A Ópera é uma grande forma de arte: conjuntos elaborados; elevado, ocasionalmente, drama; grandes orquestras e , claro , os cantores. Assim ocorre este tipo de arte quando quase todas as coisas estão sem acessórios especiais e as melodias são recriadas por um simples duo de piano e trompete? . Evidente que “ Opera”, o primeiro projeto de duo do pianista Danilo Rea e do trompetista Flavio Boltro, o que acontece é algo mais que especial.
Rea e Boltro são amigos há vários anos . Ambos vêm do norte da Itália e foram educados em música clássica (Rea na Santa Cecilia Academy em Roma e Boltro na Turin Academy) e compartilham o amor pelo jazz. Para “Opera”, eles selecionaram trabalhos de compositores italianos do século XVI ao século XX. Os músicos gravaram na Schloss Elmau na Bavaria, quatro das canções vieram de uma performance em concerto. Como nos álbuns anteriores gravados na Schloss, incluindo o excelente álbum solo de Rea, “A Tribute To Fabrizio De André (ACT, 2010)”, a qualidade sonora é soberba no estúdio e na performance ao vivo e o ponto alto é a beleza da qualidade sonora que os músicos possuem.
As melodias originais permanecem no centro das interpretações . "E Lucevan Le Stelle", de Giacomo Puccini, é um notável exemplo disto, os músicos extraem a beleza da melodia em um simples, mas efetivo arranjo. Porém existem uma plenitude de oportunidades para a improvisação que ambos são felizes em capturar. "Sinfonia dal Barbiere di Siviglia" de Gioacchino Rossini é um excelente exemplo das faixas do estúdio. A melodia familiar é tocada fortemente , mas Rea e Boltro encontram espaço para improvisar.
"Caro Mio Ben" de Giordani é belamente avaliada, com alguma destreza nos floreios improvisacionais. Os instrumentistas tomam a melodia para enfatizar o possível papel para a inspiração desta icônica canção de protesto, "We Shall Overcome". Os músicos seguram seu vigor na improvisação original em uma das performances ao vivo, "Sinfonia del Gugliemo Tell" de Rossini. Eles tecem entradas e saídas na familiar melodia com curtas rajadas de boogie, bop e floreios do free-jazz. Constantemente surpreendendo e ,claramente, deleitando a plateia.
“Opera” diverte ainda com outra admirável peça na arte final da capa, feita por Thomas Scheibitz, mantendo a fina tradição da ACT na combinação de música e arte visual. Rea e Boltro mantêm uma tradição similar, combinando jazz e ópera europeia com grande inventividade e soberba técnica.
Faixas: Lasciatemi Morire; Toccata from Orfeo; Dal Tuo Stellato Soglio; Vaga Luna Che Inargenti; Sinfonia dal Barbiere di Siviglia; Caro Mio Ben; Piango, Gemo, Sospiro e Peno; E Lucevan le Stelle; O Mio Babbino Caro; Casta Diva; Sonfonia dal Guglielmo Tell; Io Son L'Umile Ancella.
Músicos: Danilo Rea: piano; Flavio Boltro: trompete.
Gravadora : ACT Music
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