
A vida na estrada pode, frequentemente, desgastar os músicos, mas pode também inspirá-los a atingir grandes alturas. A viagem do trompetista Alex Sipiagin para Taiwan, Espanha, Itália, França, Japão e Holanda nos meses precedentes à gravação para este álbum em Janeiro de 2011, trouxe a contribuição de cada local para agitar seus impulsos criativos. Esta excitante sessão , dotada de sagacidade e postura apresentadas pelos modernistas de Nova York , é o resultado de um processo composicional iniciado naqueles locais distantes,e a curta permanência de Sipiagin em terras estrangeiras ajudou-o a produzir, até o momento, a sua música mais estimulante.
Os três instrumentos de sopro da linha de frente do disco “Equilibrium (Criss Cross, 2009)” do trompetista, apresentando o saxofonista alto David Binney e o tenorista Chris Potter, estão aqui reunidos e , frequentemente, entusiasmam. Quando os três colidem, eles mostram destreza nos serpenteios que tecem e executam truques de forma vibrante ("Videlles"), mas utiliza dois para o tango, como demonstrado por Potter e Binney na composição de Sipiagin "Fast Forward". Os saxofonistas têm prazer em possibilitar um ao outro ataques abundantes em seus vôos imaginativos que alcançam frequência febril.
Embora Sipiagin partilhe a estória com os saxofonistas, certamente contribui para o frenético, mas bem focado som da linha de frente, e o seu relacionamento com a seção rítmica ajuda a modelar a música, retirando-a do desgaste. O baixista Boris Kozlov e Sipiagin têm compartilhado mais que gravações, pois atuam no Gnessin Conservatory em Moscou e partilharam o aluguel quando vieram para os Estados Unidos nos anos 90, e Kozlov está completamente entrelaçado com o propósito musical do amigo.Suas execuções das frases musicais ajudam a estabelecer direção em singulares medidas adjacentes ("Videlles" e "Fermata Scandola") e suas frases melódicas com o baterista Eric Harland são evidentes.
Harland, que tem trabalhado com Sipiagin no sexteto do baixista Dave Holland, continua a ser o mágico da refinada pegada caleidoscópica, bem como ele constantemente brinca com a batida usando ideias rítmicas expansivas e sua técnica estelar serve a cada canção. O Fender Rhodes de Craig Taborn frequentemente brilha de modo relaxado, em deferência aos mais fervorosos enunciados dos instrumentistas de sopro , porém ele inventa, embora com lume mais baixo, quando entra no jogo ("Fermata Scandola"). Quando passa para o piano, como na misteriosa e propulsiva "Fast Forward", seu toque toma uma intensidade paranoica que incendeia o resto da banda.
Embora a extensão do trabalho prove ser complexo no labirinto do tempo, espaço e som , eles nunca perdem a direção. O trompete de Sipiagin serve como compasso que sempre aponta a direção correta , já que sua banda viaja para destinos desconhecidos (Destinations Unknown).
Faixas: Next Stop--Tsukiji; Videlles; Tempest In A Tea Cup; Fermata Scandola; Calming; Fast Forward; Meu Canario Vizinho Azul.
Músicos: Alex Sipiagin: trompete; Chris Potter: saxofone tenor ; David Binney: saxofone alto ; Craig Taborn: piano, fender rhodes; Boris Kozlov: baixo; Eric Harland: bateria.
Gravadora: Criss Cross
Estilo: Jazz Moderno
Fonte : All About Jazz / Dan Bilawsky
Nenhum comentário:
Postar um comentário