
Reconciliar a natureza improvisacional do jazz com o semi-rígido limite da construção dos concertos clássicos nunca foi fácil. Enquanto concertos são destinados ao brilho de um solista, fazendo deste formato uma casa perfeita onde jazzistas podem residir , a frequente natureza do envolvimento de todas as partes , incluindo o solo, trabalha contra um dos princípios chaves do jazz: a composição espontânea. Embora a colaboração de James Carter com o compositor Roberto Sierra deveria ser certamente aclamada por todos os prodígios musicais envolvidos e contidos , a maior façanha aqui é a inclusão de elementos fora da conta dentro de um intricado suporte musical.
Sierra diz que ele "compôs o trabalho de tal forma que, em certos pontos da partitura, incluindo as cadências, passagens para o improviso são providenciados", assegurando a Carter o espaço para o improviso que ele ricamente aproveita, mas a composição ocasionalmente torna difícil distinguir o que deve ser uma flexível passagem escrita ou uma decisão artística de Carter. Sierra compôs para Carter em seu estilo, e este desenvolveu suas próprias ideias baseadas no material providenciado por Sierra, fazendo desta uma colaboração verdadeira como tem existido na mescla do clássico e dos elementos do jazz.
O Concerto inicia com "Ritmico", que parece fundir ideias de Stravinsky com elementos folclóricos do país natal de Sierra, Porto Rico. Enquanto este número alcança o coração da corrida, "Tender" causa uma parada no coração. Sierra cria uma divina harmonia sonora e o soprano de Carter soa com clareza e beleza. Sua entonação é rica em toda a extensão do instrumento e seu domínio no topo é fenomenal. "Playful—Fast (With Swing)" abre a cena do moderno clássico, move-se através do suíngue embriagado, e finalmente chega ao blues, e à seção boogaloo com a orquestra.
Carter utiliza "Tenor Interlude" como uma variação de cores purificadoras entre "Concerto For Saxophones And Orchestra" e "Caribbean Rhapsody". "Soprano Interlude" encerra o álbum, porém o real prazer está no meio . "Caribbean Rhapsody" inicia com uma excessiva aura refinada, em admirável contraste com a galhofa, na ritmicamente atratividade que usualmente é associada com o Caribe,mas Carter e as cordas chegam no destino buscado. Carter e sua prima, a virtuose do violino no jazz ,Regina Carter, engajam-se em maravilhosa e desordenada polifonia, trocando solos, como suporte e à frente, sobre um vibrante fundo providenciado pelo baixista Kenny Davis e o restante do Akua Dixon String Quintet.
Enquanto trabalha dentro deste grande universo, raramente o faz dentro do salão de concertos por mais do que em umas poucas performances. Tendo isto registrado, o mais importante é a possibilidade de vê-la ao vivo.”Caribbean Rhapsody” fala para o potencial de colaboração, quando dois indivíduos de diferentes espectros encontram-se e criam arte com mútuo respeito , embora sempre mantendo a música na mente.
Faixas: Ritmico; Tender; Playful--Fast (with Swing); Tenor Interlude; Caribbean Rhapsody; Soprano Interlude.
Músicos: James Carter: saxofones tenor e soprano ; Roberto Sierra: compositor; Regina Carter: violino; Patrisa Tomasini: violino; Chala Yancey: violino; Ron Lawrence: viola; Akua Dixon: cello; Kenny Davis: baixo; Sinfonia Varsovia Orchestra.
Gravadora: EmArcy
Estilo: Jazz Moderno
Fonte : All About Jazz / Dan Bilawsky
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