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domingo, 7 de agosto de 2011

BRAD MEHLDAU – LIVE IN MARCIAC (2011)






Em seu livro de 2000, Fargo Rock City (Scribner), Chuck Klosterman explana sobre um fenômeno do heavy metal que envolve a crítica em que a velocidade das notas dentro de um solo atualmente muda o próprio significado do som. Para ilustrar este ponto, ele descreve a opinião do ex-guitarrista do Kiss, Vinnie Vincent, que isto no começo “passou a ser o equivalente a um silvo da polícia". Esta é uma astuta observação que se estende bem ao jazz : Há um ponto durante "Mars" durante “Interstellar Space (Impulse!, 1967)” de John Coltrane, onde as notas se desencadeiam tão rapidamente, que se sente menos como uma audição de um sax e mais como um tiro com radiações vindo de uma metralhadora intergalática. É uma janela estreita que aparece após a apresentação de suas singulares qualidades, mas antes elas se aglutinam dentro de legítimos acordes, e é uma rara façanha que se liberta da maioria dos instrumentistas virtuosos.


O pianista Brad Mehldau é um destes intrumentistas, e raramente seu talento é apresentado tão centrifugamente como neste “Live in Marciac”, uma veloz gravação em CD duplo de um trabalho solo de piano gravado no festival francês em 2006. É um assombroso documento que de qualquer maneira orienta-se para satisfazer os mais básicos apetites melódicos , enquanto ainda mistura convencionais entendimentos da capacidade humana.


Comparando a leitura de "It's Alright With Me" de Cole Porter em Marciac com aquela que abriu “Live At The Village Vanguard” em 1998 no início de suas gravações, Mehldau foi para trás e depois para frente e voltou entre a agilidade e espasmódicas explosões—uma impressiva apresentação de ideias individuais aparentemente livres de um propósito compartilhado. Porém sua performance em Marciac move-se com uma agilidade e suavidade indefinida em relação à tomada do Vanguard , ganhando uma animada conexão enquanto não renuncia à liberdade rítmica ou dissonância exploratória. A maioria dos pianistas tocam diferentemente em trabalhos solos e em grupos. Mehldau atua indistintamente, mas, literalmente, transforma sua mão esquerda em duas , semelhante a membros de uma banda.


Claro, o estilo padrão de Porter tem sempre sido uma terça parte do seu repertório , e através dos 100 minutos de Marciac ele acondiciona o resto—os originais e as canções do moderno pop— pleno das mesmas sensibilidades. O nervosismo da erupção das notas em unissonância psicodélica, o lirismo clássico no coração da perigosa comparação com Bill Evans, os momento de precisão técnica quando o piano soa quase como se tivesse tocando sozinho. Isto tudo são aspectos cuja soma faz Richard Rodgers e Kurt Cobain sentirem-se como líderes espirituais de uma mesma tradição. E, no bom sentido, eles são. Mas quem, junto com Mehldau, poderia fazer isto parecer tão óbvio? .


Assistam ao vídeo abaixo e conheçam um pouco deste precioso trabalho


http://www.youtube.com/watch?v=eFq8CA4dud4


Faixas: CD1: Storm; It's Alright With Me; Secret Love; Unrequited; Resignation; Trailer Park Ghost; Goodbye Storyteller (for Fred Myrow); Exit Music (for a Film). CD2: Things Behind the Sun; Lithium; Lilac Wine; Martha My Dear; My Favorite Things; Dat Dere. DVD: Storm; It's Alright With Me; Secret Love; Unrequited; Resignation; Trailer Park Ghost; Goodbye Storyteller (for Fred Myrow); Exit Music (for a Film); Things Behind the Sun; Lithium; Lilac Wine; Martha My Dear; My Favorite Things. DVD especial apresenta a transcrição de "Resignation" disponível separadamente ou na tela enquanto a faixa segue.


Músico: Brad Mehldau: piano.


Gravadora: Nonesuch Records


Estilo: Jazz Moderno


Fonte : All About Jazz / Kevin Davis










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