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domingo, 18 de dezembro de 2011

FRANCESCO CAFISO – MOODY´N (2011)






"A juventude será adequada". Isto que foi dito descreve apropriadamente o meteórico crescimento que o sucesso do saxofonista alto, siciliano, Francesco Cafiso tem conquistado desde que passou a ser um "profissional" aos nove anos de idade. Com “Moody 'n”, Cafiso mergulha profundamente nos princípios do BeBop tocando um punhado de clássicos e demonstrando o desafio de um jovem e a refinada maturidade musical que está além da sua idade.


O legado do saxofone alto no BeBop é extenso e vigoroso,uma espécie de padre-nosso de Charlie Parker e seus “coroinhas” Sonny Stitt e Jackie McLean complementado por Art Pepper, Phil Woods e o esfuziante mensageiro atual, Richie Cole. Cafiso apresenta uma certa quantidade de ousadia para um saxofonista alto que oferece músicas associadas a Bird e as grava. E, quando aquelas composições são apresentadas próximas do impecável dentro do contexto e na qualidade, Cafiso favorece à sua solidificação como um saxofonista em ascensão.


Cafiso é um mestre da técnica que pode resplandecer através de mudanças de acordes com precisão e irresistível desenvolvimento de ideias musicais, raramente utilizando clichés. O grande Phil Woods, que “descobriu” Cafiso quando adolescente , disse uma vez, brincando, referindo-se à perícia técnica de Cafiso: "Eu gostaria de quebrar seu braço". "Al-leu-cha" acende a chama no tempo arriscado com o trompetista Dino Rubino explodindo e atraindo Cafiso para seguir o exemplo. Os artistas trocam eletrizantes oitavas em uma demonstração de mágica proficiência. Rubino é o perfeito realce à la "Dizzy" para a incursão de Cafiso à la Charlie Parker em "Barbados" e "Steeplechase". É maravilhoso observar a dupla.


É interesante notar que o quarteto não tem bateria . O pianista Giovanni Mazzorino e o baixista Rosario Bonacorso sustentam a linha de frente magnificamente com vigor rítmico e suporte harmônico. Suas interações com Cafiso e Rubino incrementam cada música e nunca impõe-se ou intromete-se nas melodias ou solos. Mazzorino e Bonacorso demonstram excelência nos solos.


O som do sax alto de Cafiso é mais clássico que puro bop. Mais Marcel Mule que Jackie McLean, porém, seus sensos rítmico e criativo são fantásticos ("Whisper Not"). Seus tempos mais lentos flutuam e rolam com reserva , o que não é pouco para um músico com uma rica proficiência no peito e poderosa técnica.


Há composições de Cafiso neste trabalho, cada uma interessante em seu próprio jeito. "Moody'n" expõe luminarmente o desenvolvimento melódico veloz de Cafiso. Coberto com o pulsar do baixo de Bonacorso. A melodia é uma empolgante obra-prima de sax alto. "In a Ghost Way of Love" é contrapontística, sombria e misteriosa como Thelonius Monk, mais apropriamente que romanticamente melosa. É bela de maneira ímpar, como é "Mr. Knom's Hats". "Secret Ways of Invisible Beauties" apresenta suntuosos acordes do pianista Mazzorino entre silêncios. Cafiso demonstra domínio em tons mais extensos no que é um belo trabalho melancólico. A distinção entre isto e a inclinação pela ferocidade do toque veloz de Cafiso é enorme e dá a perspectiva da extensão do seu talento.



"Moody'n" demonstra o júbilo e os desafios musicais do BeBop. Com este CD, Cafiso e companheiros apaixonadamente saudam os mestres e adverte-os que a influência do BeBop é fina na brilhante velocidade das mãos e claramente brilhante.


Faixas: Strollin,' Al-leu-cha, Whisper Not, Moody'n, In a Ghost Way of Love, Milestones, Mr. Knom's Hats--Introspectaball, Secret Ways of Inviolable Beauties, Barbados, Steeplechase.


Músicos: Francesco Cafiso: saxofone alto; Dino Rubino: trompete, flugelhorn; Giovanni Mazzorino, piano; Rosario Bonacorso: bateria.


Gravadora: Verve Music Group


Estilo: Jazz Moderno


Fonte : All About Jazz /Nicholas F. Mondello




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