Diz a lenda que foi na interseção da U.S. Route 61 e da U.S. Route 49, em Clarksdale, Mississippi, onde Robert Johnson, supostamente, vendeu sua alma ao diabo em troca da domínio do blues. É o mesmo veio musical que James Carter e a EmArcy apresentam em “At The Crossroads”, onde , às vezes, realmente, o saxofonista toca como um homem possuído.
Continuando em seu caminho como um artista pesquisador, Carter demonstra encontrar a junção onde o blues e o gospel se unem, só para fazer justiça ao blues e continuar adiante . Junto aos veteranos da Motor City, Leonard King Jr., baterista, e o fenômeno do B3 organ Gerard Gibbs, Carter vai fundo, pondo para fora as coisas como em "Oh Gee" ,uma fumegante composição do trombonista Matthew Gee que Carter pegou de uma sessão de sax com Eddie "Lockjaw" Davis e Johnny Griffin.
Carter prossegue na estrada do blues, homenageando Brother Jack McDuff e sua dançante "Walking the Dog" , enquanto apresenta números para Sarah McLawler, em combustão lenta com uma balada pioneira dos anos 50, "My Whole Life Through". A união saltitante com a vocalista Miche Braden e sua versão provocante de "The Walking Blues". Uma seção ampliada de metais , com o trompetista Keyon Harrold e trombonista Vincent Chandler, junta-se com o guitarrista Brandon Ross para pontuar esta festa musical sem parada, permitindo a Miche Braden a colocar seu próprio selo nesta clássica canção.
O sentimento completo de “ At The Crossroads” começa a tomar um lado mais espiritual com a beleza misteriosa de "Mysterio" e um vigoroso arranjo do clássico de Duke Ellington, “Come Sunday", que apresenta o vocal inspirador do baterista King. Braden retorna para a espiritual " Tis the Old Ship of Zion" , enquanto a música de encerramento, "The Hard Blues", enfatiza a a unificação do sagrado com o secular som Afro-Americano. A volta a um enfoque básico tão atrativo quanto divertido começa a mover “At The Crossroads” para outra dimensão musical.
Com blues, gospel, e um som pleno de sentimento, que é , talvez, o único amálgama destas duas poderosas forças , Carter libera o rótulo deste lançamento para o ouvinte. Depois da inovadora fusão do clássico Europeu com a improvisação do jazz e ritmos Afro-Caribenhos em “Caribbean Rhapsody (EmArcy, 2011)”, Carter continua a desafiar os categorizações padrões, embora focando em lançamentos embasados nas raízes , que serão um olhar na alma do hibridismo musical .
“At The Crossroads” encontra um vital Carter em estado bruto e , outra vez, com a navalha afiada, com foco definido e paixão , que não só faz um notável lançamento , como deve elevar , acima de tudo, o limite do jazz.
Faixas: Oh Gee; JC Off The Set; Aged Pain; The Walking Blues; My Whole Life Through; Walking The Dog; Lettuce Toss Yo Salad; Mysterio; Ramblin Blues; Come Sunday; Tis The Old Ship of Zion; The Hard Blues.
Músicos: James Carter: saxofones; Leonard King Jr.: bateria, vocal (10); Gerard Gibbs: órgão; Miche Braden: vocal (4, 11); Brandon Ross: guitarra (4,12); Bruce Edwards: guitarra (1,3,6) Keyon Harrold: trompete (4,10); Vincent Chandler: trombone (4,10); Eli Fountain: tamborim(10).
Gravadora: EmArcy
Fonte : All About Jazz /Brent Black
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