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domingo, 17 de julho de 2011

ERIC REED – THE DANCING MONK (2011)


Cada pianista de jazz mantém-se em algum lugar da sombra de Thelonious Monk (1917-1982), e Eric Reed aceitou essa sombra com “The Dancing Monk”. 

Interpretando a música do pianista/compositor, que se aproxima do mítico, realizando sozinho um álbum inteiro com suas músicas, possui significantes desafios para qualquer músico moderno, especialmente um pianista. Primeiro, as composições de Monk são, em si, realmente, desafiantes . Repletas de singulares métricas, introdução de síncopes e algumas das mais contra-intuitivas melodias já escritas. Segundo, o trabalho horizontal do trabalho do dedilhado de Monk no teclado era completamente único e singularmente entrelaçado com sua música. Seu toque no piano era parte integral daquelas músicas e muito mais do que o principal componente de sua grandeza. É difícil imaginar um sem o outro.

Neste sentido resta o enigma. Um pianista moderno interpretando esta música está diante de uma tarefa amedrontadora de separar a música de Monk do seu toque no piano, preservando as composições e, então, trazendo alguma coisa nova para a festa. A alternativa é arriscar simplesmente fazendo uma cópia análoga de performances, que agora estão entre quarenta e sessenta anos. Apreender a real sensibilidade para executar esta música de forma que retenha o que é grandioso nas composições, sem desfigurar as performances com pianismo incongruente. Claro , este é o apropriado desafio que mantém os músicos regularmente tentando esta façanha musical com variados e amplos graus de sucesso.

Felizmente, “ The Dancing Monk” é basicamente um sucesso. Reed é um instrumentista tecnicamente talentoso , o que pode ser perigoso quando atuando nas composições ímpares de Monk, mas ele maneja para homenagear as composições com performances que são sensíveis ao seu estofo , bem como são belamente interpretadas. Em "Eronel", ele toca sutilmente em rubato, adicionando uma qualidade à la Monk para a performance sem imitar diretamente a fonte, em um toque encantador. "Light Blue" encontra o piano no fundo por um tempo, colocando a melodia em um estado adequado para o baixista Ben Wolfe, antes de reemergir para tomar um suave e fluente experiência. Em "Ugly Beauty", o baterista McClenty Hunter adiciona sutis nuances latinas, deixando a estrutura original intacta, porém adicionando novo sabor.

Reed contribui com uma composição para o trabalho, a faixa título, onde , ironicamente, ele claramente imita o toque de Monk. Seria altamente crível se fosse apresentado como uma gravação perdida de um original de Monk , mas é uma bem executada homenagem ao gênio. No fim , “The Dancing Monk” funciona porque toma o princípio fundamental de uma uma única e identificável música e prefere homenageá-la em vez de tentar retrabalhá-la. No processo, Reed manobrou para fazer estas canções soarem revigoradas e interessantes, e que fosse a mais alta homengem que pode ser dada através de um álbum completo dedicado a composições para alguém tão singular quanto Thelonious Monk.
Faixas: Ask Me Now; Eronel; Reflections; Light Blue; Ruby, My Dear; Pannonica; Ugly Beauty; The Dancing Monk; 'Round Midnight; Blue Monk.

Músicos Eric Reed: piano; Ben Wolfe: baixo; McClenty Hunter: bateria.

Gravadora: Savant Records
Estilo: Jazz Moderno

Fonte: All About Jazz /Greg Simmons

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