai Maestro atua como um magnífico guia para o qual, praticamente, todos esses músicos podem voltar. Sua sensibilidade melódica e tonalidade viçosa são faróis em frequentes rodopios , escalando e com cascatas encaracoladas de melodias e intercâmbio. O mais distante que este álbum alcança , entretanto, é a música que viceja de si. É belo além da descrição.
Comunicação empática é a chave do jazz na mais alta expressão, e esta espécie de comunicação é evidente do início ao fim, indiferente à dinâmica das composições. A maneira que esta banda passa de um estilo para outro, sem emenda, retribui com substanciais e criativos dividendos. "Ani Aff" apresenta ritmos latinos e melodias pelas quais Cohen é bem conhecido e este tipo de diversão e intercâmbio simplesmente brilha em "Two Roses" , embelezada pelo trabalho de percussão de Itamar Douari. Mas este tipo de interação , também, é evidente em "Staav", que se desdobra lentamente com belas melodias do piano acrescidas por Cohen e Douari, que adiciona sutis toques aqui e ali, tão bem como em "Hayo Hayta" e no encerramento com "Tres Hermanicas Eran" uma tradicional canção judeu sefardita, belamente cantada por Cohen.
“Seven Seas” é um album memorável. O mais impressionante é a clareza da visão de Cohen, que é o que separa os rapazes dos homens. Cohen sabe o que ele quer, e o quer melhor, ele sabe como conquistar. A atração imediata do álbum é a despreendida e fresca informalidade, uma espontânea e cintilante vivacidade. O resultado desta improvável união é um dos mais belos trabalhos que Cohen já produziu.
Faixas: Dreaming; About a Tree; Seven Seas; Halah; Staav; Ani Aff; Worksong; Hayo Hayta; Two Roses; Tres Hermanicas Eran
Assistam ao vídeo para conhecer um pouco deste trabalho
http://www.youtube.com/watch?v=2p6nlhe9jy8&feature=related
Músicos: Avishai Cohen: vocal, baixo elétrico e acústico; Karen Malka: vocais; Shai Maestro: piano, teclados; Itamar Douari: percussão
Fonte : All About Jazz / Nenad Georgievski
2 comentários:
No dia 01 de Junho, Avishai Cohen se apresenta na Sala São Paulo! Quem está trazendo é a TUCCA - associação para crianças e adolescentes com câncer.
www.tucca.org.br
Fernanda,
Parabenizo a iniciativa da TUCCA. Desejo sorte a essa nobre instituição, que demonstra extremo bom gosto
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