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segunda-feira, 9 de maio de 2011

ERIC HARLAND – VOYAGER LIVE BY NIGHT (Space Time Records [2010])






A longa espera para a estreia de um lançamento de Eric Harland sob seu nome é compreensível. Um dos mais modernos, dinâmico e demandados baterista de jazz, tem estado sempre ocupado. Inicialmente atuou com Terence Blanchard e Wynton Marsalis. Trabalhos altamente reconhecidos com Kurt Rosenwinkel, McCoy Tyner e The Monterey Quartet e longos períodos com as banda SFJAZZ Collective e o grupo de Charles Lloyd são apenas algumas das muitas associações. Posuindo uma habilidade consumada , definida pelo superlativo uso do tempo, propulsão , sutileza e flexibilidade, não surpreende a demora para lançar “Voyager Live By Night”.



Sobre sua excepcional banda, que gravou ao vivo em 2008 em dois diferentes locais na França, Harland revela : "Eu queria realmente utilizar estes rapazes por causa da sua criatividade, grande senso de humor e maravilhosa habilidade com seus instrumentos”. Ele está acompanhado por duas ex-crianças prodígio— o guitarrista Julian Lage e o pianista Taylor Eigsti— bem como com um baixista em ascensão, Harish Raghavan, e o impetuoso saxofonista tenor Walter Smith III. Com pouco tempo para ensaiar antes dos concertos, a camaradagem da banda e seu firme vínculo é expresso através da admiração e respeito.


"Treachery" de Harland, que inicia o trabalho, já havia aparecido em concertos ao vivo do MJQ e do influencial Overtone Quartet, com quem o baterista tem, também, tocado. Aqui, a peça soa mais vibrante, com a colorida guitarra de Lage adicionando uma qualidade a la Pat Metheny à agressiva melodia, seguida por uma arsenal de solos pirotécnicos , acordes sincopados realçando os solos e linhas em uníssono de outros membros. Da extrema destreza da abertura para a serenidade de "Intermezzo 1" a banda é majestosa, conectando as composições com a narrativa dentro de uma aventuroso diálogo musical.


Um senso de exploração percorre o trabalho— ritmos globais, pegadas intensas e diálogos emotivos— uma vívida visualização do itinerário e experiências de Harland. Ele pode evocar a liberdade de Elvin Jones, pode também invocar um contorno primitivo como evidenciado em "Voyager", onde Lage constroi frases coloridas em sua guitarra dentro da influência africana, assim como Smith alimenta o fogo com um solo picante. Esta estrutura é uma dos mais memoráveis momentos na gravação, como em "Intermezzo 2". Em aproximadamente oito minutos , Harland leva seu instrumental para um bombardeio percussivo de ritmos e texturas criativas, ambas modernas e primitivas , e vocalizações guturais que são totalmente contagiantes. Impulsionada pela banda,em "Development", segue uma festa baraulhenta, que termina com entusiásticos aplausos da plateia.


"Eclipse" oferece um momento de repouso , até Raghavan demolir uma atraente linha do baixo e Smith articular um manifesto labiríntico. Se há uma questão é se a banda pode ou não suingar. Esta é respondida na composição "Cyclic Episode" de Sam Rivers, onde todos empurram o tempo ao extremo, com precisão , fogo e alma, e incrível sinergia, em particular,o muscular sax de Smith. As coisas encerram com a composição de Eigsti em quarto partes, "Get Your Hopes Up", que é igualmente erudita e desafiante.


Finalmente , um documento pessoal de um maiores bateristas do planeta, que valeu a pena esperar.


Faixas: Treachery; Intermezzo 1; Turn Signal; Voyager; Intermezzo 2; Development; Eclipse; Intermezzo 3; Cyclic Episode; Get Your Hopes Up Part 1; Get Your Hopes Up Part 2; Get Your Hopes Up Part 3; Get Your Hopes Up Part 4.


Músicos: Eric Harland: bateria; Julian Lage: guitarra; Taylor Eigsti: piano; Harish Raghavan: baixo; Walter Smith III: saxofone.


Fonte : All About Jazz / Mark F. Turner

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