playlist Music

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O OURO DO SAMBA






Nelson Antônio da Silva foi um boêmio de voz rouca, compositor de primeiro nível e instrumentista cuja batida de violão jamais teve imitadores. Cantou a vida vadia, as angústias, os amores e o medo da morte. Vendeu sambas e deu parcerias em troca de um copo de bebida ou de uma noite em uma hospedaria. Foi como Nelson Cavaquinho que esta espetacular figura humana atingiu a fama, ainda que não ligasse para ela.



No dia 28 de outubro, o sambista mangueirense completaria 100 anos. Ele, que sempre desejou receber as “flores em vida”, ganha, 25 anos após a morte, um álbum-tributo. Nelson Cavaquinho 100 anos – Degraus da Vida reúne clássicos e raridades, com amplo panorama de sua obra. O CD duplo foi idealizado e produzido por Rodrigo Faour, que garimpou o acervo da EMI (herdeira dos catálogos de antigos selos como Odeon, RCA Victor e Copacabana) e dividiu o disco em duas partes: Sambas Consagrados e Sambas Guardados.


O disco 1 destaca clássicos do compositor, alguns em versão original (e fora de catálogo) como Degraus da Vida, lançado por Roberto Silva em 1950, e Palhaço, gravado por Dalva de Oliveira no ano seguinte. Outro samba consagrado em versão menos famosa é Quando Eu me Chamar Saudade, com Nora Ney (1972). Há espaço, claro, para Clara Nunes, com Juízo Final, e Beth Carvalho (Folhas Secas), artista que mais gravou Nelson Cavaquinho. Para colecionadores, o disco 2 é ouro. Algumas das gravações ali contidas aparecem em formato digital pela primeira vez. São elas Cigarro (1953), com Risadinha, e Se me Der Adeus (1969), com Jorge Veiga. Márcia (Mesa Farta), Jurema (Sinal de Paz) e Blecaute (Caridade) também merecem destaque.

Fonte: Revista Carta Capital / André Carvalho

Nenhum comentário: