O saxofonista Will Vinson atua muitas vezes experimentando, mas raramente realiza produção de música nova e original com uma clara inclinação para a tradição. Ele cuidadosamente caminha na corda bamba, correndo o risco de queda : de um lado um raso mimetismo, e do outro a arte musical.
“Stockholm Syndrome”, o primeiro lançamento de Vinson pela Criss Cross e, apropriadamente, impetuoso , mistura standards e composições próprias, encontra o saxofonista alto desenvolvendo um distinto e pessoal lirismo. O album reúne cinco dos melhores músicos jovens dos Estados Unidos, com o objetivo expresso de criar um novo som. O produto parece ser neto do jazz da West Coast, incluindo toda a melancolia, graça e o o estilo, porém deixando de fora ocasional insipidez. Talvez não seja coincidência, então, que Vinson atualize composições do saxofonista Paul Desmond e do pianista Bill Evans.
Nas composições de Vinson, melodias tortuosas e fascinantes figuras da bateria rapidamente chamam a atenção. Entretanto, são os standards os pontos altos desta gravação. O violão de Lage Lund ilumina uma sombria e evocativa "You Wouldn't Forget Me", antes de uma divetida apresentação de "Everything I Love" de Cole Porter, que exibe a impressiva técnica do baterista Kendrick Scott e excepcional bom gosto. O álbum encerra com uma espirituosa e edificante tomada de uma obscura composição de Bill Evans , "Show Type Tune", que encontra Vinson atuando com trio composto de piano e bateria.
Com “Stockholm Syndrome’, Vinson continua a provar a si mesmo uma força condutora em seu instrumento, mas talvez , preponderantemente, seu foco como líder. Ele demonstra sua habilidade ao construir uma imponente narrativa com suas composições e com especial som de sua banda. O álbum é belamente concebido e parece dizer todas as coisas que deseja. Vinson aparece para escolher entre concisão e bravatas, não há frases extras ou excesso de improvisações sobre o tema. Ele escolhe, sobretudo, a musicalidade . A simples qualidade com frequência desprezada pela vanguarda do jazz contemporâneo.
Faixas: Squeeze; Dear Old Stockholm; Late Lament; Dean Street Rundown; Icronic; You Wouldn't Forget Me; Everything I Love; Party of One; Show Type Tune.
Músicos: Will Vinson: saxofones alto e soprano ; Lage Lund: guitarra; Aaron Parks: piano; Orlando LeFleming: baixo; Kendrick Scott: bateria.
Fonte : All About Jazz / David Lighton
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